Teste 1: CAIXAS ACÚSTICAS ESTELON YB MKII
fevereiro 9, 2022
TOP 5 – AVMAG
fevereiro 9, 2022
CÁPSULA GRADO PRESTIGE GOLD 3

Juan Lourenço

Nesta edição testamos a nova cápsula para toca-discos Prestige Gold 3, da Grado Labs. A série Prestige é uma das mais famosas da Grado, e também uma das mais longevas. A Gold é a topo da série Prestige e, nesta atualização que fizeram, a parte estética não mudou, mantendo o mesmo corpo plástico, mas internamente houveram sensíveis mudanças na bobina a fim de refinar ainda mais sua sonoridade. A Prestige Gold 3 é uma cápsula tipo MI (Moving Iron) com resposta de frequência de 10 Hz a 60 kHz, separação de canais em 1 KHz de 35 dB, carga de entrada de 47 kOhms e saída (à 1 KHz 5CM / seg) de 5 mV. O tracking force recomendado é de 1,5 gramas, e resistência interna é de 475 Ohms e peso de 5,5 gramas.

Como em todas as cápsulas Gold anteriores, a Gold 3 possui um ímã duplo que otimiza o equilíbrio entre os canais estéreo, e o cantilever OTL (Linha de Transmissão Otimizada) de quatro peças, com diamante elíptico, resgatam toda a informação contida nos discos, de forma precisa e muito musical.

O sistema de fixação por parafuso e porca continua o mesmo – particularmente não gosto, mas isso não desabona a cápsula em nada. A embalagem é bastante segura, nada pomposa, mas eficiente na proteção da cápsula. Tão pequena, a embalagem ocupa tanto espaço quanto um bom isqueiro no bolso.

COMO TOCA

Para o teste, utilizamos os seguintes equipamentos. Amplificador integrado Sunrise Lab V8 Special Signature. pré de phono Sunrise Lab The Phono Stage II. Fonte: toca-discos de vinil Timeless Audio CERES com braço SME V. Cabos de interconexão: Sunrise Lab
Reference II e Sax Soul Cables Zafira III.

A Grado Gold 3 utilizou 1.5 g de peso, ajuste do anti-skating no SME V ficou em 1.5 também. Seu amaciamento foi de 45 horas, e após este período não houveram mudanças significativas.

Iniciamos com o disco Black Light Syndrome, de Bozzio Levin Stevens, com ótima extensão em toda a faixa de frequências, o grave desembolado e bastante articulado. A região média não salta à frente, mantendo-se comportada o tempo todo. A cápsula mostrou uma textura maravilhosa, uma série de detalhes brotam com ótimo transiente. É até engraçado, pois este ponto já era muito bom na Gold 2, e com a Gold 3 isso se acentuou, mas de forma mais ampla e com uma folga extra adicionando ainda mais prazer nas audições.

Pegando mais um disco que ouvimos na Gold 2, desta vez o Jeff Beck – Truth, ficou claro a evolução na folga trazida pela melhora nas bobinas da Gold 3 – é mais fácil entender os fraseados. A bateria não endurecia na Gold 2, mas ficava no ‘fio da navalha’, com a Gold 3 ela passeia com transientes muito rápidos e texturas bem melhores. Os ataques também melhoraram bastante e é possível ‘sacar’ melhor os reverbs.

Os agudos, que eram uma queixa minha na Gold 2, nesta nova versão possuem o mesmo grau de extensão das outras partes, graves e médios. O médio-grave também melhorou muito, adicionando uma suavidade interessante na transição para os médios.

CONCLUSÃO

A Grado mantém o alto nível e o compromisso com a musicalidade em sua nova queridinha, a Prestige Gold 3. Os pontos que foram melhorados são exatamente os que, na Gold 2, eram menos favoráveis. Ponto positivo para a casa do Brooklyn.

Nota: 81,5
AVMAG #278
KW Hi-Fi
(11) 95422.0855
(48) 3236.3385
R$ 2.200

CÁPSULA HANA EH

Juan Lourenço

Após a estréia das cápsulas de toca-discos Hana ML, na edição 268, e Hana Umami Red na edição 273, a German Audio, importadora oficial da marca no Brasil, cedeu para testes mais um modelo que, a meu ver, merecia mesmo um review. Trata-se da Hana EH, uma cápsula MC de saída alta (2 mV 130 Ω / 1kHz – carga sugerida de 47 kΩ) perfeitamente compatível com prés de phono MM, com cantilever em alumínio e agulha no formato elíptico (Synthetic Elliptical Diamond), peso de 5,0 g e peso sugerido de 2 g no contrapeso do braço.

