Teste 4: CABO ETHERNET LAN NORDOST LEIF BLUE HEAVEN

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Já faz um bom tempo que, cada vez mais audiófilos e melômanos migram para sistemas com streamer de música. Assim como aconteceu com o disco de vinil, que foi posto de lado pela praticidade do CD – mais pela comodidade do controle remoto dos CD-Players que propriamente pelo CD – o streaming de música vem caindo no gosto da rapaziada. Embora saibamos que há falhas e perdas no processo de digitalização, e no modo como a estrutura da rede mundial de computadores trata o arquivo digital, existem mais vantagens que desvantagens, sobretudo se você não for tão purista assim. Só o fato de poder ter toda sua biblioteca à um toque de distância, é motivo mais que suficiente para se deixar seduzir pela praticidade da música em arquivo.

A medida que o computador foi ganhando espaço nos sistemas de áudio high-end, e a consolidação dos tipos de arquivos sem perda (lossless) como FLAC foi caindo no gosto dos audiófilos, a necessidade de maior capacidade de armazenamento também foi crescendo. Com isto, muitos dos donos de computadores criaram seus próprios servidores NAS para suprir a demanda por espaço para sua discoteca, agora ‘ripada’ para o disco rígido. Nascia aí uma nova demanda por cabos de rede de padrão audiófilo. Principalmente agora, com o streaming de música, onde as perdas de informação são sentidas com maior intensidade, seja pela própria tecnologia ainda em estágio inicial, seja pela parte física dos componentes como fiação externa das operadoras de telefonia, modem e etc.

O cabo Ethernet Nordost Blue Heaven vem para melhorar esta conexão combalida, permitindo a integração de dispositivos NAS e streaming de música, melhorando ao mesmo tempo seu desempenho sonoro. Segundo a Nordost, a tecnologia empregada no cabo Ethernet Blue Heaven elimina completamente o crosstalk. Melhora a resistência ao ruído e mantém a transferência de dados mais estável. Com isto a melhora no som é percebida assim que o espetamos no sistema!

O cabo é composto por oito condutores de núcleo sólido, 24 AWG, de cobre isolados em polímero resistente, dispostos em um design de par trançado e Conectores 8P8C/RJ45 blindados.

Para realizar os testes do cabo Nordost Blue Heaven, utilizamos os seguintes equipamentos. Amplificador integrado Sunrise Lab V8 MkIV, sistema Naim composto por Streaming ND5 XS com Power Supply XP5 XS, Naim DAC com Power Supply XDS DR, Pré Naim NAC 282 com power supply HI CAP, amplificador Naim NAP 250. Fonte: Blue Sound Node 2. Cabos de força: Transparent MM 2, Sunrise Lab Reference Magic Scope com terminação normal e com conector I8 para o Blue Sound, e Chord Sarum. Cabos de interconexão: Cabo Ethernet Wireworld Starlight, Sunrise Lab Reference Magic Scope RCA, Sunrise Lab Quintessence Magic Scope. Cabos de Caixa: Sunrise Lab Quintessence Magic Scope e Chord Sarum. Caixas acústicas: Dynaudio Focus 380, Dynaudio Emit M30. Todo o sistema Naim e as caixa Dynaudio Focus 380 foram cedidos para testes pelo nosso amigo Alan, e a ele eu agradeço muito pela gentileza e paciência (risos).

Comecei ouvindo o Blue Sound com o cabo CAT5e comum, ‘made in Santa Ifigênia’, para sentir o tamanho do salto quando fosse para o Blue Heaven. Não esperava grande coisa então acabei gostando da apresentação, fazendo concessões aqui e ali para não arrancar os cabelos.

Considero o cabo Ethernet o maior funil dos sistemas com NAS e streaming de música. Assim como a nossa elétrica fornecida pelas concessionárias não é ideal para aplicações audiófilas, o que é entregue pelas empresas de telefonia também não. Por isto, faz toda a diferença utilizar um cabo que consiga a integridade do sinal e, neste quesito, o Nordost se sai muito bem. Seria loucura dizer que ele recupera alguma informação, mas a sensação que ficamos é esta mesmo. É claro que ele não recupera nada, mas o pouco que sobra do sinal, ele conduz muito bem! Fico imaginando o quanto se perde nos postes e nas caixinhas de passagens dos prédios e das casas, até chegar ao modem.

