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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Mesmo com tantos anos de estrada, eu ainda me surpreendo com produtos que podem dar tanto “pano para manga” em suas avaliações. Se existe um fone de ouvido que recebeu tantas críticas distintas nos últimos três anos, este produto é o Meze 99 Classics.

Vai de um pacato “classe D” em uma revista Stereophile, até produto do ano em inúmeras publicações especializadas. São dezenas de testes em inúmeras línguas e cada teste as conclusões chegam a ser antagônicas.

Vou citar algumas para o amigo leitor ter uma ideia de quanta conclusão desencontrada este fone causou. Alguns citam que o fone não é muito neutro, porém viciante na sua forma de apresentar a música. Outros chegaram à conclusão oposta, ao dizerem que se trata de uma apresentação neutra o que o torna um fone mais frio. Os graves, para uns revisores, são excessivos e para outros falta energia e definição! A única coisa que parece ser um consenso, entre todos que já o testaram, foi sua qualidade de acabamento, conforto, beleza e elegância. Nesses quesitos, o 99 Classics parece ter conquistado a todos!

Mas quem é essa Meze? Uma marca tão pouco conhecida por essas paragens!

A Meze Audio é uma empresa relativamente nova no mercado. Começou a fabricar fones em 2009. Seu fundador Antonio Meze estava procurando no mercado um fone para o seu uso que pudesse ser confortável e lhe proporcionar horas e mais horas de uso, sem lhe causar fadiga auditiva. Depois de ouvir dezenas de fones disponíveis no mercado, compartilhou sua ideia de fabricar ele mesmo o seu fone ao amigo Raluca Vontea (hoje o diretor comercial da Meze), e nasceu a Meze Audio, que projeta não só seus próprios fones como também projeta produtos para uma série de indústrias diferentes, tanto na área de design como de móveis.

Antonio Meze queria um fone que tivesse um design distinto e com acabamento luxuoso. E que despertasse no consumidor o desejo ao olhar o produto de conhecê-lo. Os fones de ouvido Meze são projetados e desenvolvidos na Romênia, e fabricados em Zhuhai. E a empresa cresceu tanto nos últimos 5 anos, que conta com 1000 funcionários em sua fábrica.

Para um fone que custa menos de 500 dólares, seu acabamento e os acessórios que ele disponibiliza, o fazem uma referência em termos de apresentação em relação a concorrência nesta faixa de preço. O fone vem embalado em um casulo que parece ser feito de couro sintético, em uma embalagem de papelão de alta densidade.

Neste casulo, junto com o fone, o fabricante disponibiliza duas espumas de reserva, e dois cabos – um menor de 1 m e um outro maior de 3 m. Os plugs TS são banhados a ouro (um para cada canal) e o consumidor precisa estar atento na hora de fixar o cabo no fone, pois a indicação de canal direito e esquerdo está no plug. Também estão incluídos adaptadores para uso em avião, e um plug P10.

Totalmente fechados, eles pesam menos de 300 gramas (fato que adorei), e são acabados em madeira (nogueira). Os fixadores são de zinco fundido e a estrutura é toda de aço manganês estampado, com mola e tiara ajustável de couro sintético.

Os protetores auriculares possuem o tamanho exato para orelhas “normais”, se ajustando perfeitamente a elas. Se tem algo que é possível falar sobre este Meze, é que não há desconforto algum. Seu isolamento do mundo externo não é total, mas o suficiente para esquecer o mundo lá fora, no instante que você aperta o play!

Os drivers são de cone Mylar de 40 mm (1,6 polegadas) posicionados no centro dos fones e mantido em uma estrutura moldada por injeção de ABS reforçado em plástico rígido. Segundo o fabricante, sua resposta é de 15 Hz à 25 kHz, sensibilidade de 103 dB (a 1 mW), e uma impedância de 32 Ohms.

Para o teste utilizei os prés de fone do Nagra TUBE DAC e do pré Classic, e também do meu celular Samsung Note 10 Lite para a reprodução de Tidal. As fontes, quando ligado nos prés de fone da Nagra, foram tanto analógicas (nosso Sistema de Referência), streamer Innuos Zen (leia teste na edição Melhores do Ano de Jan/Fev 2021), e transporte dCS Scarlatti. Os cabos digitais foram, USB: Feel Different FDIII, e Dynamique Audio Zenith 2. Crystal Cable AES/EBU Absolute Dream. Coaxial: Sunrise Lab Quintessence, e Feel Different FDIII (leia Teste 4 nesta edição) A Meze não fala absolutamente nada em relação a amaciamento, ainda assim antes de iniciar os testes eu deixei amaciando por 24 horas. Não vi alterações significativas, o que é excelente, pois o comprador pode já sair desfrutando imediatamente de suas qualidades.

