Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
A Norma Audio está entre aquelas marcas que sempre escrevo que entram no meu ‘radar’ pessoal, e de tempos em tempos busco informações atualizadas para saber se continua atuando timidamente no mercado, ou se começou a ganhar a notoriedade e atenção merecidas.
São inúmeros os detalhes que despertam meu interesse por uma marca, mas dificilmente alguma consegue ter mais que um ou dois diferenciais interessantes, e quando ocorre de ter mais que três, eu realmente redobro minha atenção.
A Norma pertence a este seleto grupo, que possui muitas qualidades que prezo muito.
E quais são essas virtudes? A essencial é descobrir que o projetista pensa, planeja e executa suas ideias fora de todas as obviedades ortodoxas. A segunda é que todos seus projetos só são alterados quando realmente algo significativo em sua performance foi descoberto e comprovado.
Terceiro, o design de seus produtos são todos ‘atemporais’ e seu acabamento é simples, limpo, mas de extremo bom gosto e com construção impecável!
E, quarto e o mais importante: Enrico Rossi seu engenheiro e fundador é um projetista focado na busca da Neutralidade acima de qualquer outra qualidade sonora.
Os leitores que me acompanham sabem que essa palavra soa como Música aos meus ouvidos, e fico feliz em saber que essa corrente que chamo de Terceira Via, continua ganhando adeptos.
Fundada em 1987, em Cremona, seu primeiro amplificador foi o NS-123. Segundo o próprio Enrico Rossi, seu lançamento despertou o interesse de seus conterrâneos audiófilos, e o permitiu ganhar respeito dentro da Itália.
Tanto que, em 1991, a Norma Audio chamou a atenção da Opal Eletronics, um fabricante Europeu de dispositivos eletrônicos de medição, e juntos começaram uma parceria para descobrir e entender como equipamentos de áudio podem degradar o som, e o que é necessário para evitar esse risco.
Foram sete anos de inúmeras pesquisas e testes, até Rossi construir um conjunto de regras e orientações gerais, para evitar erros que ele chama de recorrentes, na fábrica de amplificadores e fontes analógicas e digitais.
Enrico Rossi produz diversos vídeos em que ele aborda inúmeros temas técnicos, e descreve suas experiências de maneira que até um leigo possa acompanhar seu raciocínio, e seus erros e acertos na busca dessa tão almejada Neutralidade.
Ele, a todos que o questionam sobre o que é Fidelidade, responde: “O som deve ser natural, dinâmico e suscinto”. E lembra que só um ouvido rigorosamente treinado, com anos de audição de música não amplificada, permitirá que você possa distinguir o certo do errado (fico feliz que um engenheiro de áudio defenda com tanta determinação os mesmos princípios de nossa linha editorial).
E, em vários de seus vídeos, ele nos conta que frequenta semanalmente concertos de música clássica, desde a sua mais tenra infância.
E com esse treinamento referencial, ele consegue entender como diferentes amplificadores soam e como seus parâmetros se traduzem no que escutamos através dos falantes.
Ele também nos fala de seus anos dedicados a analisar o ‘caráter’ do som de um determinado amplificador, e fazer correlações entre o que ouvia e media, para entender como o amplificador é afetado pela distorção ou fase.
A etapa seguinte de seus estudos pessoais, foi investigar diferentes topologias de circuitos, qualidade dos componentes, projetos mecânicos e a estrutura e concepção da fonte de alimentação, e como isso afeta uns ao outros, e como eles podem ser combinados para uma melhor performance sonora.
Aí ele passou para a avaliação prática, construindo diversos protótipos, para descobrir que para um amplificador ser capaz de fornecer corrente instantaneamente, é necessária uma fonte de alimentação muito mais eficiente do que se acredita ser o ideal, e que para alcançar um nível de performance neutro e convincente, também é essencial uma resposta de frequência ampla, muito além dos limites da audição humana.
Nos amplificadores da Norma, a resposta de frequência começa em 0.1 Hz e vai até 2 MHz, em -3dB. Isso no circuito analógico, não em um circuito digital!
