Teste 2: AMPLIFICADOR INTEGRADO HEGEL H95

Teste 3: CÁPSULA HANA ML
novembro 14, 2020
Teste 1: CAIXA Q ACOUSTICS CONCEPT 300
novembro 14, 2020

Juan Lourenço
revista@clubedoaudio.com.br

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A Mediagear, importadora oficial da Hegel no Brasil, disponibilizou para teste um exemplar do amplificador integrado novo H95, lançado este ano. Ele será o substituto do H90 (2018), testado por nós na edição 237.

Externamente o H95 é igual ao H90, mesma cara, mesmo painel e chassi e mesma tela OLED e saída de fone de ouvido 6,3 mm no painel frontal. A potência é de 2x 60 W em 8 Ω, carga mínima de 2 Ω, resposta de frequência de 5 Hz -100 kHz, relação sinal-ruído maior que 100dB, distorção menor que 0,01% (@ 25 W / 8 Ω / 1 kHz), fator de amortecimento maior que 2.000 (estágio de saída de principal), dimensões de 43 cm x 10 cm x 31 cm (L x A x P), e peso com embalagem de 10,6 kg.

As conexões no painel traseiro continuam as mesmas: duas entradas RCAs, três entradas ópticas Toslink, coaxial digital, USB e rede, além de uma saída variável RCA. O que distingue mesmo o H95 de seu antecessor está na parte interna do gabinete, que culmina em uma sonoridade mais próxima do H120 e H190, já que o H95 compartilha a tecnologia SoundEngine2 e o chip de rede e DAC USB AK4490 de 32 bits, com 2 canais de arquitetura VELVET SOUND, da AKM, que suporta até 768 kHz PCM e 11,2 MHz em DSD, tem suporte ao Spotify Connect e conexão UPnP mais estável, além de compatibilidade com AirPlay e, em breve, AirPlay2 por meio de atualização de firmware. Infelizmente a Hegel insiste em não dar suporte ao Roon como end point. É uma pena, pois este recurso além de ser absolutamente melhor que o MConect como player, oferece um resultado sonoro melhor em todos os sentidos.

O controle remoto é o mesmo do H90 e, sinceramente, acho melhor que o oferecido nos modelos H360 em diante. Não tem a “opulência” do alumínio, mas tem ergonomia, tato e uma precisão que o controle top jamais teve. Você pode literalmente apontar o controle para o teto, pode se afastar lateralmente do aparelho e apontar para um vão enorme e ainda assim o Hegel irá responder aos comandos do controle. Tente fazer isto com o de alumínio.

Aparentemente o H95 também traz o mesmo incremento na sonoridade observado no H120, o que seria uma ótima, pois aquele médio-grave mais coerente no H120, se estiver presente no H95, faria com que as audições se tornassem ainda mais prazerosas.

COMO TOCA

Para o teste utilizamos os seguintes equipamentos, ligados ao amplificador integrado Hegel H95. Fontes: Innuos Zen mini MK3 com fonte externa. Cabos de força: Transparent MM2 e Sunrise Lab Illusion MS. Cabos de interconexão: Sunrise Lab Illusion MS RCA e coaxial digital, USB Curious, e USB Sunrise Lab Illusion. Cabo de caixa: Sunrise Lab Illusion MS. Caixa acústica: Neat Ultimatum XL6 e Q Acoustic 3020i. Fone de ouvido: Sennheiser HD800.

O tempo de amaciamento do Hegel H95 foi de 280 horas, aproximadamente. Suas primeiras músicas em nosso sistema de referência não tiveram o mesmo impacto do H120, que já saiu tocando muito bem. Usando a entrada analógica, o H95 soava como um aparelho realmente novo com zero de amaciamento, duro e sem extensão nos dois extremos. O grave era bastante engessado e com pouca articulação. Por incrível que possa parecer, esta sensação diminuía bastante quando utilizado o DAC interno via USB. Como era de se suspeitar, o DAC realmente evoluiu bastante a ponto de, nas primeiras 100 horas, tocar melhor com mais extensão nos extremos e menos “pilhado” que a entrada analógica.

Após o amaciamento do aparelho, começamos com o disco da Holly Cole Trio – It Happened One Night, faixas 1, 2, 5 e 6. A dureza que havia no início do amaciamento deu lugar à um relaxamento muito interessante: no H90 quando chegou exatamente neste mesmo ponto de relaxamento, algumas destas músicas tinham um dedo de letargia e outras não – já com o H95 aquela sensação de “ao vivo”, de pegada e de que os músicos estavam todos ligados estava presente o tempo todo e em todas as músicas, inclusive na faixa 6 que é uma levada mais calma e cheia de intencionalidades, mesmo no maravilhoso solo do guitarrista que soube captar bem a essência da letra e aquele ar de música do campo, e ainda assim ele está lá ligado fazendo tudo com extrema atenção. A mão direita do piano não ficava no limite de estourar as notas como no H90, e tinha uma disposição no palco sonoro mais coerente, também. O H95 não traz uma revolução, ele é sim uma evolução do H90, ele caminha para frente e não de lado, mas as mudanças são mais no sentido de lapidação da sonoridade que já existia no H90.