Com o Blue Heaven no sistema, o som se torna mais palpável, mais próximo do real e com ótimo equilíbrio tonal. As texturas são o ponto forte do cabo, e o que mais se perde em sistemas digitais, por esta razão, a interação dele com o sistema é quase como juntar a fome com a vontade de comer. Ele traz à música via streaming um calor e organicidade que falta na maioria dos players de streaming de música de baixo custo, e que se estende até para alguns aparelhos mais sofisticados.

Esta melhora geral que o cabo provoca fica bastante evidente no Blue Sound, que é um bom player, mas sofre de ‘digitalite do miocárdio’. No disco Musica Nuda Live à Flip, da dupla Petra Magoni e Ferruccio Spinetti, faixa 1, o contrabaixo soa vigoroso, com ótima extensão nos graves e bastante harmônicos. Os detalhes de boca da Petra ficam muito bonitos, a dicção ganha uma clareza muito boa. O Nordost consegue dar velocidade aos transientes de maneira bastante natural, não soam forçado, nem aparecem em detrimento do endurecimento das altas.

Quando colocamos algo mais encardido de tocar, o disco Meu nome é Gal (O melhor de Gal Costa), de 1988, faixa 11, uma faixa que é um verdadeiro terror para sistemas digitais, pois é uma gravação antiga e cheia de efeitos de pássaros, assobios e uma flauta que teima em metalizar. Esta música é famosa por derrubar sistemas com streaming de música. O Nordost conseguiu dar dignidade ao Blue Sound, e colocar o Naim numa posição de rei soberbo e com uma naturalidade estonteante! As intencionalidades da voz, no início da música, são uma verdadeiro calvário, e quando a cantora resolve mostrar toda a potência de sua voz, o Blue Heaven acompanhou com muita facilidade, se mantendo firme, trazendo conforto auditivo e uma organicidade de dar inveja. Mas nem tudo são flores, e o que menos impressionou no cabo foi o seu palco, que não era muito largo – para ouvir orquestras e conjuntos com muitos músicos, faltava aquela lateralidade e um pouco mais de profundidade para acompanhar o restante das qualidades do cabo.

Ficou claro que o Wireworld não estava no nível do Blue Heaven, mas ainda assim resolvi fazer um teste, pois estava bastante curioso. O Blue Heaven saindo do modem direto para o player ia muito bem, mas quando resolvemos colocar o Starlight do modem para o roteador Apple AirPort Time Capsule, e dele o Blue Heaven para o Player, o salto foi enorme! A dica que dou, é que procurem ou por este roteador, ou os de outras marcas que já são considerados audiófilos, como os da iFi ou outros.

CONCLUSÃO

Para quem busca um cabo Ethernet honesto, de bom preço e com qualidades que trazem melhoras reais ao sistema, peço que ouçam este cabo Nordost Blue Heaven, pois quem está sentindo falta de pegada, de naturalidade e de textura na sua fonte de música via streaming, ele pode ser a salvação da lavoura.


Pontos positivos

Ótima construção, material bastante resistente. Conectores blindados com ótima pega.

Pontos negativos

Nenhum.


ESPECIFICAÇÕES
IsolaçãoPolímero de alta densidade
ConstruçãoPar trançado (s/ftp)
Tipo dos condutores8 x 24 AWG
Material dos condutoresCobre sólido
Cobertura de blindagemBlindagem total com dupla trança
Terminação Conectores blindados 8P8C/RJ45

CABO ETHERNET LAN NORDOST LEIF BLUE HEAVEN
Equilíbrio Tonal 9,0
Soundstage 8,5
Textura 8,5
Transientes 10,0
Dinâmica 8,0
Corpo Harmônico 8,5
Organicidade 8,0
Musicalidade 9,0
Total 67,5
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
Teste 4: CABO ETHERNET LAN NORDOST LEIF BLUE HEAVEN



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