MUSICIAN – Discografia: ASTOR PIAZZOLLA – O TANGO NOVO – VOL. 17

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MUSICIAN: Bibliografia II – ASTOR PIAZZOLLA – O TANGO NOVO
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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

O compositor e intérprete argentino Astor Piazzolla foi, com sua obra, um dos indiscutíveis gênios do século XX. Com sua linguagem única, levou o tango de seu País não só para os muitos admiradores do gênero no mundo, mas, em última forma, também o levou a falar a língua dos jazzistas e dos músicos eruditos. Há ecos da complexa e belíssima obra de Piazzolla, seja ela com orquestras, conjuntos de câmara, quintetos ou octetos de ‘tango nuevo’, em uma variedade de gêneros e estilos musicais da segunda metade do século XX até hoje – e vice-versa, pois muitos são os influenciados por sua obra. A música de Piazzolla é hoje, certamente, uma música universal, para todos os corações e mentes.

FAIXA 1 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – ADIÓS NONINO (1959) – (NAXOS 8.572331, FAIXA 11)

Vicente Piazzolla, o ‘Nonino’, pai de Piazzolla, faleceu em 1959 na Argentina quando Astor estava em turnê pela América Central. Retornando a Nova York alguns dias depois, com dificuldades financeiras pela turnê mal sucedida, munido de sua tristeza, o compositor fechou-se sozinho em seu apartamento e, em menos de uma hora, compôs Adiós Nonino. A obra é considerada um dos principais trabalhos de Piazzolla, sendo que ele gravou-a inúmeras vezes, ao longo dos anos, com várias formações instrumentais. Contribuindo com sua notoriedade mundial, ela foi tocada em 2002 no casamento do Rei Guilherme Alexandre da Holanda com a Rainha Consorte Máxima Zorreguieta, que é de origem argentina.

FAIXA 2 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – MILONGA DEL ANGEL (1965) – (NAXOS 8.570523, FAIXA 1)
FAIXA 3 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – RESURRECCIÓN DEL ANGEL (1965) – (NAXOS 8.572596, FAIXA 10)

A milonga, ou o tango milongueiro, é uma forma rítmica um pouco distinta do tango usual, e bastante popular nas orquestras típicas da Argentina. Aqui Piazzolla escreveu, explorando o tango mais introspectivo, partes da Série Angel, como o trio Milonga del Angel, La Muerte del Angel e Resurrección del Angel, representando a natureza gentil, a fúria da morte e o triunfo meditativo da ressurreição. Apesar das três peças serem frequentemente tocadas juntas, foram compostas separadamente. Outras duas peças consideradas da mesma série são El Tango del Angel, de 1957, que é um dos primeiros exemplos do Tango Nuevo, e Introducción al Ángel que, juntamente com La Muerte del Angel, são composições de 1962.

FAIXA 4 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – LAS 4 ESTACIONES PORTEÑAS – VERANO PORTEÑO (1965) – (NAXOS 8.572271, FAIXA 10)

Também conhecida como As Quatro Estações de Buenos Aires – o adjetivo ‘porteño’ refere-se a quem nasceu na cidade de Buenos Aires – cada uma de suas partes, o Verão, Outono, Primavera e Inverno, foram compostos como peças separadas, mas eram costumeiramente tocadas em forma de suíte. A primeira parte, o Verano Porteño, foi composta em 1965 por Piazzolla como música incidental para a peça Melenita de Oro do dramaturgo, escritor e diretor de teatro argentino Alberto Rodríguez Muñoz.

FAIXA 5 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – RETRATO D’ALFREDO GOBBI (1969) – (NAXOS 8.572331, FAIXA 10)

Alfredo Gobbi (1915-1965) foi um dos pioneiros do tango na primeira metade do século XX em Buenos Aires, como compositor, violinista, arranjador e líder de orquestra, começando sua carreira aos 13 anos e, a partir dali, integrando as orquestras dos principais tangueros de sua época. Piazzolla considerava Gobbi como o pai de todos os que fizeram o tango moderno, e aqui faz uma homenagem afetuosa ao mestre.

