Teste 3: CAIXAS ACÚSTICAS DYNAUDIO EVOKE 10

Teste 4: CABO NORDOST FREY 2 DE INTERCONEXÃO E DE CAIXA
agosto 16, 2019
Teste 2: PRÉ DE PHONO BOULDER 508
agosto 16, 2019


Juan Lourenço
revista@clubedoaudio.com.br

A Impel, importadora oficial da marca Dynaudio no Brasil, trouxe a mais nova linha de caixas acústicas da marca, a Evoke. A linha Evoke é composta por cinco caixas: as bookshelf Evoke 10 e 20, as duas torres 30 e 50, além do central 25C. A linha utiliza tecnologia avançada herdada das caixas topo de linha, bem como seu acabamento primoroso.

Cada parte foi analisada a partir do zero. Todos os drivers foram otimizados na sala de medições Jupiter, de última geração, da Dynaudio. Este laboratório merecia fazer parte das locações da série de Star Trek, de tão futurista que é!

O primeiro contato que tivemos foi com a Evoke 10. Uma caixa de pequeno porte, como toda book de entrada – mas não se engane, ela possui muito poder de fogo. O acabamento em preto alto brilho tem a delicadeza e a profundidade de preto das caixas topo de linha da marca, sem jamais roubar a cena ou chamar tanto a atenção ao ponto de admirarem-la mais como uma peça de decoração do que a caixa acústica competente que é.

As Evoke vieram para amparar os órfãos das Focus que, por algum tempo, observaram a gama ser canibalizada por outros modelos da marca. Devo dizer que as Evoke não apenas substituem as Focus com dignidade, elas nos fazem esquecer-se do prefixo 200x da antiga Focus como uma modelo capa de revista nos faz esquecer o próprio nome, e nos faz até gostar da simplicidade do novo numeral adotado pela marca.

A Dynaudio desenvolveu um novo tweeter Cerotar com domo interno Hexis, já utilizado também na Special 40. Baseado nos tweeters da linha Confidence, este novo tweeter de 28mm com bobina de alumínio e ferrite de carbonato de estrôncio, possui um sistema de difusor que melhora o fluxo de ar trazendo uma resposta de freqüência mais equilibrada, melhorando significativamente a transição entre ele e o woofer de 14 cm. O novo woofer ESOTEC+, feito em MSP (Polímero de Silicato de Magnésio), uma tecnologia proprietária da marca, possui bobina de alumínio e ferrite de carbonato de estrôncio e ímã de cerâmica.

A linha Evoke possui acabamento em preto, branco – ambos em verniz alto brilho – walnut e Blonde Wood.

Para o Teste utilizamos os seguintes equipamentos e acessórios. Fontes: toca-discos de vinil Technics SP10 com braço Linn e cápsula 2M Bronze, Pré de phono The Phonostage (interno do Sunrise Lab V8), CD-Player Luxman D-06, DAC Hegel HD30. Amplificação: PS Audio S300, Sunrise Lab V8 Mk4. Cabos de força: Transparent MM 2, Sunrise Lab Reference II Magic Scope, Sunrise Lab Premium, Sunrise Lab Quintessence Magic Scope. Cabos de interconexão: Sunrise Lab Reference Magic Scope RCA e Coaxial digital, Sunrise Lab Quintessence RCA e Coaxial digital, Sax Soul Zafira III XLR. Cabos de Caixa: Transparent Reference XL, Sunrise Lab Reference II Magic Scope, e Sunrise Lab Quintessence Magic Scope.

A queima ou amaciamento da Evoke 10 levou 360 horas. Neste período ela sai de um grave engessado e pouco articulado, com médios proeminentes e agudos tímidos, para uma caixa realmente exuberante. A única coisa que, de cara, chama muito atenção é o tamanho dos instrumentos e vozes reproduzidos por este pequeno presente dinamarquês.

É uma caixa que não se intimida com salas médias, e tem um poder de deslocamento de ar digno de uma torre.

A região média é última parte a se encaixar ao final do amaciamento, e é no final dos ‘45 do segundo tempo’, mesmo. Até lá você tem a nítida sensação de que a caixa será azeda nos médios. A caixa é ótima, tem um baita palco enorme, extensão de agudos corretos até demais para o seu nível – mas que não vai ter jeito, parece que vai ter de conviver com os médios que destoam do resto. Até que um belo dia, já acostumado com aquela aspereza que dá um nó no cérebro, pois todo o resto é fabuloso e você cansou de xingar a Dynaudio por ter ‘comido bola’, tudo se encaixa e o sorriso vai de orelha a orelha, quase chegando à nuca!