Minha primeira curiosidade era justamente entender o que levou tantos testes a terem conclusões tão díspares! Minha primeira observação: o 99 Classics é extremamente exigente com os prés de fone e DACs.

Segunda conclusão, são fones para quem respeita e deseja cuidar de sua audição! Quando saquei isso, que mesmo em volumes reduzidos seu equilíbrio tonal é correto, ele me conquistou imediatamente.

Se você ouvir nos volumes seguros meu amigo, não faltará absolutamente nada, e o conforto pelo seu peso e pela qualidade do som, permitirá audições sempre seguras e com zero de fadiga auditiva!

Quer notícia melhor que essa? Eu tenho, e várias.

Ele não faz pressão, se encaixa perfeitamente, suas espumas permitem que não fique aquele suor incômodo nas orelhas e, o mais importante: mesmo em volume reduzido, ele já o isola o suficiente do ambiente externo!

E O SOM?

Meu amigo, seu equilíbrio tonal é de altíssimo nível. Agudos naturais, com excelente extensão, sem nenhum vestígio de brilho ou luminosidade. A região média tem a qualidade de ser correta na medida certa em termos de transparência e naturalidade. Sem vestígio nenhum de hiper detalhamento ou projeção do médio, tão comum em diversos fones hi-end!
E os graves, tão díspares em cada teste que li, são bons, tanto em correção como em energia e definição.

Agora, se o cara tem o costume de achar que precisa passar do volume seguro para ouvir o grave (fato que realmente é necessário em inúmeros fones hi-end), aí o grave irá se sobressair em energia. Não irá encobrir a região média, mas se apresentarão com mais evidência do que as outras frequências.

Quanto a alguns testes em que o articulista escreve que o grave carece de definição, em todos os equipamentos usados, não houve sequer resquício de falta de definição em nenhuma gravação ou estilo musical. Em alguns testes o articulista cita as músicas utilizadas, e tive o cuidado de pegar todas essas gravações no Tidal e ouvir, tanto no celular, como no nosso Sistema de Referência. Zero de ausência de definição dos graves!

Suas texturas são primorosas, em termos de riqueza de detalhes e intencionalidade. Ouvi diversas gravações de grandes corais, e se o fone não tiver um excelente equilíbrio tonal, muitas passagens se tornam confusas e opacas. O Meze entrega tudo da forma que foi captado, mixado e masterizado!

Os transientes impressionam pela capacidade de marcar o tempo e o ritmo pela precisão e segurança. Em gravações de piano solo (excelentes para avaliação de transientes), é possível se ter alguns “sustos” com a energia e peso que você escuta da mão esquerda.
A dinâmica tanto a micro como a macro, são excelentes. Escutei a Sinfonia Fantástica de Berlioz, o quarto e o quinto movimentos, e mesmo nos volumes seguros de audição, a escala do pianíssimo para o fortíssimo é muito impressionante!

Claro que seu cérebro não irá se enganar nunca com um fone de ouvido (já que o corpo harmônico é diminuto), mas nas gravações de alto nível artístico, a sensação de “materialização” no centro do cérebro, é impressionante!

CONCLUSÃO

Acho que o que levou à diversos testes com conclusões tão diferentes, tem duas razões: fontes utilizadas no teste, escolha dos discos (alguns que peguei para ouvir no Tidal, já tem ‘turbinação’ excessiva nos graves) e, o mais importante, volumes acima da zona de segurança! Aí, meu amigo, não há equilíbrio tonal que prevaleça.

Agora, se você busca um fone que seja excelente em termos de equilíbrio tonal, e você queira acima de tudo preservar sua audição por toda a vida, tenho uma excelente notícia: o 99 Classics é perfeito nestes quesitos! Tão perfeito que este aqui não volta mais para o distribuidor!

Junto com os meus outros dois fones de referência, terão estadia permanente (isso se conseguir que minha filha me devolva depois de suas aulas online e de suas audições pessoais).

Aqui em casa ele se tornou o “queridinho” das mulheres!


PONTOS POSITIVOS

Excelente construção e um equilíbrio tonal que se preocupa com sua segurança auditiva.

PONTOS POSITIVOS

Nada a esse preço.


ESPECIFICAÇÕES
Tamanho do transdutor40 mm
Resposta de frequência15 Hz – 25 KHz
Sensibilidade103 dB (à 1 KHz, 1 mW)
Impedância32 Ohms
Potência30 mW
Potência máxima50 mW
Cabo destacávelCobre OFC com Kevlar
Plug3.5 mm folheado à ouro
Peso260 g (sem os cabos)
ConchasNogueira
FONE DE OUVIDO MEZE 99 CLASSICS
Conforto Auditivo 9,0
Ergonomia / Construção 9,0
Equilíbrio Tonal 11,0
Textura 11,0
Transientes 11,0
Dinâmica 10,0
Organicidade 11,0
Musicalidade 12,0
Total 84,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



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