A EH faz par com o modelo EL – que tem 0,5 mV 30 Ω / 1 kHz de saída, carga sugerida de 400 Ω e 2 dois gramas de força de rastreio. Ambas possuem o mesmo corpo e cor verde musgo, custando aqui no Brasil por volta de três mil e duzentos reais, no site da German Audio.

Embora a EH seja uma cápsula MC, ela rivaliza diretamente com as cápsulas da Ortofon série 2M e Grado da linha Reference,
fazendo uso inclusive dos mesmos ajustes, utilizando a entrada MM do pré de phono. A maior vantagem em utilizar este recurso é poder fugir de, ou pelo menos minimizar, interferências de radiofreqüência e afins. Para quem mora próximo de antenas de rádio ou tem aquele vizinho radioamador, ou centrais de rádio-táxi, uma cápsula de saída alta é quase obrigatória, pois uma cápsula de saída baixa é muito suscetível a todo tipo de interferência, inclusive magnética de transformadores do próprio pré de phono.

A Hana EH vem embalada em uma caixa de papel cartão, um kit contendo os parafusos e porcas de fixação, uma chave de aperto e pincel de limpeza, uma caixa de madeira onde a cápsula fica acomodada em um veludo preto. A cápsula vem com protetor de agulha que, como manda a tradição, é melhor não utilizar no dia a dia, pois as chances de entortar o cantilever tentando encaixar o protetor são grandes. Além deste inconveniente, não sou muito fã de parafuso com porca em cápsulas mais modestas, onde a praticidade e
facilidade de montagem são essenciais, mas isso é mais implicância minha que alguma falta por parte do fabricante.

Para o teste utilizamos o toca-discos de vinil Ceres da Timeless Audio, com braço SME V e prés de phono PS Audio Stellar e Sunrise Lab 20th Anniversary, com amplificador integrado Sunrise Lab V8 SS e caixa acústica Dynaudio C4 Platinum.

O ajuste da Hana EH inicialmente ficou em 2 gramas, como manda o manual do fabricante, e após o amaciamento de cerca de
45 horas testei algumas alternativas para mais e para menos, também como o ajuste do anti-skating. O melhor ajuste ficou em
2.02 gramas e o anti-skating pouco abaixo do 1.5. Este ajuste de 2.02 gramas faz um enorme efeito no encaixe do foco, nas texturas, principalmente na assinatura geral da cápsula com o braço. Na Hana SL também foi crucial este micro-ajuste para alcançar uma sonoridade sólida, focada e sem letargia.

Ela se deu muito bem com os dois prés de phono, e com os sets de cabos que a acompanhou, desde o mais básico ao refinado. A cápsula tomou para si a responsabilidade da assinatura sônica, dando a palavra final. O ajuste de 47 kΩ é realmente o mais indicado para ela em ambos os prés, desde que em MM, claro. No PS Audio houve uma boa surpresa extra ao encaixar o cabo de braço na entrada MC com ganho médio: ela desabrochou de uma forma espetacular, mas no ganho alto passa do ponto, fica nervosa demais parecendo uma MM pouco refinada mesmo. O mesmo não aconteceu com o pré Sunrise Lab, pois o ganho ficou baixo inviabilizando a audição nesta modalidade como seria de se esperar de todo pré em ganho MC. É, o PS Audio que é fora da curva neste quesito.
As audições iniciaram-se com uma lista de discos bastante eclética, dentre eles estavam Patrícia Barber – Companion, Hiromi & Edmar Castaneda – Live in Montreal, Muddy Waters – Folk Singer, Eagles – Hell Freezes Over, Vladimir Ashkenazy – Mussorgsky Pictures At An Exhibition, Chick Corea – Return to Forever, Ben Webster – At Work in Europe, Norah Jones – Day Breaks, e outros. Imaginando que a EH iria sofrer para entregar uma apresentação condizente com cada estilo musical, sem escurecer ou endurecer as passagens mais difíceis, para minha surpresa a Hana EH não só controlou os graves e médio-graves, como mostrou com bastante vigor músicos entrosados e com muito ritmo, por vezes fazendo esquecer a análise e apreciar a música. A Hana EH é bastante equilibrada o que permite ouvir os mais variados gêneros musicais sem medo de ser feliz, sem se preocupar se tal disco irá mostrar suas limitações.