Tenho certeza que nossos leitores ‘tarados’ por especificações técnicas, estão coçando a mão com vontade de berrar, que inúmeros fabricantes de áudio atuais extrapolam a banda de resposta para muito além da audição humana, dimensionam fontes para uma resposta instantânea de corrente, e basicamente tudo que o engenheiro Rossi aprendeu e aplica em seus projetos. Ok!
Eu, ao ler diversos posts e artigos da Norma, também cheguei a essa mesma conclusão. Ele não está sozinho nessa estrada. Outros também a utilizam.
Mas aí eu volto a pergunta a vocês, que levantaram essa questão: todos que trilham essa estrada tem o mesmo resultado sonoro? O caminho de todos que escolheram essa topologia, busca a Neutralidade acima de outras benesses sonoras?
Se vocês aceitam a resposta de alguém que testou, nos últimos 32 anos (contando com a Audio News) mais de 2000 equipamentos, afirmo que aqui no Brasil muitas poucas marcas, do passado e do presente, chegaram perto da Neutralidade.
As duas correntes predominantes em termos de sonoridade são: a ultra transparência, que nos joga no colo de uma performance analítica, ou a eufônica, que nos joga para a outra ponta, para um som que muitos chamam de quente e ‘musical’ – ainda que todos vocês saibam que na nossa linha editorial, essa eufonia não tem nada a ver com a musicalidade que fecha o quesito de nossa Metodologia.
Assim, nenhuma dessas duas correntes predominantes chega perto da Neutralidade aqui descrita pelo engenheiro Rossi, como a assinatura sônica dos produtos da Norma.
Sigamos. O Revo IPA-140 é um amplificador classe AB, e a única informação que conseguimos com o fabricante é que a versão atual é a quinta desde seu lançamento na virada do século.
O IPA-140 debita 140 Watts em 8 ohms, e dobra de potência em 4 ohms, utilizando seis transistores MOSFET por canal.
Como disse na apresentação do produto, seu gabinete é muito limpo, mas bastante bonito, feito de alumínio escovado, na opção prata ou preto. Os dissipadores ficam escondidos pelo design curvilíneo da tampa e da base. Tanto os dissipadores como a tampa de trás das conexões, são sempre pretas.
Na frente temos um enorme botão no centro do painel prateado, do lado direito um pequeno botão que é um interruptor de modo de espera e um seletor das entradas. E do lado esquerdo fica o sensor de infravermelho do controle remoto. Seu circuito é todo dual-mono, com dois transformadores, um para cada canal, e um peso final de 25 kg!
No painel traseiro, temos a entrada de força IEC, 4 entradas RCA e uma XLR. E, nas pontas, os terminais de caixa.
Caso o usuário deseje o pré de phono opcional (MM e MC) da Norma, a entrada 1 RCA será dedicada a essa fonte. E, para os que desejarem o DAC também opcional, existe uma entrada USB tipo B. A placa DAC é um módulo baseado no chip AKM 4391.
O modelo enviado para teste veio sem o pré de phono ou o DAC.
Seu controle remoto é único para operar toda a linha de produtos Norma. Em alumínio bem construído, o único inconveniente (para um homem de 66 anos) é enxergar os diminutos números das entradas e letras de volume, mute, CD, Amp, Pré, etc. Mas uma coisa que adorei nesse controle, e que não vi em nenhum dos produtos testados nesses 32 anos, foi que existem dois modos de controlar o volume: o rápido e o step by step.
Achei além de muito bem sacado e bastante útil, para pessoas como eu que buscam sempre ouvir as gravações no volume limite mixado em cada disco.
E em controles que o volume é rápido, esse ajuste fino é impossível!
No Norma consegui esse requinte, e o estou usando em todas as gravações. Aumento pela opção rápida, depois faço o ajuste como minha filha batizou de ‘manobra sonora’ (gostei do termo!), até chegar no volume estipulado pelo engenheiro de gravação.
Outro mimo, que o fabricante envia junto com o equipamento, é um kit de fusíveis de reposição. De cabeça só me lembro da dCS fazer isso em seus produtos. Nagra e darTZeel, os equipamentos mais ‘realistas’ em termos de valores, não me lembro de terem essa preocupação para aqueles domingos ou madrugadas, véspera de feriados prolongados, em que o fusível queima e não temos em casa nenhum de reposição! (quem já passou por esse perrengue, levante a mão).