Com a maior disposição do mundo, voltamos a ouvir todos os discos que, até aquele momento, não passavam de horas de audição, mas que agora seriam momentos de puro prazer!

A compatibilidade da Evoke 10 com cabos e amplificadores é de tirar o chapéu. Por ela ser bastante neutra, não teve trabalho com posicionamento nem com o cabeamento que a acompanhava. Esta é, sem dúvida, uma ótima qualidade desta pequenina, pois as chances de comprar às cegas e se dar mal são quase nulas. Ela vai muitíssimo bem em sistemas quentes, ao mesmo tempo em que tolera sistemas mais abertos, pois seu equilíbrio tonal é realmente diferenciado. Ela não permite que um amplificador ou cabo gritalhão deturpem sua docilidade, nem permite que o inverso aconteça, que um amplificador fechado tire sua vivacidade e velocidade.

A Evoke 10 casou muito bem com o integrado S300, que possui uma gostosura e gordurinhas que a fizeram aceitar melhor cabeamentos de patamares mais baixos, sem comprometer o equilíbrio tonal de forma a estragar a audição.
O palco sonoro produzido por ela é gigante. A lateralidade e a localização dos instrumentos são de cair o queixo. Ela é de um foco e recorte que nos faz esquecer que ali toca uma bookshelf.

Querendo ou não, a linha Excite acabou por assumir o papel de padrasto da linha Focus, pois daí para cima os valores, para subir de nível dentro da marca, exigiam um pouco mais de disposição. Como tinha à mão um par de Excite X14, não me contive e coloquei lado a lado para comparação. Caro leitor, imagine a surra que o Rocky Balboa levou do grandalhão russo sem a virada triunfante no final – esta é a imagem que me veio ao comparar as duas caixas acústicas.

A Excite perto da Evoke sequer parece ser Dynaudio, de tão distante que ficaram. Graves duros sem extensão e sem timbragem, agudos que passam do ponto e desaparecem antes do tempo ao decair. Os médios são parecidos com os da Evoke (quando as Evoke ainda estavam nos ‘45 do segundo tempo’), só neste período é que elas tinham algo de semelhante. Fora este momento, parecem caixas de fabricantes diferentes de tão distantes.

É com muita segurança que digo que a linha Evoke marca uma nova era para os audiófilos e melômanos. A era da paixão, do entusiasmo e do prazer em ouvir música, sem aquelas preocupações típicas de quem nunca teve uma dynaudio. Digo isto por que por aqui a Dynaudio sempre teve um merecido status de ‘caixas de quem está um nível acima dos demais mortais, no hobby’.

Sabe-se lá porque algumas pessoas achavam que Dynaudio era para os ‘audiófilos’ – ou você tinha bagagem, experiência no hobby, ou era melhor ficar nas marcas mais populares. A Evoke 10 acaba com este estigma, e te apresenta uma caixa refinada e fácil de tocar, uma caixa acústica que te permitirá usufruir de suas qualidades sem a preocupação de sair trocando todo o sistema para que ela se mostre. Ela te apresenta o prazer de ir removendo os gargalos do sistema e redescobrindo seus discos a cada novo upgrade, até igualar o sistema ao nível dela e se tornar mais um apaixonado pela marca.


Pontos positivos

Equilíbrio majestoso. Tamanho de palco gigante. Toca bem em salas médias. Acabamento refinado.

Pontos negativos

Nenhum.


ESPECIFICAÇÕES
Sensibilidade84 dB (2.83V/1m)
Potência 160 W
Impedância 6 Ω
Resposta de frequência (±3dB) 47 Hz a 23 kHz
Tipo de gabinete Bass-reflex com duto traseiro
Tipo de crossover 2-vias
Frequência de corte 1400 Hz
Topologia de crossover 2ª ordem
Woofer 14 cm – cone MSP
Tweeter 28 mm – Cerotar com Hexis
Dimensões (L x A x P) 180 x 315 x 277 mm
Peso 6.7 kg

CAIXAS ACÚSTICAS DYNAUDIO EVOKE 10
Equilíbrio Tonal 10,0
Soundstage 10,0
Textura 10,0
Transientes 10,0
Dinâmica 10,5
Corpo Harmônico 10,0
Organicidade 10,0
Musicalidade 10,5
Total 81,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
Teste 3: CAIXAS ACÚSTICAS DYNAUDIO EVOKE 10



Impel
(11) 3582.3994
R$ 12.096

1 Comment

  1. Jacimar Souza silva disse:

    Boa tarde, esta caixa toca bem com hegel h 90

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *