Teste 3: CÁPSULA SOUNDSMITH HYPERION MKII ES

MUSICIAN – Bibliografia – EGBERTO GISMONTI
outubro 16, 2019
Teste 2: AMPLIFICADOR INTEGRADO HEGEL H590
outubro 16, 2019


Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Às vezes somos levados a um novo caminho, por uma série de eventos inesperados. E meio que atordoados, a princípio sequer imaginamos o que ocorrerá. Assim posso descrever meu contato com a linha de cápsulas da Soundsmith e, em particular, com a nova Hyperion MkII.

Tudo começou quando a minha referência em cápsulas, a Air Tight PC-1 Supreme, foi para o estaleiro, após quase 5 anos de uso diário, e precisou praticamente serem refeitos a agulha e o cantilever. Para você que está pensando em se aventurar a montar um sistema analógico, lembre-se que cápsulas se desgastam e necessitam de manutenção de tempos em tempos. Claro que a maioria de vocês não submeterá seu sistema analógico a 4 a 5 horas diárias de uso (como eu).

Mas mesmo que você utilize apenas nos finais de semana, ou por uma ou duas horas diárias, um dia ele irá abrir o bico e pedir retifica na certa. Afinal estamos falando de atrito mecânico, e por melhor que seja o material utilizado, sempre haverá desgaste.

Pois bem, nesses 11 meses que aguardei o retorno da minha cápsula, me aventurei em ouvir muitas outras cápsulas, e este processo forçado me levou a conhecer excelentes opções, como por exemplo a Transfiguration Proteus (também japonesa), com uma relação custo/performance impressionante (custa literalmente a metade do preço da PC-1 Supreme), ouvi e testei também a Grado Statement 2 (outra cápsula muito correta e musical, ainda mais barata que a Proteus) e a Quintet Black da Ortofon, excelente custo/benefício para quem deseja uma cápsula de entrada, mas com atributos de cápsula definitiva para sistemas analógicos Diamante Referência com um pé no Estado da Arte.

O interessante é que, cada vez que me aventurava a escutar uma nova cápsula, lá vinha o nosso colaborador André Maltese instalar a dita cuja e sempre ele me dizia: “Você precisa escutar a nova Hyperion MkII ou alguma cápsula intermediária da Soundsmith.

E me contava a história de como conheceu Peter Ledermann e ficaram amigos.

Quem conhece o Maltese sabe de sua paixão por analógico e seu vastíssimo conhecimento (com muita propriedade) de cápsulas, braços, toca-discos, prés de fono, etc. Você pode passar dias e dias conversando com ele, e aprender uma enormidade de ‘causos’ e histórias deste mercado analógico. O cara é uma enciclopédia, capaz de dizer até o ano de fabricação de uma determinada série de cápsulas que foram vendidas apenas 100 unidades.

Mas, seu conhecimento vai mais longe, ao nos mostrar o ‘caminho das pedras’, o que casa bem com o que, e o que desanda. Pois bem, depois de contar-me toda a história do fundador da Soundsmith, Peter Ledermann e como o conheceu e o ajudou a arrumar um distribuidor no Brasil, e começou a descrever do que é feito o cantilever de suas cápsulas, uma luz de interesse acendeu na minha cabeça. Peter ainda hoje realiza a retificação de inúmeras cápsulas de vários fabricantes. Como diria o ex-presidente americano Barack Obama: “Ele é o cara”. Com tamanha expertise e a possibilidade de ver o que todos os grandes fabricantes de cápsulas faziam, para diferenciar seus produtos ele resolveu fabricar suas próprias cápsulas.

Esses anos todos de retificação o ajudaram principalmente a saber o que ele não deveria fazer, para poder conquistar seu lugar ao sol como fabricante de cápsulas. Então começou por estudar o que poderia ter de diferencial em relação à concorrência, e descobriu dois caminhos que o diferenciariam de todos: o sistema que ele batizou de DEMS (Dynamic Energy Management System) e seu cantilever feito de espinho de cactus – sim meu amigo, você entendeu perfeitamente: cactus, aquela planta exótica que você encontra em regiões áridas e que aparecem nos filmes de Hollywood nos anos 60 para descrever paisagens na divisa com o México.

O sistema DEMS consiste no estudo de direcionar as forças vibratórias do atrito da agulha com os sulcos, para longe da agulha, sem reflexões e que sejam dispersadas adequadamente pelo braço do toca-discos. A ausência dessas reflexões permite que a agulha permaneça em um contato muito maior com a parede dos sulcos dos discos. Resultado: aumento de todos os detalhes do micro ao macro, e redução drástica do ruído de fundo dos discos que tanto nos incomodam entre uma faixa e outra ou nas passagens em pianíssimo.