Antes de falar como esse italiano soa, e se seu projetista realmente tem algo diferente a oferecer em termos de performance, preciso entrar novamente em um terreno espinhoso, que é a Neutralidade.
Se quiserem se aprofundar no tema, da maneira abordada por nós, sugiro a leitura dos testes dos cabos da Dynamique Audio, modelo Apex, e das eletrônicas Nagra, entre os mais recentes e frescos em minha memória e, provavelmente, na de muitos de vocês que também leram esses testes.
De forma ‘rasa’ ou ‘telegráfica’, a primeira definição que nos vem à mente quando falamos de Neutralidade certamente seja o ponto intermediário entre o frio e o quente, ou entre o transparente e o musical. Podemos até aceitar que a Neutralidade, geograficamente, se situe no meio de ambos, mas a Neutralidade que esses fabricantes estão buscando de maneira cada vez mais eficaz e audível, é interferir o mínimo possível no que está na gravação. Buscando estar ‘ausente’ de apresentar sua ‘versão sonora’ daquela gravação!
Claro que inúmeros objetivistas acharão isso um objetivo inatingível, mas se esses se derem o direito de ouvirem o que esses fabricantes conseguiram até o momento, talvez alguns percebam que existem qualidades nesse caminho, e consequências positivas em termos de conforto auditivo e maior inteligibilidade do todo.
E aí chegamos no ponto central do objetivo dessa Neutralidade: não é tornar as gravações sem vida, como muitos leitores já nos questionaram, pois na cabeça dos audiófilos o que os move é encontrar o sistema ideal a seu gosto musical, e acredito que nenhum escolheu a Neutralidade como objetivo final.
Mas se esses mesmos audiófilos se derem o direito de ouvir suas gravações em um setup predominantemente ajustado para o Neutro, eles talvez entendam essa correlação maior da inteligibilidade do todo do acontecimento musical, com ausência de fadiga auditiva.
Pois a Neutralidade almejada por esses fabricantes é, na verdade, um equilíbrio maior entre todas as nuances existentes na reprodução eletrônica da música.
E se traduzirmos isso para os oito quesitos da nossa Metodologia, seria o equipamento que atingiu a mesma pontuação em todos eles.
Não imagino uma legião de audiófilos abraçando essa Terceira Via sonora da noite para o dia. Mas percebo nitidamente que audiófilos com maior experiência, e que possuem uma bagagem musical referencial da música ao vivo não amplificada, possuem maior facilidade em entender e ouvir as vantagens de um sistema mais neutro em sua assinatura sônica.
Agora vamos, finalmente, falar das qualidades sonoras do Norma.
Começarei pela conclusão: é o integrado mais neutro que analisamos nesses 28 anos da revista!
Sua apresentação da música é simplesmente o retrato sonoro mais fidedigno possível do que os músicos e o engenheiro de gravação alcançaram. Você ouvirá nuances que sequer são percebidas por outros excelentes integrados.
Não se trata apenas de recuperar micro-detalhes, mas de erros e acertos das gravações, do posicionamento dos microfones à escolha dos mesmos, da qualidade dos músicos e de seus instrumentos, e principalmente da qualidade final das mixagens e masterizações.
Pelo amor dos meus filhos, Andrette, traduz o que você escreveu!!!!!!!
Ok, vamos aos exemplos didáticos: só irá valer para os leitores que tiverem ainda as mídias físicas, pois no streamer tudo é mais pobre em termos de holografia sonora 3D, mas se quiserem tentar, boa sorte!
Ouça a faixa 22 do disco Love dos Beatles – While My Guitar Gently Weeps, do George Harrison. Não foi apenas uma remixagem dessa faixa, fizeram um lindo arranjo de cordas para o disco, que no original não existe. Na maioria dos integrados de alto nível, o naipe de cordas soa como um quarteto de cordas, o corpo é magro e o naipes soa uníssono, é difícil de acompanhar os violinos, violas, etc. E a sensação é que a orquestra tocou em uma sala de gravação pequena.
No Norma, existe muito mais ar, e a ambiência é mais próxima do espaço físico real do estúdio, e as cordas não estão confinadas somente dentro do canal esquerdo. E o som no todo não soa tão bidimensional como em todos os outros integrados.
