Editorial: QUEM REALMENTE PRECISA DE UM SISTEMA HI-END?
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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Há muitos anos, tínhamos uma seção que dei o nome de: Descubra os Sete Erros!

Ela era voltada para o mercado de home-theater, e buscava mostrar erros cometidos em diversas salas de home pelo mundo afora.
Tinha de tudo que você possa imaginar, até mesmo um sub instalado em cima de uma mesa de vidro em um canto da sala. Ou caixas embutidas em que o decorador colocou um tecido de feltro por cima das caixas frontais.

No texto eu ia apontando os erros e mostrando o quanto todos aqueles procedimentos eram muito mais comuns do que imaginamos. Depois de um tempo, achei que o nosso dever de instruir havia acabado e nunca mais toquei neste assunto.

Mas eis que a história se repete, e agora com sistemas de áudio estéreo. E numa quantidade de salas erradas que assusta, pois nunca se teve tanta informação e artigos técnicos para orientar e ajudar o audiófilo a fazer a “coisa certa”.

Algumas fotos são tão bizarras prefiro crer que sejam apenas de catálogo, e não salas aonde realmente as pessoas investiram tempo e dinheiro. Pois os erros são tão evidentes que qualquer leitor nosso iniciante em sua trajetória perceberá nessas fotografias, os equipamentos são apenas móveis decorativos e jamais soarão decentemente.

Mas existe um agravante nessas fotos que proliferam em várias mídias, sejam especializadas ou não: como explicar para as caras metades ou arquitetos e decoradores que o sistema sonhado não pode ser colocado desse jeito?

Pois uma coisa é vermos esses erros em catálogos de móveis, de tinta de paredes, etc. Outra coisa, bem mais grave, é essas fotos serem “ilustrações” de mídias especializadas.

Aí meu amigo, você estará perdido, pois até provar que focinho de porco não é tomada, suas caixas já foram instaladas com uma cadeira de balanço entre elas. Ou, para não atrapalhar a circulação na sala, uma estará encostada na parede das costas e outra bem mais à frente.

Não ria amigo leitor, eu já fui testemunha ocular de inúmeras bizarrices como essas das fotos. Já ouvi sistemas que uma das caixas estava em cima do guarda roupa e a outra do lado da cama. Ou, como as JBLs de uma das fotos, separadas por um rack.
Isso é real, infelizmente!

O que sempre me perguntei, ao ver sistemas instalados como se fossem em uma lata de sardinha, é o que o audiófilo realmente espera do seu sistema em condições tão desfavoráveis? Será que ele realmente acredita que é possível burlar o elo fraco que nestas fotos predomina ser a acústica? Ou olhar para os seus equipamentos já o satisfaz, e a música é jogada para segundo plano?

E aí eu me faço a pergunta que não se cala: vale a pena perder tanto tempo e tanto dinheiro, para se conseguir este resultado? Não seria mais prazeroso e barato investir em um sistema mais condizente com as limitações de espaço e acústica?

Dizem que cavalo velho não aprende truques novos, mas você leitor, que está começando sua jornada agora, e descobriu a revista recentemente, aprenda também com os erros dos outros. E não se esqueça que seu sistema precisa de uma sala, e se esta sala não existe, compre um bom fone, e seja feliz!

Ou, se você for como eu, e sofre de fadiga ao ser exposto por mais de duas horas a um fone, monte um sistema simples, com um par de books, e arrume o seu canto, em que caiba você, seu sistema minimalista e seus discos.

Este espaço precisa ter no mínimo 9 metros quadrados, sendo o ideal 12 metros quadrados. Felizmente o mercado hi-end está repleto de sistemas de excelente nível para essas situações.

Se seguir este conselho, garanto que você não irá se arrepender e nem cometer esses erros tão bizarros!

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