Entrevista: ENTREVISTA COM JONATHAN GULLMAN DA MSB TECHNOLOGY

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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Durante nosso Workshop Hi-End Show, em São Paulo, em abril passado, tivemos o prazer de uma breve conversa com Jonathan Gullman, CEO da empresa americana MSB Technology, especialista em áudio digital.

Olá, Jonathan. Seja bem-vindo! Conte-me um pouco sobre como a MSB começou. É a empresa da sua família?

Sim, a MSB foi iniciada há mais de 30 anos por meu pai e outra pessoa. E até cerca de cinco anos atrás, ele dirigiu a empresa. Eu cresci dentro do negócio. Então, desde pequeno, trabalhei na empresa, ajudei a construir produtos, placas de circuito e soldagem. Aí fui para a universidade, e quando voltei entrei em tempo integral.

Então, você é engenheiro?

Sou engenheiro elétrico e meu irmão Daniel é engenheiro mecânico. Então trabalhamos muito bem um com o outro no desenvolvimento de produtos. Então, o primeiro produto em que trabalhei, saído da universidade, foi nosso DAC IV – e foi aí que demos à luz à nova MSB, com os novos produtos high-end . Desde então, lançamos a linha de produtos atual, que é nosso DAC Discrete, nosso DAC Premier, nosso DAC Referência e nosso DAC Select.

Select é o único que é multimódulo?

Não, todos são, pois cada um dos nossos produtos possui uma fonte de alimentação separada. Portanto, essa é uma crença que temos, porque não importa quão baixo seja o ruído da fonte de alimentação que você produzir, há um acoplamento magnético do transformador em seus componentes eletrônicos. Daí, a melhor maneira de protegê-lo é simplesmente afastá-lo. Então, se você move fonte quinze centímetros, é já melhor do que toda a blindagem que você possa fazer. Cada um dos nossos produtos possui uma fonte de alimentação separada, e todas são fontes lineares – não usamos fontes chaveadas. O DAC Discrete vem com uma pequena fonte de alimentação. O Premier vem com uma base de alimentação completa com nossa tecnologia de baixo ruído.

As PSUs são intercambiáveis entre os DACs?

O Discrete pode usar a base de alimentação do Premier. Já o Reference e o Select tem que realmente usar suas próprias fontes.

Vocês trabalham com a filosofia de upgrades, e entendo que sua empresa valoriza a modularidade. É para um caminho de constante atualização dos produtos?

Sim. Acreditamos que todos os designs de nossos produtos sejam projetados com um conceito modular. Isso é bom por alguns motivos. Um deles é que, se houver necessidade de reparo, é muito fácil trocar um módulo em vez de trocar o produto inteiro. Em vez de enviar de volta para os EUA.

O que seria absolutamente insano, se você pensar no Brasil.

Muitos outros países têm as mesmas dificuldades. Mas o mais importante é que é para o futuro. Então, quando lançamos nosso primeiro Reference DAC, a renderização não era realmente uma coisa feita para conexão de rede. Agora estamos na segunda versão da renderização – a versão 2 – e isso deu a todos os nossos DACs existentes Roon Ready. E fizemos isso até com nossos produtos mais antigos, que já foram descontinuados. Então, mesmo se você tivesse um DAC de 10 anos, você poderia comprar um módulo, colocá-lo lá e ter um Roon Ready Certified, para streaming. A mesma coisa fizemos com MQA. Quando novas interfaces são desenvolvidas, e um novo USB ou uma nova placa de rede, ou um novo protocolo estão prontos, em vez de trocar todo o seu DAC, você troca um módulo de entrada. Então agora você pode pegar um DAC mais antigo e torná-lo como um DAC da geração atual, simplesmente alterando um módulo de entrada – em vez de todo o DAC.

Isso é ótimo!

Todos os nossos DACs atuais usam os mesmos módulos de entrada. Eles não precisam de ferramentas para serem trocados, nem de software. Basta puxar uma alavanca, deslizar o módulo para fora, deslizar o novo módulo para dentro, ligar o aparelho, e pronto.

Existem atualizações de software ou firmware?

Periodicamente temos atualizações de software para correção de bugs, melhorias de som ou adição de novas características. Elas estão no site. Você baixa um arquivo de música, e reproduz ele como faria com qualquer outro arquivo de música, e o DAC detecta que é um novo código e o atualiza. E eles são todos gratuitos. Não cobramos por atualizações de firmware.