Mas a gravação não tem grande profundidade, com apenas o George Harrison no centro um pouco mais recuado.
Aí você escuta o nosso Volume 15 do CDs encartado na Musician Magazine, faixa 7 – o terceiro movimento da oitava de Shostakovich, e o palco à sua frente no Norma é pleno, com largura para além das caixas, profundidade com todos os planos bem definidos, focados e recortados, e se escuta até o rebatimento nas paredes laterais dos instrumentos de sopro no centro da orquestra.
É um resultado que emociona, nos transmite realismo, conforto auditivo, materialização física da orquestra, não na nossa sala mas sim nos levando para a sala de gravação.
Ouça essa mesma faixa em outros excelentes integrados, e alguma coisa desse hiper refinamento se perde.
Claro que os excelentes integrados podem, pelas suas ‘virtudes’, dar ênfase a características que apreciamos, como por exemplo maior impacto dinâmico nos tímpanos, ou mais dramaticidade no rasgo dos naipes dos metais, ou ênfase na caixa, mas ter essa organização do acontecimento musical, sem desviar nossa atenção do todo, essa qualidade meu amigo é mérito das eletrônicas mais neutras, somente!
Espero ter explicado didaticamente essa questão.
O Norma é o tipo de amplificação que irá se beneficiar de 200 horas de queima, mas seu grau de prazer auditivo é instantâneo, você poderá apreciar seus discos desde o primeiro play! Nada de aguardar por dias os agudos se tornarem estendidos, os graves se firmarem e os médios se encaixarem, perdendo frontalidade.
Seu equilíbrio tonal é correto desde o primeiro segundo, e o que 200 horas aprimoram é apenas para deixá-lo ainda mais refinado, para apreciarmos ainda mais a ambiência nas altas e o deslocamento de ar nos graves.
Os médios são os que menos se alteram com a queima, mas tem um leve recuo depois do aparelho plenamente amaciado.
Seu soundstage é primoroso. Aliás, o Engenheiro Rossi tem diversos vídeos tratando de sua busca incansável por uma apresentação genuína 3D.
Acho que dentro das limitações das gravações multipista a partir dos anos 70, o que sua eletrônica alcançou é impressionante – e deveria ser referência para todos. Principalmente engenheiros de gravação, que deveriam ouvir seus trabalhos e ver como estão comprimindo excessivamente e deixando o som cada vez mais bidimensional (será esse o motivo de tentarem emplacar a qualquer custo o Dolby Atmos, o áudio 3D?).
Como diz o engenheiro Rossi, tudo é uma questão de aprimorar sua audição e ter referências do acontecimento musical real!
Ele nos mostra sem firulas ou marketing barato, o caminho das pedras para se ter em casa uma reprodução 3D holográfica – desde que a gravação tenha essa qualidade obviamente.
Nas semanas de teste do Norma, ouvi uma centena de gravações de todos os gêneros musicais e períodos. E vendo como a música a partir dos anos 70 foi ficando cada vez mais bidimensional. Com inúmeras gravações soando como se só tivessem largura e altura ou, se tiver voz, o cantor(a) está ao centro, levemente recuado(a), com os instrumentos à volta, soando todos no mesmo espaço e dentro das caixas.
Resultado, gravações comprimidas e sem nenhum arejamento, dão maior fadiga auditiva e desinteresse em ouvir novamente, principalmente em sistemas ultra transparentes.
Mas o Norma faz algum milagre com essas gravações, Andrette?
Claro que não, mas leia atentamente o que descrevi no exemplo da gravação do disco Love dos Beatles, e você entenderá que qualquer ‘respiro’ ou um foco e recorte mais correto, tornam qualquer gravação mais palatável!
Isso se traduz na nossa metodologia por ……… Folga!
Essa qualidade o Norma tem para ensinar a todos os concorrentes como fazer bem feito!
E isso, consequentemente, resgata grande parte dos nossos discos tão queridos e jogados às traças por muitos e muitos anos (principalmente depois que você iniciou sua jornada em busca de um sistema hi-end).
E chegamos ao quesito Textura!