Mas, o sistema DEMS vai ainda mais adiante, ao repensar a construção da cápsula saindo do convencional design quadrado, que a maioria dos fabricantes utiliza. Peter percebeu que esta construção interna quadrada influi nas reflexões vibratórias, causando inúmeros problemas que voltam para a agulha, fazendo-a vibrar ainda mais.

Ele nos dá o exemplo de cantar em um campo aberto em comparação a cantar no chuveiro. As reflexões do cantar no chuveiro se misturam, causando ondas vibratórias impossíveis de serem isoladas depois de iniciadas. Para contornar este problema, suas cápsulas não utilizam construções internas quadradas, sendo visualmente mais largas lateralmente.

Peter, de tanto retificar cápsulas consideradas ‘superlativas’, percebeu que pequenas mudanças resolveriam problemas óbvios. Decidiu, ao produzir suas cápsulas, que desafiaria todas as convenções de construção das mesmas, mudando e estudando tudo que fosse possível. E, de tanto retificar cantilevers de tubos, feitos de inúmeros materiais rígidos, percebeu que se conseguisse aliar as suas descobertas do sistema DEMS a um novo material rígido o suficiente para suportar o atrito mecânico da agulha com o disco, mas que fosse maleável o suficiente para diminuir as reflexões, ele daria um salto gigantesco. E foi aí que surgiu o cantilever de espinho de cactus.

Depois de pesquisar uma infinidade de materiais que tivessem alta rigidez e, ainda assim, fossem maleáveis, sua resposta não veio da mistura de metais, e sim da natureza. Peter fez alguns protótipos com cactus e descobriu que este possuía as condições ideais para trabalhar com o sistema DEMS.

Mas, faltava ainda um último passo para suas ideias fugirem do convencional. Ele queria avançar também no desenvolvimento de suas bobinas, e defende com enorme veemência e muita argumentação sua escolha pelo que ele chama de Bobina Fixa Soundsmith. Em um artigo em seu site, Peter defende sua ideia de bobina fixa com muitos números e diferenças sônicas e de medições. Darei uma breve pincelada nos principais argumentos, caso contrário este teste terá 20 páginas, rs.

Segundo Peter, as vantagens mais relevantes são: até 1600% menos massa interna do ‘gerador’ em movimento, que resulta em uma recuperação de microdetalhes muito maior. Energia armazenada muito menor, diminuindo drasticamente as energias refletidas. Frequência ressonante natural muito mais alta – ressonância de amplitude mais baixa. Suspensão muito mais robusta, permitindo a eliminação de desvio de azimute, com capacidade de ser reconstruída inúmeras vezes (outra vantagem do uso de cactus) e probabilidade de ‘sobreviver’ a um acidente sem distorcer a suspensão interna.

Outras vantagens citadas pelo fabricante: seu design diferenciado, com seis lados totalmente blindados, permitem uma proteção de Faraday à bobina e uma rejeição de ruídos e zumbidos muito superior à qualquer projeto de cápsulas MC, MI ou MM.

À esquerda uma armadura de bobina móvel relativamente pequena e nos padrões dos melhores fabricantes. À direita, o maior modulador de fluxo da Sounsmith, diminuindo drasticamente a inércia

O seu sistema Fixed Coil reduziu drasticamente a massa que deve ser movida entre a agulha e o cantilever (veja foto acima).

Peter esclarece que sua tecnologia de bobina fixa permite pelo menos 5 vezes menos massa móvel interna. E as leis da física traduzem isso em um desempenho 10 vezes melhor devido à menor energia armazenada no movimento angular. Pois quanto mais massa, mais energia armazenada e mais tempo leva para movê-la, e a energia refletida volta para a agulha – o que consequentemente causa a vibração da agulha, trazendo perda de detalhe, barulho de sulco, menor inteligibilidade e menor prazer em ouvir a música.

Outra questão essencial dessa vibração que volta para agulha, é que a mesma começa a pular dentro dos sulcos (como um carro não apropriado para isso andando em off road). Consequentemente, o que ouvimos não é mais o sinal resultante do sulco do disco. É o resultado audível da vibração das ranhuras e do contato impreciso da agulha com as paredes do sulco. E Peter descreve esta situação como: “Tentar entender uma história com o livro faltando páginas”.

