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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Assim como existem as listas dos 1000 discos que precisamos ouvir antes de morrer, ou os 100 pratos mais exóticos que precisamos degustar e das praias que temos que conhecer. Parece que essas listas fazem sucesso, pois do contrário acho que seus autores não perderiam seu tempo montando-as (às vezes por anos). Tenho a impressão que essas listas funcionam como os roteiros turísticos em que os guias falam como papagaios e, às vezes, tão rápido que mal conseguimos acompanhar suas informações e apreciar o que estamos conhecendo. O mundo se tornou tão dinâmico e diverso, que parece que tudo precisa ser feito de forma acelerada, ainda que o resultado pareça caótico e superficial. Ou seja, já deu para o leitor entender que eu não sou muito fã nem de listas de ‘Os Melhores’, e nem de passeios turísticos coletivos, rs. Sempre achei temerárias essas listas, ainda que feitas por ‘formadores de opinião’, justamente por elas terem um forte viés pessoal, e pelo risco delas cometerem muitas injustiças. Recentemente recebi, de um fórum muito lido dedicado a fones de ouvidos, uma com o pomposo título: “Os 28 melhores fones de ouvido sem fio para todos os orçamentos” – e fiquei pensando com os meus botões: “por que não 30 ou 38?”. Será uma questão de princípios numerológicos? Afinal quem se dá ao trabalho de eleger 28, pode tranquilamente eleger 30, 40 ou 50! Como nunca descarto nada que recebo, lá fui eu conhecer a lista, e algumas coisas me chamaram muito a atenção: são poucas as marcas selecionadas e muitos fones do mesmo fabricante, e o mais ‘estranho’ é que para alguns fabricantes as linhas e os elogios dedicados são extensos e para outros bastante sucintos! Mas o mais ‘grave’ em minha opinião, foi a total falta de critério para a escolha, tudo sendo feito pelos ’especialistas’ do fórum! Fico imaginando você, leitor, à procura de seu fone de ouvido, na mão de um fórum desses, tentando entender nas ’entrelinhas’ qual se adequa melhor ao seu gosto e orçamento. É como se tentar descobrir a cor de um ambiente totalmente na penumbra! Posso estar velho e ultrapassado, mas não creio que essa seja a melhor maneira de ajudar o consumidor a encontrar o produto que ele deseja. Um fone de ouvido é um objeto tão pessoal quanto um par de sapatos. Ninguém irá comprar um par de sapatos que esteja apertado, seja desconfortável e sua sola não tenha aderência suficiente para se evitar tombos! Um fone precisa ser confortável, seguro em termos de não colocar em risco nossa audição e principalmente ter uma performance correta! E não será uma lista feita por ‘especialistas’ que ajudará o consumidor a definir sua compra. É preciso critério de escolha e, acima de tudo, que ele possa ouvir o que está comprando. Sei que para muitos de vocês, esses editoriais podem parecer estar sempre tocando no mesmo assunto, mas também seguimos essa linha editorial na Áudio e Vídeo Magazine, por muito tempo, até que os leitores compreendessem a Metodologia e todos passássemos a ‘falar a mesma língua’. É chato? Pode ser, mas é a única maneira de incutir em todos que, para sermos assertivos, é preciso persistência e acima de tudo saber o que desejamos, e o que ouvir para analisar um fone corretamente e fazer a escolha de maneira segura. Andar com as próprias pernas é trabalhoso, mas no final o resultado é imensamente prazeroso e compensador!

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