Além das partes que operam streaming e coisas assim, há algum DSP em seus DACs?

Cada produto nosso possui um DSP – que usamos para fazer a filtragem digital. Temos desenvolvido nossos próprios filtros digitais baseados em DSP há, eu acho, uns 15 anos. Assim, à medida que aprendemos coisas novas com o design de filtros digitais, nós os incorporamos em nosso firmware.

Você acha que a filtragem digital feita por DSP é mais precisa?

Ela é basicamente uma necessidade para nós. Porque se você não fizer filtragem digital baseada em DSP, você fará isso com um FPGA, que não achamos tão bom. Ambos fazem o mesmo trabalho, na verdade, mas fazem de forma diferente.

Desde o primeiro dia, seu pai decidiu fazer o DAC tipo Ladder, em vez de usar um chip?

Sim, somos conhecidos pelos DACs Ladder desde o primeiro dia.

Conheço bem o MSB DAC III, e gostava bastante dele.

Na verdade, ajudei a construí-los quando era jovem. Então, posso ter realmente ajudado a construir o seu.

O visual dele me lembrava os designs de Dieter Rams (Braun da década de 60), ou similares. O que fez vocês decidirem pelo DAC Ladder?

Originalmente, todos os DACs eram DACs Ladder, antes de haver delta-sigma, inclusive os chips eram. O Delta-Sigma surgiu porque poderia ser mais preciso por menos dinheiro. Mas quando as pessoas dizem DACs Ladder, elas pensam instantaneamente em R2R. Mas o R2R é, na verdade, incrivelmente básico. É uma versão muito simplificada de um DAC Ladder. Nenhum de nossos DACs Ladder se parece com um DAC R2R genérico. Eles estão muito, muito mais avançados do que isso, neste momento. Então, acreditamos que é fundamentalmente uma decisão melhor. É mais preciso se você usar componentes de precisão, portanto usamos resistores muito precisos. E nós simplesmente sentimos que sonoramente eles são melhores.

Eu lembro que os antigos MSB tinham vários resistores dentro de um pequeno módulo, um invólucro.

Então, os módulos agora têm 10 vezes mais componentes do que os de um DAC III . E a outra coisa é que nossa atual arquitetura de módulos DAC é na verdade um design balanceado. Portanto, não é um canal para a fase positiva e outro para a fase negativa. Faz as fases positivas e negativas simultaneamente dentro de cada módulo. Agora temos um design DAC Ladder balanceado.

Isso é muito legal!

A outra coisa incomum que fazemos é que não temos buffer de saída em nossos DACs. Portanto, sua saída é direta do ponto de conversão, diretamente dos resistores. A saída máxima é de 3,57 volts. E temos alguns componentes passivos, mas não há circuitos ativos, nem transistores, nem amplificadores operacionais. Não há saída acoplada ao transformador. Se você pensar bem, existem milhares de amplificadores operacionais para escolher. E a razão pela qual existem é que cada projeto de amplificador tem uma falha. Então decidimos que o melhor é nos livrarmos deles. Mas mesmo um design de amplificador discreto, tem vantagens e desvantagens, então a melhor coisa foi eliminá-lo. Com vários módulos DAC em paralelo, como nosso Select DAC, tem uma impedância de saída de 75 ohms. O que é baixo o suficiente para acionar qualquer amplificador.

Toda a sua linha de produtos é composta por DACs com suas PSUs, e amplificadores de potência. Sem pré-amplificadores, e sem integrados?

Todo o pré-amplificador está dentro dos nossos DACs. Não fazemos chassis separados.

Seus DACs recentes todos têm controle de volume. Eles têm um estágio de ganho ou algo assim para trabalhar com powers?

Então, para o digital, eles não têm nada. Se você estiver usando a entrada analógica, temos um buffer de entrada analógica. Portanto, se você conectar um pré de phono ou um processador surround, teremos um buffer de entrada.

É para casamento de impedância?

É para casamento de impedância com nosso circuito de controle de volume. E para controlar a saída.

As pessoas tendem a não confiar em pré-amplificadores passivos e DACs com controle de volume. Acham que geralmente não é tão bom quanto um bom pré de linha, quando ligados em um power.