Por isso, ele insiste: “Se você diminuir a massa do gerador, duas coisas acontecem: menos esforço é necessário para movê-lo e menos energia refletindo de volta ao cantilever e a agulha, resultando em muito menor vibração da agulha no sulco, aumentando drasticamente o contato da agulha com as ranhuras do sulco”.

Eu realmente aconselho a leitura completa do artigo, pois além de muito bem fundamentado, dará uma ideia clara da seriedade e do conhecimento de Peter Lederman à respeito do assunto. Além de ser uma sumidade, ele tem o cuidado de escrever também para o leigo que está apenas iniciando neste maravilhoso universo analógico.

O que certamente todos que chegaram a esta altura do teste devem estar se perguntando é: todo este diferencial é audível? Já chegarei lá.

Para o teste, que foi feito em duas etapas, utilizamos os seguintes equipamentos. Toca-discos: AVM 5.3 (leia teste na edição 255), e Storm da Acoustic Signature. Braços: original do AVM, e SME Series V. Pré de fono: Boulder 500. Eletrônica: prés de linha Nagra HD e Dan D’Agostino Momentum, power Hegel H30 e Nagra Classic Amp. Caixas Acústicas: Wilson Audio Yvette e Sasha DAW (leia Teste 1 nesta edição), e Kharma Exquisite Midi. Cabos de interconexão: Dynamique Audio Halo 2 e Apex (RCA e XLR), Sunrise Lab Quintessence, Transparent Opus G5, e Sax Soul Ágata 2. Cabos de força: Transparent PowerLink MM2, Dynamique Audio Halo 2, e Sunrise Lab Quintessence.

O fabricante solicita 50 horas de queima. Diria que com 40 horas já se terá uma ideia exata da exuberância desta cápsula, e que as 10 horas restantes são apenas de ‘acomodação’ dos dois extremos e do soundstage. E que com apenas 20 horas, o consumidor que escolher esta cápsula como referência já terá uma ideia cristalina do ‘Efeito Soundsmith’ em seu sistema.

Sou tão conservador com cápsulas como sou com pré-amplificadores. Costumo ficar muitos anos com a mesma cápsula, quando esta atende à dois critérios básicos: servir como cápsula de referência para testes e me atender como melômano. E como são critérios distintos, poucas cápsulas realmente conseguiram me atender nesses dois quesitos.

Sempre me perguntaram a razão de já não ter optado pelo uso de dois braços. A resposta é simples: manter dois braços SME Series V e duas cápsulas de alto nível, e um pré de fono com duas entradas simultâneas, custa caro – e com o dólar nas alturas, mais caro ainda.

Então, prefiro manter tudo como está e buscar a cápsula que atenda à esses dois requisitos da melhor maneira possível. A Benz LP-S atendia mais ao meu lado de melômano com sua doce musicalidade, mas rapidamente foi superada em termos de performance por cápsulas mais sofisticadas. Foi aí que, ao testar a PC-1 Supreme, descobri o ‘canto do cisne’ irresistível, e sucumbi aos seus encantos.

O que sempre gostei na PC-1 Supreme foi seu grau de precisão e capacidade de extrair, mesmo em gravações tecnicamente mais limitadas, a essência, sem tornar a audição cansativa ou desinteressante. Seu poder de sedução nos prende do começo ao fim, não nos deixando desviar do acontecimento musical nem por um segundo. É uma cápsula que exige dos seus pares completa abnegação em transportar tudo que ela consegue extrair dos sulcos, não aceitando nenhum desvio deste propósito. Com isso, cabos, pré de fono e todo o resto têm que estar na mesma direção. Quando se consegue este compromisso, estamos no paraíso sonoro. E, neste aspecto, consegui por muitos anos manter meu setup analógico ajustado para atender a todos os seus caprichos.

Mas, e quando tenho que testar cabos de braço, prés de fono, cabos de interconexão, etc, que não estejam à sua altura de exigência, como faço? Pois bem, meu amigo, eu não fazia. Dava para os nossos colaboradores testarem, pois não teria como aplicar nossa Metodologia usando a Air Tight PC-1 Supreme. Eu a apelidei de ‘implacável’, tanto com os parceiros, como com os discos de longa data, já marcados por décadas.

A Hyperion MkII parece ser muito mais zen na forma de tratar seus pares e discos. Dizer que é melhor ou pior que as cápsulas que passaram de 100 pontos em nossa Metodologia, não será o mais relevante para apresentar seus diferenciais. Eles estão na soma de detalhes, e na sua abordagem diferenciada de construção e conceitos, que a fazem tão diferente e única.