FAIXA 6 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – LAS 4 ESTACIONES PORTEÑAS – INVIERNO PORTEÑO (1970) – (NAXOS 8.572271, FAIXA 8)

Em uma época bastante produtiva de sua vida, Piazzolla estreou o ciclo completo das Cuatro Estaciones Porteñas no Teatro Regina de Buenos Aires acompanhado de seu quinteto, em 19 de maio de 1970. O ciclo, em ordem de composição, tem os movimentos Verano Porteño, de 1965, Otono Porteño, composto em 1969, e Primavera e Invierno Porteño, ambos composições de 1970.

FAIXA 7 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – MILONGA SIN PALABRAS (1979) – (NAXOS 8.573166, FAIXA 8)

Forma originária da região do Rio da Prata, entre Argentina e Uruguai, a milonga usualmente cantada era muito popular no fim do século XIX, e é derivada de um estilo de canto chamado de ‘Payada de Contrapuncto’. Piazzolla compôs a Milonga Sin Palabras em 1979, originalmente apenas para bandoneón e piano, e dedicou-a a sua esposa.

FAIXA 8 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – LE GRAND TANGO (1982) – (NAXOS 8.572596, FAIXA 5)

Em 1982, Piazzolla compôs Le Grand Tango, uma peça para violoncelo e piano, dedicada ao violoncelista russo Mstislav Rostropovich e para o qual o compositor chegou a presentear a partitura. Rostropovich nunca tinha ouvido falar de Piazzolla, então sua partitura permaneceu durante anos esquecida em uma gaveta. Anos depois o violoncelista Carter Brey, que havia ganhado o Concurso Internacional de Violoncelo Rostropovich, conhece Piazzolla e estreia Le Grand Tango, fazendo com que Rostropovich tome interesse pela obra e viaje a Buenos Aires para conhecer o compositor e receber instruções sobre a execução da mesma. A estreia nas mãos de Rostropovich se dá, então, em Nova Orleans em 1990, acompanhado
da pianista Sara Wolfensohn.

FAIXA 9 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – TANTI ANNI PRIMA (1982) – (NAXOS 8.573166, FAIXA 10)

Também chamada de Ave Maria, a obra foi originalmente escrita, juntamente com Oblivion, para o filme Enrico IV do cineasta italiano Marco Bellocchio, estrelando Marcello Mastroianni e Claudia Cardinale. Tanti Anni Prima é a música tema da personagem Matilde, interpretada por Cadinale, e foi composta para oboé e piano.

FAIXA 10 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – OBLIVION (1982) – (NAXOS 8.570523, FAIXA 5)

Oblivion é uma das mais populares peças de Piazzolla. No estilo de milonga, para oboé e orquestra, é um tango mais tradicional, com menos influência jazzística. É outra peça escrita para o filme Enrico IV de Marco Bellochio, que conta a história de um ator que cai de seu cavalo enquanto encenava o papel de Henrique IV e, quando acorda, passa os vinte anos seguintes achando que é o próprio Henrique IV.

FAIXA 11 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – HISTOIRE DU TANGO – CAFE 1930 (1986) – (NAXOS 8.554760, FAIXA 13)
FAIXA 12 – ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992) – HISTOIRE DU TANGO – CONCERT D’AUJOURD’HUI (1986) – (NAXOS 8.554760, FAIXA 15)

Literalmente a ‘História do Tango’ foi escrita para ser contada por uma flauta e um violão, desde o ano 1900 até a década de 1980. O movimento Cafe 1930 mostra quando o tango passou a ser mais ouvido do que dançado, tornando-se mais musical, lento, romântico e melancólico. Já o movimento Concert D’Aujourd’Hui é o tango atual e o tango do futuro, moderno, que retém suas origens, mas hoje está mesclado com jazz e música clássica moderna, como Stravinsky e Bartók.



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Ouça um minuto de cada faixa do CD história da música – ASTOR PIAZZOLLA – TANGO NOVO – Vol. 17:

Faixa 01
Faixa 02
Faixa 03
Faixa 04
Faixa 05
Faixa 06
Faixa 07
Faixa 08
Faixa 09
Faixa 10
Faixa 11
Faixa 12


Em comemoração aos 23 anos da revista, selecionamos essa matéria da edição 200.

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