Existem alguns problemas com os pré-amplificadores passivos tradicionais. E é a impedância variável: conforme você ajusta o volume, a impedância muda. Em nossos produtos, temos impedância constante no controle de volume passivo – não há alteração de impedância conforme você altera o volume. E o Select DAC é sempre de 75 ohms. É por isso que temos o buffer na entrada analógica, para compatibilizar o sinal com nosso circuito de volume com impedância constante. Porque senão, conforme você altera o volume, a impedância mudaria. Então as etapas de volume são uniformes e seu desempenho não mudará.

Vocês ainda não pensaram em fazer algo como amplificador integrado? Fundindo um amplificador de potência com um de seus DACs?

A razão pela qual não fizemos isso é porque gostamos que nossos produtos sejam usados por muito tempo. Fico feliz em ver alguém usar nosso produto por 20 anos. Quando alguém me contata e diz: uso este produto há 20 anos e é incrível, fico feliz que ainda esteja em uso. Então, assim que você integra tudo em uma caixa, você dá à ela uma data de vencimento. Se você pensar bem, um amplificador de 40 anos atrás ainda funciona, é analógico. Então, dessa maneira, fazemos melhorias nos produtos ao longo dos anos – porém, só fundamentalmente.

Existem amplificadores de potência antigos bastante bons no mercado, mas não há DACs muito bons.

Ao integrar tudo em um, você encurta a vida dele. E realmente não há grande economia de custos, a menos que você reduza também a qualidade. Então a única coisa que você está salvando é um par de cabos de interconexão.

Isso é toda a sua linha de produtos: os amplificadores de potência e os DACs?

Amplificadores de potência e DACs, sim. Temos alguns amplificadores para fones de ouvido, para os mercados que realmente se preocupam com fones de ouvido. Mas é algo que fazemos porque achamos interessante.

Seus DACs têm saídas para fones de ouvido?

Os DACs não possuem saídas para fones de ouvido. O problema com fones de última geração é que os requisitos de potência deles variam muito – a maioria das saídas para fones de ouvido integradas em DACs, só conseguem empurrar cerca de 25% dos fones de ouvido do mercado. Mas é um mercado interessante que está crescendo e evoluindo rapidamente, e se tornando mais claro.

Acho que hoje é quase que um mercado separado do de sistemas audiófilos. E é um mercado mais jovem, principalmente.

Depende de onde. Se você pensar bem, se você mora em Tóquio, o espaço é fundamental, e não ter ruído se propagando através das paredes é algo importante. Então você tem fones de ouvido. E muitas pessoas têm um sistema de fones de ouvido em seus escritórios. Assim, eles podem ouvir música de alta qualidade enquanto estão sentados em suas mesas. Porque a maioria de nós passa a maior parte da vida no escritório. E apesar do mercado mainstream ter sido dominado pela conveniência, muitas pessoas agora estão querendo alto desempenho.

E então, qual é o futuro do MSB?

Temos um novo produto chegando este mês, e o chamaremos de Cascade DAC. Basicamente, é a próxima geração de tecnologia. O Select DAC tem cerca de 10 anos, portanto esta é a próxima geração porque o Select e o Reference fazem parte da mesma família de produtos. E em cerca de um ano ou mais, teremos um ainda acima desse, que será a próxima substituição do Reference, e também terá a substituição do Select. O desempenho desses é tudo o que aprendemos nos últimos 10 anos. Tudo o que aprendemos com o novo produto, o Director, com o desenvolvimento dos módulos DAC, e com tudo que fabricamos internamente. A primeira vez que um grupo de pessoas ouviu o Cascade, antes elas ouviram nosso carro-chefe atual o dia todo. Daí tocaram por 30 segundos o Cascade, e três deles tinham lágrimas escorrendo por seus rostos. E eles disseram: “literalmente, não posso acreditar no que estou ouvindo”.

Isso é muito bom! Voltando aos produtos, todos os seus DACs possuem um clock dedicado interno, módulos de clock dedicados? Eles são atualizáveis?

Não temos atualizações de clock porque apenas incluímos o melhor para cada produto. Antes costumávamos ter níveis diferentes, mas durante o COVID houve escassez de peças, então simplificamos nossa linha de produtos.

Então vocês fazem aquele produto, com aquele clock, e pronto?