Obviamente que alguns discos mostraram limitações, mas ao contrário de algumas cápsulas que, quando em seu limite, tentam trazer foco em meio ao caos harmônico, fazendo parecer que cada músico está tocando em uma cabine própria e, depois, o engenheiro de gravação juntou todo mundo, pois a cápsula precisa fazer algum tipo de concessão diminuindo a ambiência de cada instrumento, diminuindo os rebatimentos e vazamentos de microfone para que a sensação de foco permaneça, na EH isso simplesmente não existe! A agulha trilha com ótimo equilíbrio entre os dois lados do sulco, o cantilever tem rigidez suficiente para transcrever com suavidade a leitura feita pelo diamante tornando fácil perceber a ‘conversação’ entre o contrabaixista e o baterista, entre a Patricia Barber e o piano, entre os violões dos Eagles e, com muita competência e autoridade, entre os naipes da orquestra – um feito e tanto para uma cápsula nesta faixa de preço.

O que mais chama atenção na Hana EH é que a sonoridade dela é parecida com a SL: quente na medida sem soar melosa, clara e precisa, dona de uma extensão marcante em toda faixa audível, com uma velocidade de fazer inveja a algumas de suas concorrentes, faltando apenas aquele refinamento extra nos dois extremos das frequências, que a agulha shibata encontrada na SL e SH oferece. Para quem tem preferência por alguma característica musical como vozes femininas, por exemplo, a Hana te surpreende mostrando o todo. Isso é feito com tanta sutileza, que passamos a gostar de vozes e dos outros músicos. Ela retira todos eles do anonimato sem torná-los protagonistas, mas dando-lhes o seu devido valor e com isto, o prazer auditivo aumenta exponencialmente.

CONCLUSÃO

A Hana EH se encaixaria facilmente pelo menos dois níveis acima do que ela originalmente foi pensada, entregando muito mais do que a maioria das pessoas estão dispostas a buscar em uma cápsula nesta faixa de preço, brigando não só na casa dos três mil, mas também na casa dos quatro e meio a cinco mil e quinhentos reais, sem qualquer ressalva de sua parte.

Nota: 90,5
AVMAG #277
German Áudio
contato@germanaudio.com.br
R$ 3.200

CÁPSULA ZYX R50 BLOOM 3 HIGH

Fernando Andrette

Tenho tido excelentes notícias este ano, com marcas que sequer imaginei que viriam a ser distribuídas por essas bandas tropicais. A primeira bela surpresa foi com a Origin Live, que comentei no Teste 1 de nossa Edição de Aniversário, e agora na sequência outra excelente notícia: a chegada da ZYX no Brasil!

Essa é outra marca que acompanho desde 2010, e sempre tive enorme curiosidade de ouvir. Principalmente os modelos mais ‘sofisticados’, que possuem aquela esfera azul na frente da cápsula para dar o ponto exato de equilíbrio, colocando-o literalmente na ponta da agulha. Segundo o fabricante, e as centenas de testemunhos que li, o resultado em termos de precisão de leitura é estupendo, fazendo com que o ouvinte ouça detalhes nunca antes ‘trilhados’ e expostos!

Essa grande sacada colocou a ZYX no radar de inúmeros audiófilos que ‘clamam’ por extrair de seus discos o sumo do sumo! O idealizador deste diferencial é Nakatsuka-san, que além de fundador é o principal engenheiro. Sua expertise tem quase meio século de estrada, com trabalhos e desenvolvimento de cápsulas, com inúmeras inovações tecnológicas e de performance, como: a primeira cápsula ótica do mercado, e o desenvolvimento para a Ortofon do modelo MC-20.