O leigo, ou o audiófilo que preza e possui um sistema voltado para o quente eufônico, irá certamente achar as texturas ‘estranhas’ em uma eletrônica neutra. Mas à medida que você ouvir suas gravações preferidas, que conhece detalhadamente, irá perceber algumas nuances muito relevantes para o todo.
Pegue uma primorosa gravação de quarteto de cordas, como a do Hagen Quartet tocando o Adagio e Fuga de Mozart (faixa 6 e 7) e você perceberá que o perfeito equilíbrio tonal e o exuberante soundstage, com enorme espaço e imagem sonora holográfica, que nos mostram a posição exata de cada instrumento no espaço de gravação, e seu recorte cirúrgico, nos permite concentramos no quarteto à nossa frente como em uma apresentação ao vivo.
E observar a riqueza da paleta de cores dos dois violinos, da viola e do cello. E apreciar o virtuosismo do quarteto, qualidade dos instrumentos, escolha e posicionamento correto dos microfones, e a riqueza de detalhes e complexidade da escrita de Mozart.
É um deleite aos nossos ouvidos, e à nossa essência!
Esse grau de apresentação de texturas, meu amigo, só é possível quando os quesitos todos estão alinhados e atuando no mesmo nível!
E aí temos o quarto elemento dessa cadeia de acertos: a resposta de transientes. Ela precisa ser absolutamente correta em tempo, ritmo e andamento! E um excelente exemplo é o CD Eight Plus, do The Ron Carter Nonet. Que tão orgulhosamente lançamos, ainda no Clube do Áudio em 1997, em parceria com a gravadora Movieplay.
É uma gravação minha de referência, e esteve presente em todos os nossos Cursos de Percepção Auditiva, justamente para mostrar a simbiose entre textura e transientes.
Pois intencionalidade sem uma correta resposta de transientes, não existe. E esse disco tem várias faixas para provar essa correlação entre esses quesitos.
A faixa que uso é a sete – El Rompe Cabeza. Ron Carter, para esse trabalho gravado no Japão para o selo JVC, teve como formação o próprio tocando Piccolo Bass em todas as faixas, o pianista Stephen Scott, o baixista Leon Maleson, o baterista Lewis Nash, o percussionista Steve Kroon e quatro celistas: Kermit Moore, Chase Morrison, Carol Bluck e Rachel Steuermann.
Essa é daquelas gravações, meu amigo, que não faz sistema de refém. Ou o sistema passa pelo teste ou padece! Tenho histórias interessantes sobre essa gravação: desde um leitor que nos devolveu o disco, dizendo se tratar de uma gravação ‘inaudível’, até um leitor que deu o CD para sua empregada doméstica de tão ruim que achou.
Eu contava essas histórias, claro, após mostrar em diversos sistemas usados nos cursos, como era uma gravação crítica e exigente com sistemas pobres em resposta de transientes, soundstage e equilíbrio tonal. Pois essa faixa 7 exige demais desses quesitos.
Porém, se o sistema estiver à altura do desafio, meu amigo, é de ouvir calado e suspirando ao final!
Quem não conhece ambas faixas, fica incrédulo quando eu digo que elas podem soar sofríveis! Pois no sistema certo, soam divinas!
Como pode, todos perguntam?
Simples, basta as pessoas serem humildes e aceitarem que o problema não são as gravações, e sim seu sistema que está torto! Quantos audiófilos têm a coragem de assumir que erraram, quando podem simplesmente jogar a culpa na gravação?
O Norma reproduz esse disco do Ron Carter impecavelmente, com uma apresentação de transientes na marcação da caixa de bateria, os staccatos dos quatro cellos e o solo do Ron Carter de maneira que você não perde uma nota sequer!
E para avaliar a dinâmica, recorri às nossas gravações sinfônicas mais usadas: Sagração da Primavera de Stravinsky, Sinfonia Fantástica de Berlioz, e coloquei uma gravação que adoro, mas fazia tempo que não ouvia – Copland – The Music Of America – faixa 1 – Fanfare for the Common Man, que também usei no Workshop.
Meu amigo, velocidade, corpo, deslocamento de ar da percussão, são de enorme impacto e correção. Não é um cofre de uma tonelada caindo no meio das suas pernas, mas é preciso e impactante, como está escrito na partitura.