É o melhor clock que podemos produzir para aquele produto. Portanto, o Premier DAC tem um clock Premier, que é o Femto 93 – é o melhor clock que podemos produzir para esse produto. No futuro, se fizermos algo melhor, ele poderá ser atualizado.

Você pode usar o clock do Reference em outro DAC?

Sim, como um upgrade. Reference e Select usam o mesmo clock. Fazemos nossa própria filtragem digital, nossos próprios projetos de módulos de entrada e desenvolvimento de firmware, nossa própria arquitetura de módulo DAC, nossos próprios clocks – literalmente criamos nossos próprios circuitos osciladores.

Excelente!

Então, uma das coisas que fazemos que é diferente da maioria dos osciladores, é que quando você começa a atingir a precisão, o foco tende a estar no desvio de longo prazo, na precisão de longo prazo ou na precisão absoluta – o que, em áudio, não é tão importante quanto o ruído de fase de amostragem a amostragem, ou seja, o jitter. O jitter é muito mais importante. Então, na verdade, projetamos nossos circuitos osciladores para se concentrarem no jitter, não na precisão absoluta. Porque a realidade é que, se você estiver errado um centésimo de um por cento, sua música
perderá uma fração de uma amostra. Tocará uma fração de segundo a mais, que não importa realmente. Um desvio de minutos, sim, seria muito importante. Mas, se depois de três dias demorar um 18º de segundo a mais, o tom não muda. Essas coisas como clocks de GPS etc., se preocupam com a precisão do tempo por cem anos, para manter toda a comunicação sincronizada. Você precisa que seu transmissor neste país esteja no mesmo horário que o transmissor em outro país. Mas isso realmente não ajuda com ruído de fase amostragem a amostragem em áudio digital – e é com isso que nos importamos. Portanto, todos os nossos clocks têm design de baixo ruído. É por isso que nós mesmos os fabricamos e não usamos chips produzidos comercialmente. A outra coisa é que cada um de nossos módulos de clock tem duas frequências para o domínio de clock: 44.1 e 48 kHz. Essas coisas como clocks de referência de 10 MHz têm muito pouca utilidade em áudio porque o áudio nunca é gravado em múltiplos de 10 MHz. Então você tem que converter isso para uma frequência utilizável. E tudo isso tem um ruído incrivelmente alto em comparação com o uso de um clock de baixo ruído. É por isso que você não vê entradas de clock de referência de 10 MHz em nossos produtos – e na verdade não temos uma entrada de clock em nossos produtos, porque já disponibilizamos os clocks de menor ruído de fase disponíveis. Alimentar um clock externo, até ser recebido, armazenado em buffer e convertido em uma frequência utilizável, todo o desempenho é perdido. É muito útil em estúdios quando tudo precisa estar sincronizado, mas não em nosso sistema de reprodução.

Não em um sistema audiófilo, em casa.

E a outra coisa que nos torna únicos como empresa, é que fazemos tudo no mesmo prédio, toda nossa fabricação e design. Temos nossa própria oficina mecânica completa, onde todos os nossos chassis são fabricados. Tudo o que é CNC é feito em nossa fábrica – recebemos paletes grandes de alumínio. O único processo que não fazemos é a anodização nos acabamentos dos chassis. Por razões óbvias, na Califórnia não queremos mexer com produtos químicos desse tipo. Então, nós levamos o chassi para uma empresa externa. O bom para nós é que estamos na área da baía de San Francisco. Portanto, temos vários prestadores de serviço para escolher. Podemos ver, nestes, os produtos da Apple sendo finalizados – pois estamos em Santa Cruz, a cerca de 40 minutos da Apple. Mas também temos nossa própria fabricação de placas de circuito, então fazemos toda a nossa montagem dentro de casa. E cada processo é adaptado às nossas especificações exatas, porque nós mesmos o fazemos. Portanto, temos nossa própria máquina de estêncil, montagem de componentes em superfície e de furo passante. Processos que foram projetados para a mais alta confiabilidade e qualidade, e não para serem executados rapidamente.

E quando você fabrica suas próprias placas de circuito, é claro que você pode garantir qualidade.