O Maltese estava absolutamente correto ao descrever a Hyperion MkII como a cápsula que exprime a música em sua totalidade, sem esforço ou algum truque na manga. Ela parece tão segura de si na sua capacidade de extrair das gravações o sumo do sumo, que mesmo que seus pares não acompanhem, o prazer de continuar ouvindo é tão intenso que você não irá parar de escutar, por achar que algo em termos de sinergia precisa ser melhorado.

Claro que todos irão querer saber o seu teto, sua capacidade de nos brindar com o maior prazer auditivo possível. Mas você irá conviver com as limitações sem ansiedade ou frustração. Isto é um exemplo claro de duas coisas: sua folga inigualável e sua compatibilidade com pares de menor calibre, como cabos e eletrônica.

Suas virtudes são tantas que prefiro me concentrar em detalhar as mais explícitas, aquelas que nos criam impressões sonoras para sempre em nossa memória auditiva. A primeira, e a mais evidente, é sua reconstrução dos detalhes. São tantos e em tão grande abundância, que nos primeiros dias a sensação é que você foi presenteado com remasterizações exclusivas de todos os seus discos. Nenhum disco que ouvi nesses dois meses de convivência tocou sem apresentar algum detalhe que eu jamais havia escutado em setup analógico algum!

Hastes não condutivas de Alumina para isolar o terra da cápsula para o braço sem alterar a transferência de energia entre eles.

Sabe o que isso significa, amigo leitor? Espanto, espanto e mais espanto! Da incredulidade passamos rapidamente para aquela empolgação de termos sido surpreendidos com aquele presente inusitado, que sempre desejamos ter, mas não sabíamos se existia de fato!

À medida que o amaciamento avançou (para mais de 30 horas), o segundo round é perceber o quanto de degraus a mais existe entre um crescendo do forte para o fortíssimo. É impressionante como a Hyperion MkII se comporta na resposta dinâmica, seja na micro, como na macro. A lei do mínimo esforço sempre, como se o que estivesse a nos mostrar fosse o acontecimento musical mais singelo e simples de reproduzir, como um alaúde, ou um triângulo!

Coloque o que você quiser, como The Firebird, de Stravinsky, na gravação da Telarc, ou a apresentação do pianista Vladimir Horowitz no Carnegie Hall, com o programa que incluiu Schubert, Chopin, Scriabin e Liszt, E com toda a variação dinâmica dessas obras, pode ouvir a Hyperion MkII soar impávida e solene, sem perder jamais a compostura ou folga.

Claro que as cápsulas acima de 100 pontos por nós já testadas, todas possuem atributos suficientes para figurar entre as melhores das melhores. Cada uma com sua assinatura sônica conquistou seu lugar no pódio mais alto, justamente pela capacidade de dar um enorme prazer auditivo. Isto obviamente explica a razão de termos um leque de excelentes marcas e modelos hoje à disposição de melômanos e audiófilos. Algumas muito mais exigentes com o setup de braço, cabos e pré de fono, e outras como a Hyperion MkII, mais maleáveis.

Esta maleabilidade ficou evidente ao usarmos, no teste, braços tão distintos como o do AVM e o SME Series V (meu braço de referência há quase 8 anos). Em ambos, a Hyperion MkII se mostrou inteiramente à vontade, sem ter perda alguma de suas maiores virtudes: folga e detalhe. Claro que, no braço SME V, suas qualidades foram ainda mais realçadas e refinadas, mas um braço mais simples não tirou nada de seu ‘DNA’.

Uma outra característica que nos chamou muito a atenção, foi sua capacidade de trilhar tanto discos mais novos como os mais rodados, de 80 gramas e 90 gramas. De 33RPM ou 45RPM. Em qualquer situação, sua capacidade de extrair a essência existente no disco, realmente impressiona.

Não falo apenas de extrair mais informações, como ruídos de boca, chaves de instrumentos de sopro, microvariações dinâmicas, etc. Falo daquelas passagens que eram difíceis de entender que instrumento estava dobrando uma oitava acima, das frases sussurradas que não conseguíamos entender, do trastejar de notas que pareciam mais um esbarrão ou um vibrato sutil, ou uma micro mudança tonal realizada na digitação – tudo está lá, ao nosso alcance, nos dando a oportunidade de perceber o grau de virtuosidade dos nossos músicos preferidos e o grau de dificuldade técnica daquela obra.

Para quem nunca ouviu um setup com essas características, pode achar tudo isto bastante irrelevante. Mas não é. Acreditem.