Depois de mais de 20 anos trabalhando para inúmeros fabricantes no Japão, Europa e Estados Unidos, onde desenvolveu as principais cápsulas para a Monster Cable, Nakatsuka-san, montou sua própria empresa, a ZYX, que tem seu nome originário dos elementos analógicos que compreendem Tempo (Z), Amplitude (Y) e Frequência (X). Sua linha é bastante extensa, com 7 séries no total, mais um pré de phono e acessórios analógicos.

No Japão, a ZYX é reverenciada e certamente este grau de admiração acabou chamando a atenção, no início do século 21, do ocidente e rapidamente se tornou uma referência para inúmeros audiófilos ocidentais.

Ainda que a esfera azul seja um enorme diferencial, e seja visualmente exótica em termos de solução para se achar o ponto de equilíbrio da agulha, ao ouvir uma ZYX é que se entende o grau de soluções que realmente colocaram a leitura dos sulcos um passo adiante.

Quando o Fernando Kawabe me disse que havia pego a marca para o Brasil, pedi de imediato que ele nos enviasse dois modelos: o de entrada, para podermos entender de que patamar a mais simples oferece, e uma nas séries mais altas, para entendermos o grau de melhora que a esfera azul resulta em relação à concorrência.

Assim ele nos mandou a Bloom 3 High, a de entrada, que custa lá fora 1300 dólares e, na sequência, testaremos a Omega G, uma das cápsulas mais comentadas e desejadas nos fóruns internacionais!

Ainda que seja uma cápsula de entrada, os cuidados e as atenções em sua construção seguem rigorosamente a filosofia do seu projetista, de inovar em tudo que for possível e necessário, dentro de sua limitação orçamentária.

A cápsula, como todas as ZYX, é feita de uma resina plástica muito resistente, e não metálica, pois Nakatsuka-san acredita que esta seja a melhor forma de impedir a formação de correntes parasitas que possam afetar a sonoridade. O cantilever é de alumínio preto rígido, equipado com uma agulha feita e lapidada à mão. Segundo o fabricante, a Bloom 3 usa uma força de rastreamento de 2 gramas, impedância interna de 4 Ohms e uma impedância de carga recomendada de pelo menos 100 Ohms. O peso total da cápsula é de
5 gramas, e sua resposta de frequência é de 10 hz a 100 kHz.

Muitos que nunca tiveram um contato de ‘terceiro grau’ com uma cápsula, irão admirar a construção e a possibilidade de olhar a cápsula por dentro, já que as laterais são transparentes o suficiente para se admirar a construção interna desta ‘joia’.

Para o teste, instalamos a ZYX no TD da Origin Live Sovereign Mk4 (leia Teste 2 na Edição de Aniversário deste ano), braço também da Origin Live, Enterprise C, de 12 polegadas, e os seguintes prés de phono: Luxman EQ-500, Boulder 508 e Nagra Phono Classic (leia Teste 1 na Edição de Aniversário deste ano). Os cabos utilizados entre os prés de phono e os prés de linha: Quintessence da Sunrise Labs, e Apex da Dynamique Audio.

Mais uma vez, todo o trabalho de tirar a cápsula Hana Umami Red (leia Teste 3 na Edição de Aniversário), foi do nosso querido colaborador André Maltese, e fazer o ajuste fino da Bloom 3, trabalho que levou pelo menos três horas, antes de sentarmos e realizarmos juntos uma primeira impressão.

Aos interessados nessa excelente cápsula, uma primeira dica: seu tempo de amaciamento é o maior de todas as cápsulas por nós já testadas, ou que tive para uso pessoal. As mais demoradas jamais passaram de 50 horas, jamais! A Bloom 3, com 70 horas, ainda
estava se ‘acomodando’ e ocasionando surpresas! Então, meu amigo, tenha um bocado mais de paciência, pois cápsulas não são como amaciar digital, que o sujeito coloca no repeat e sai para trabalhar, podendo deixar em queima por uma semana com o mesmo disco sem problema.

O que nos leva à seguinte conta rápida: se sentares apenas duas horas por dia, serão 40 dias de queima aproximadamente para se extrair desta belezura todo seu potencial! Ou 4 horas diárias por 20 dias.

Neste período, nada de mostrar o ‘upgrade’ aos amigos, pois como diz o ditado popular: “quem tem pressa, come cru”.