O mesmo se apresentou ouvindo Hadouk Trio, disco Air Hadouk faixas 1, 2, 10 e 12. Na faixa 10, em que o percussionista não deixa a nuvem de pratos caírem por nada, o relaxamento na sonoridade dos pratos permite a estes cintilarem, e o sax soprano não soar cansativo. Mesmo nas faixas 1, 2 e 12, que não é mais sax soprano, mas sim um bambu sax, e neste instrumento tudo fica “craquelado”, estridente e bastante ruidoso, consegue-se extrair um bom conforto auditivo. Querer timbres e texturas neste instrumento é uma tarefa ingrata para qualquer parte de um sistema de áudio, e nos equipamentos mais abaixo é quase impossível. Ainda assim, o H95 não faz feio e entrega um instrumento agradável de ouvir e com ótima extensão.

Os 60W do H95 são suficientes para empurrar uma quantidade enorme de caixas de seu patamar e acima. No caso da Neat, como ela é uma caixa com um falante isobárico e outro virado para baixo, e tem sensibilidade baixa, o H95 teve dificuldade em trazer uma apresentação mais equilibrada, principalmente no que se refere a deslocamento de ar. Já com a book Q Acoustics 3020i, ele se deu muito bem, com fôlego e disposição, em controlar a caixa por completo, apresentando um nível de conforto auditivo e uma apresentação mais calma, menos tensa, na verdade. Por este motivo sugiro fortemente uma book ou torres como a Q Acoustics 3050i, KEF R7 ou a Monitor Audio linha Bronze ou Silver, que são caixas acústicas com maior sensibilidade e falantes mais fáceis de dominar.

No início do amaciamento, observei que o DAC via USB tocava melhor que a entrada analógica, pois após o amaciamento, quando usado o DAC interno do Innuos e a saída RCA do mesmo, há uma leve vantagem para o RCA, mas quando se utiliza poder de fogo real, como é o caso do DAC Hegel HD30, esta diferença cresce exponencialmente em favor do RCA.

Já com fone de ouvido, o resultado é muito bom, à amplificação controla muito bem o fone de ouvido, o que é uma maravilha. Os timbres são ótimos e não falta fôlego para empurrar o fone tirando aquela sensação do palco “de cima da cabeça”.

CONCLUSÃO

A Hegel sabe aonde quer chegar, e com o H95 ela se coloca novamente à frente de seus principais concorrentes. A evolução continua caminhando para frente em pontos em que o consumidor nem sempre espera, mas que, ao ouvir, logo percebe que é aquele o som que desejava e não sabia.


PONTOS POSITIVOS

Mostrador OLED. Ainda mais compatibilidade com caixas acústicas de marcas e assinaturas diferentes. Compatibilidade com programas e serviços de streaming de música. Possibilidade de atualizações de firmware e acesso à novas plataformas.

PONTOS NEGATIVOS

Não tem entrada balanceada XLR.


ESPECIFICAÇÕES
Saída2x 60 W em 8 Ω
Carga mínima2 Ω
Entradas analógicas2x RCA
Entradas digitais1x coaxial RCA, 3x ótica, 1x USB, 1x Rede
Saída de linha1x RCA variável
Saída para fones6.3 mm no painel frontal
Resposta de frequência5 Hz – 100 kHz
Relação sinal/ruído100 dB
Crosstalk<-100 dB
Distorção<0.01% (@ 25 W / 8 Ω / 1 kHz)
Intermodulação<0.01% (19 kHz + 20 kHz)
Fator de amortecimento2.000 (estágio de saída principal)
Dimensões (L x A x P)43 x 10 x 31 cm
Peso10,6 kg (embalado)
AcabamentoBlack
AMPLIFICADOR INTEGRADO HEGEL H95 (com o uso do dac interno)
Equilíbrio Tonal 10,5
Soundstage 10,5
Textura 10,5
Transientes 10,5
Dinâmica 10,5
Corpo Harmônico 10,5
Organicidade 10,5
Musicalidade 10,5
Total 84,0
AMPLIFICADOR INTEGRADO HEGEL H95 (com o uso do dac interno)
Equilíbrio Tonal 11,0
Soundstage 11,0
Textura 11,0
Transientes 11,0
Dinâmica 11,0
Corpo Harmônico 11,0
Organicidade 10,5
Musicalidade 11,0
Total 87,5
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



Mediagear
(16) 3621.7699
US$ 18.375

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