As grandes interpretações se diferenciam das comuns exatamente pelos detalhes, e são estes detalhes que expressam gostarmos de uma determinada interpretação e não de uma outra que é, às vezes, até mais bem arranjada e executada. São os detalhes que podem nos levar às lágrimas ao ouvir determinada obra, ou nos fazer prender a respiração em júbilo àquele momento imortalizado.

Tenho certeza que todos nós, que somos apaixonados por música, temos dezenas de exemplos para mostrar aos amigos, filhos, esposas, namoradas, daquela obra que arrepia os pêlos dos braços e nos faz querer repetir aquele momento tão único por toda nossa existência.

A Hyperion MkII é deste naipe, senhores. Capaz de nos levar da lágrima à euforia em uma simples mudança de narrativa musical. Ela não me parece muito distante da minha referência, que também tanto admiro, mas tenho que admitir que o 1 ponto que as separam em nossa Metodologia está exatamente em todos esses detalhes que acabei de descrever.

Um ponto em nossa Metodologia é irrelevante, e parece algo frio quando escrito em palavras. Mas, no caso específico desta cápsula, este 1 ponto é o resultado do esforço de seu projetista, que ousou pensar ‘fora da caixa’ e mostrar ao mundo que se pode criar e realizar diferentemente, que pode-se questionar as razões que fazem todos seguirem uma receita que funciona, para se lançar no abismo de incertezas.

Claro que Peter não jogou tudo para o alto e começou do zero. Sua perspicácia em aprender com os erros e acertos dos outros é que o levou a ter a capacidade de ampliar suas ideias e buscar soluções para os problemas .Este 1 ponto a mais, que coloca a Hyperion MkII como a cápsula de maior nota já dada nesta revista, pode parecer irrisório no segmento Estado da Arte, mas diz muito em termos de esforço e o comparo aos recordes que, de quatro em quatro anos, são alcançados nas Olimpíadas. Lá falamos em termos de décimos de segundos, muitas vezes, e aqui estamos falando de 1 ponto apenas!

Mas, assim como os superatletas que conseguem tamanho feito e se tornam lendas dos esportes, diria que Peter Ledermann figurará certamente entre os projetistas de cápsulas mais audaciosos e determinados que o mercado de áudio hi-end já produziu. Sua maneira de pensar e produzir irá representar, para as futuras gerações de melômanos e audiófilos, como um divisor de águas.

Da minha parte, só posso afirmar que nossa nova cápsula de referência passa a ser a Hyperion MkII. Espero, em breve, também poder testar as cápsulas abaixo da Hyperion e compartilhar com vocês nossas impressões.

Pelo que tenho lido lá fora, o DNA da Hyperion está presente em toda a linha, desde o modelo de entrada, às mais sofisticadas. Se o seu desejo é colocar em seu setup analógico uma cápsula com esta conjunção de qualidades, não perca tempo: ouça a Hyperion MkII, uma cápsula que irá ditar os novos rumos das cápsulas de nível Estado da Arte!


Pontos positivos

A melhor cápsula Estado da Arte já testada por nós.

Pontos negativos

Preço.


ESPECIFICAÇÕES
TipoBobina fixa / ferro móvel (MI)
Montagem ½ ” (padrão)
Diamante Contact-Line, nude
Cantilever Espinho de Cactus selecionado e tratado
Força de rastreamento recomendada 1,8 – 2,2 g
Massa efetiva da ponta 0,30 mg
Compliância12 μm / mN vertical,
7 μm / mN horizontal
10 μm / mN (versão LT)
Resposta de freqüência 20 Hz a 20 kHz (± 1,0 dB)
Separação de canais (a 1000 Hz)36 dB
34 dB (versão LT)
Não disponível (versão Mono)
Separação de canais (@ 50 a 15.000 Hz) 25 dB
Não disponível (versão Mono)
Diferenças de canais<0,5 dB
<1,0 dB (versão Mono)
Tensão de saída (@ 5cm / seg) 0,40 mV
Resistência DC 10Ω
Indutância da bobina (por canal) 2,75 mH
Ganho sugerido no pré-amplificador 58 a 64 dB
Peso da cápsula 12,2 g (série ES)
Resistência de carga recomendada ≥ 470Ω
Capacitância de carga recomendada Não disponível

CÁPSULA SOUNDSMITH HYPERION MKII ES
Equilíbrio Tonal 13,0
Soundstage 13,0
Textura 14,0
Transientes 14,0
Dinâmica 13,0
Corpo Harmônico 12,0
Organicidade 13,0
Musicalidade 14,0
Total 106,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



Performance AV Systems Ltda
(11) 5103.0033
US$ 11.000

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