E nos outros dois exemplos, idem.
Quanto à micro, sua neutralidade é a base para que ouçamos desde as nuances mais ínfimas, as mais explícitas.
Sua apresentação de corpo harmônico é uma das mais interessantes de qualquer excelente integrado que testamos nos últimos anos. Não é melhor apenas que do Sunrise Lab V8 Aniversário (que ainda nesse quesito é nossa referência), mas para gravações digitais é altamente convincente, e faz com que nosso cérebro não fique nos atormentando se aquele corpo não poderia ser maior.
E como já cantei a bola, nas gravações bem feitas no Village Vanguard, em Nova York, do pianista Bill Evans e do octeto do Wynton Marsalis, fui literalmente transportado para lá.
E materializei à minha frente o tenor José Cura, Louis Armstrong, Ella, Sinatra e Milton Nascimento.
CONCLUSÃO
Quando vimos a lista de novos integrados que estão chegando ao mercado, e seus históricos internacionais com excelentes testes, sabíamos que essa nova leva teria todas as condições de avançar ainda mais acima do limite de 100 pontos, entrando no Estado da Arte Superlativo.
E era apenas uma questão de tempo sabermos quem iria subir um degrau acima do maravilhoso V8 Aniversário da Sunrise Lab, detentor desse podium por mais de dois anos!
Essa nova referência é inegavelmente o Norma Audio Revo IPA-140. Um integrado tão refinado que não deixou muito espaço para nenhuma dúvida de sua merecida pontuação.
Trata-se de um aparelho tão surpreendente em termos de preço, performance e construção, que fica até difícil sustentar que ainda haja espaço para prés e powers com pontuação inferior ou semelhante, mas que custam provavelmente muito mais que o Norma.
Se querem que eu o defina em uma palavra, a única que me vem à mente é: Exuberante!
Se você deseja ter um sistema Estado da Arte Minimalista, e dentro da nossa realidade, faça como eu e adquira o Norma Revo IPA- 140, nossa nova referência em integrados do mercado!
PONTOS POSITIVOS
O melhor integrado já testado nos 28 anos da revista!
PONTOS NEGATIVOS
Pelo seu nível de construção, performance e custo, absolutamente nada.
ESPECIFICAÇÕES
Entradas | 4x RCA, 1x XLR balanceada, Phono opcional, USB DAC opcional |
Impedância de entrada | 47Kohm (entrada não selecionada) / 10 Kohm (entrada selecionada) |
Sinal de saída | Saída pré passiva, saída pré ativa, saída de gravação, saída de subwoofer |
Impedância de saída | 200 ohms |
Potência de saída | 2 pares de bornes, aceita plugues banana de 4 mm e spade |
Resposta de frequência) | 0 Hz – 1.8 MHz (-3dB) |
Potência de saída (por canal) | 140W em 8 ohms / 280W em 4 ohms |
Ganho | 34dB |
Configuração | Dual-mono |
Tipo de circuito | Estado sólido |
Transistores | MOSFET, 3 pares para cada canal |
Corrente de saída disponível | 36A contínuo, pico de 150A (por canal) |
Filtragem da fontel | 72.000 uF, 12 capacitores para cada canal |
Transformadores | 2 toroidais, 400 VA por canal |
Fornecer | 115-230 V – 50-60 Hz (configurado de fábrica) |
Dimensões (L x A x P) | 430 X 110 x 365 mm |
Peso | 25kg |
AMPLIFICADOR INTEGRADO NORMA AUDIO REVO IPA-140 | ||||
---|---|---|---|---|
Equilíbrio Tonal | 13,0 | |||
Soundstage | 13,0 | |||
Textura | 13,0 | |||
Transientes | 13,0 | |||
Dinâmica | 13,0 | |||
Corpo Harmônico | 13,0 | |||
Organicidade | 13,0 | |||
Musicalidade | 13,0 | |||
Total | 104,0 |
VOCAL | ||||||||||
ROCK, POP | ||||||||||
JAZZ, BLUES | ||||||||||
MÚSICA DE CÂMARA | ||||||||||
SINFÔNICA |
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(11) 95442.0855
(48) 3236.3385
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