Metodologia: UMA NOVA FERRAMENTA VISUAL PARA A NOSSA METODOLOGIA

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HI-END PELO MUNDO
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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Lançada em maio de 1999, nossa Metodologia é plenamente conhecida e utilizada por nossos leitores, tanto para trocarem impressões entre os grupos audiófilos sobre produtos, como para se comunicarem conosco em busca de respostas para seus sistemas.

Portanto, poucas alterações ela sofreu ao longo de todos esses anos em vigor.

A maior alteração, à medida que o mercado foi evoluindo em termos de performance, foi com a criação de novas categorias como Estado da Arte e, mais recentemente, com a chegada de vários equipamentos que ultrapassaram os 100 pontos, criamos a categoria Estado da Arte Superlativo – para os chamados equipamentos Ultra Hi-End, que no nosso caso nada tem a ver com os valores absurdos de muitos equipamentos, e sim apenas para a avaliar a performance daqueles que são Referências em seu segmento.

A outra mudança ocorreu quando introduzimos notas para os produtos ao reproduzir vários estilos musicais, buscando ajudar o leitor que escuta apenas determinados gêneros, a escolher o equipamento que melhor reproduz seu gosto musical.

No entanto, desde o início da pandemia, conversávamos internamente com nossos colaboradores sobre a necessidade de criar um gráfico que permite, na conclusão de cada teste, indicar a assinatura sônica do produto avaliado.

Pois muitas vezes, por mais que a assinatura sônica seja citada no texto, ela pode passar despercebida pelo leitor (principalmente os que têm por hábito ir direto às conclusões finais e as notas).

Então, depois de avaliar o layout de inúmeras opções de gráficos que funcionam de forma telegráfica, fomos para o óbvio – e que faz parte do visual de todos os bons equipamentos de áudio desde a década de sessenta – os famosos ‘VU’.

Pois qualquer audiófilo ou melômano sabe fazer uma leitura visual instantânea de um VU. O nosso começará em -4 e terminará em + 4.

Tendo no centro o famoso Zero – que no nosso gráfico representará o produto com uma assinatura sônica Neutra.

De -4 a -1 serão todos os produtos com uma assinatura sônica ‘mais’ ou ‘menos’ Eufônica – ou seja, -1 é Pouco Eufônico, e -4 é Muito Eufônico.

Fizemos questão de usar o termo Eufonia para definir todo equipamento que possui uma sonoridade agradável ou harmoniosa – e não Musicalidade, já que em nossa Metodologia o termo Musicalidade representa a soma de todos os sete quesitos, e certamente poderia causar alguma confusão tanto para os leitores já acostumados com a Metodologia, quanto para os novos leitores.

E de +1 até +4 representará a assinatura sônica dos produtos ‘menos’ ou ‘mais’ Transparente – ou seja +1 é Pouco Transparente, e +4 é Muito Transparente.

Ou que, pelo seu grau de relação sinal-ruído, conseguem reproduzir um grau de transparência impressionante.

O leitor com esse novo gráfico poderá instantaneamente avaliar se os produtos, por nós testados, possuem a assinatura sônica que ele tanto almeja, e poderá fazer suas escolhas cientes de como esse produto se comportará em seu setup.

Acredito que muitos dos nossos leitores mais antigos já devem estar se perguntando o que para a revista será o mais correto em termos de assinatura sônica?

E já venho discernindo sobre esse assunto, dentro dos meus testes, de inúmeras maneiras.

E deixo claro há muito tempo que existem hoje no mundo hi-end as três tendências – e as três possuem seguidores capazes de defender com unhas e dentes seu gosto pessoal.

Então peço a todos que não avaliem essa nova ferramenta como o Certo ou o Errado, e sim apenas ao que ela se destina a ser: um gráfico capaz de ilustrar a assinatura sônica do equipamento que acabou de ser testado.

O que precisamos deixar claro é que se o seu desejo prima pelo máximo de Eufonia, o equipamento ideal estará entre -4 e -3. Os que desejam uma assinatura sônica ainda Eufônica, mas não tão acentuada, o gráfico terá que estar entre -2 e -1.

Os que, como eu no final dessa jornada, só querem setups inteiramente neutros, os únicos viáveis serão os de Zero!
E os que desejam sentir até o hálito do cantor e ouvir os mais sutis detalhes, o ideal será buscar os equipamentos que atinjam entre mais 2 a 4.

O que posso garantir é que existem inúmeras opções para as duas escolas dominantes e alguns para a ‘terceira via’ da neutralidade.

O que importa é que no nosso mercado as três possibilidades estão muito bem servidas.

Espero ter deixado claro como essa nova ferramenta funciona, e que façam bom uso da mesma, pois ela pode ser bastante útil para que o nosso leitor, mesmo sem conseguir ouvir o produto desejado, tenha uma ideia consistente de sua assinatura sônica.

Pois, ao contrário do que pregam os objetivistas ortodoxos, todos equipamentos têm sua assinatura sônica, basta saber ouvir com as Referências certas e uma Audição Treinada.

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