E também podemos, já que é nosso próprio processo, controlar o perfil de refluxo da solda. Portanto, não estamos superaquecendo peças porque estamos em uma linha de montagem de uso geral. Para obter qualidade, muitos dos nossos equipamentos são rápidos – nossas máquinas colocam 19.000 peças por hora. Porque se você quer precisão, a velocidade chega um pouco mais rápido. A velocidade vem junto. Alguns de nossos processos são lentos, então não usamos um forno de refluxo tradicional – usamos uma tecnologia chamada forno de refluxo de fase de vapor. Então, em vez de um forno longo com ar quente soprando, ele realmente pega as placas e as coloca em um banho chamado de Galden. É como um banho de vapor. Assim, todas as peças aquecem na mesma proporção, porque quanto maior a peça, mais calor ela absorve e mais vapor irá condensar.

E vocês têm esse processo internamente?

Temos esse processo internamente. Na verdade, é uma máquina muito pequena, mas é uma máquina em lote, por isso é lenta. Você só pode fazer quatro placas por vez. O que funciona muito bem para nós. Mas os resultados são incríveis. Basicamente, os únicos mercados que utilizam isso são os das empresas aeroespaciais, onde precisam de precisão absoluta, então fez sentido para nós. Aumentou a qualidade, aumentou a confiabilidade, ocupou menos espaço – porque na Califórnia, espaço é tudo. E usa uma fração da energia. Custa US$2 para ligar a máquina em comparação ao nosso forno antigo, que custava US$20 para ligar o interruptor. E imagina quanto mais para rodar o dia todo.

Economia de energia hoje é absolutamente necessária.

Na verdade, já colocamos 250 paineis solares no telhado há alguns anos.

Qual o percentual da energia da MSB é energia solar?

Provavelmente 70 ou 80 por cento, atualmente. Era mais, mas à medida que aumentamos a nossa capacidade, queríamos mais.

Porém, solar não é confiável para tudo.

Até na ensolarada Califórnia. Mas, também estamos em uma área do estado onde toda a nossa energia provém de fontes renováveis. Então, compensamos diretamente 70%, e o restante ainda é verde. Nossa última adição foi uma nova CNC com uma célula robótica para que possamos carregar 25 chassis por vez, e funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana.

E esses chassis são muito bonitos. Esses DACs recentes, que chegaram ao Brasil, são lindos.

Sim, e a única maneira de conseguir isso é nós mesmos os fabricarmos. Quando desenvolvemos um novo produto, podemos fazer 10 variações em um único dia, e por um ao lado do outro. E então analisamos e decidimos. Ao passo que, ao usar empresas externas, você envia para elas e depois de seis semanas, elas enviam um chassi para você. Você faz uma alteração e depois de quatro a seis semanas, volta. Então fazemos tudo internamente. Aumenta a qualidade, a confiabilidade e o tempo para lançamento no mercado.

E você mesmo faz apenas a parte digital da engenharia?

Hoje temos um total de três engenheiros na empresa. Somos dois elétricos. Um deles fica no escritório. Ele é o nosso segredo. Ele é um gênio. Mas ele não vem a feiras.

E o seu irmão é o responsável pela montagem?

Ele faz o projeto mecânico e o design geral de nossos produtos, a aparência deles. Ele é o responsável. Eu supervisiono toda a fabricação de eletrônicos. Ele supervisiona a engenharia mecânica. Claro que também desempenhamos diferentes funções de gerenciamento. Mas a nossa paixão é a engenharia, com certeza.

Daniel Gullman e Jonathan Gullman

Você é totalmente digital? Não há vinil no seu sistema?

Não há vinil para mim. Somente para minha esposa. Ela herdou um monte do tio dela quando ele faleceu, e é por isso que temos vinil. Mas, principalmente, somos digitais. Sou engenheiro de áudio digital, então ouvir os tiques e os estalos dos vinis, me faz pular da cadeira. O vinil me deixa ansioso, não relaxado. Mas entendo perfeitamente a nostalgia e a experiência, de ouvir, limpar, colecionar. Conheci uma pessoa na Alemanha que tinha cerca de 10 mil peças de vinil. Ele conhecia cada um dos discos, e andando pela casa dele, toda parede era de vinil. E ele conhecia cada um deles. Mas não é para mim.

Então, o que você acha do nosso país?

É minha primeira vez no Brasil e acho incrível. Já estamos aqui há uma semana. Começamos no Rio e depois viemos para São Paulo. A comida no Brasil é ótima e as pessoas são incrivelmente amigáveis. Até agora tem sido muito bom!

Obrigado pelo seu tempo, Jonathan.

Obrigado a você!

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