Outro detalhe no tempo de amaciamento, que muito me chamou a atenção, é que a Bloom 3 começa com um ‘ímpeto’ lá no alto, parecendo uma cápsula ‘nervosa’ com baixo grau de equilíbrio e refinamento, e que à medida que os dias vão passando ela vai amansando e achando seu ponto de equilíbrio. Então, fique ‘na moita’ e não convide ninguém, aguente firme essa fase, e se municie de toda paciência do mundo, pois dependendo da assinatura sônica do seu sistema, principalmente se ele for mais para ‘fogos de artifício’, você duvidará que ela irá assentar e se tornar muito musical e equilibrada.

No Boulder 508, parecia que este momento jamais chegaria, já no Luxman EQ-500 e no Nagra, este ‘rito de passagem’ de impetuosidade para o relaxado foi sinalizado a partir das 40 horas de amaciamento. No Boulder, mesmo depois das 80 horas, as pontas em gravações tecnicamente mais limitadas nunca foram das mais ‘confortáveis’. Já com os outros dois prés, nenhum disco foi expurgado ou deixado para trás! Seu equilíbrio tonal é muito correto, com enorme extensão, corpo e velocidade em ambas as pontas.
A região média é de enorme detalhamento e transparência, possibilitando que o ouvinte escute com enorme prazer seus discos e tenha belas surpresas em termos de inteligibilidade! Este é seu maior mérito: manter o DNA sonoro de todas as cápsulas ZYX em termos de precisão e detalhamento, mesmo sendo a ‘de entrada’ deste fabricante!

O soundstage é impressionante em termos de foco e recorte, com um grau de precisão e 3D que nos faz imaginar estarmos escutando uma cápsula muito mais cara!

Suas texturas são detalhadas, ricas e de enorme naturalidade – falta apenas aquele último grau de refinamento que encontramos nas cápsulas de nível superlativo, mas é preciso lembrar que certamente o usuário desta Bloom 3 terá como companhia um setup bem mais simples, e não os prés de phono utilizados no teste.

Senti muito não ter mais conosco o pré da PS Audio, o Stellar, pois acho que este seria o par ideal, ou mesmo o Gold Note PH-10, ambos muito mais coerentes em termos de valores com a Bloom 3. Mas isso não invalida de maneira alguma nossas observações, já que com os três prés de phono foi possível perfeitamente ‘entender’ sua assinatura e ouvir suas virtudes e limitações.

Os transientes são arrebatadores! O grau de precisão e autoridade é realmente uma bela surpresa, fazendo com que a Bloom 3, neste quesito, possa ser comparada tranquilamente com cápsulas até três vezes mais caras.

Outro grande mérito é sua dinâmica, tanto a micro, quanto a macro. Obras complexas, como a Sagração da Primavera de
Stravinsky, ou Sinfonia Fantástica de Berlioz, soaram com enorme folga, tanto nas passagens mais sutis como nos fortíssimos! O melômano e o audiófilo, se estão à procura de uma cápsula que resolva essa questão da dinâmica, devem colocar como opção número um ouvir essa cápsula em seu sistema.

Meu filho me emprestou um LP do Metallica (um de capa azul – eu não conhecia), fiquei realmente impressionado com a maneira que a Bloom 3 ‘driblou’ aquela ‘parede’ de compressão – os VUs do Luxman e do Nagra simplesmente ficam estáticos, como se tivessem sido travados! Uma pena que se use tanta compressão em uma gravação em pleno final do século 20. Será que os engenheiros de heavy metal desconhecem os microfones B&K ou DPA? Com esses microfones não seria necessária tanta compressão, que além de estragar o equilíbrio tonal, deixa tudo bidimensional. Mas a Bloom 3, com sua impressionante ‘energia’, consegue deixar aquela ‘massa sonora’ muito mais palatável e interessante. Se você é um fã do gênero, você precisa ouvir essa cápsula, meu amigo.

O corpo harmônico da Bloom 3 é uma grande referência para inúmeras cápsulas concorrentes na sua faixa de preço, e também para muitas acima de sua faixa de preço. Tudo soa do tamanho exato que foi captado e mixado. Nas gravações de jazz dos anos 60, é um deleite ouvir os sopros como soam quando estamos dentro da sala de gravação, com os músicos. Eu nunca abri mão de estar ali dentro nas nossas gravações, é uma sensação indescritível, meu amigo, sentir no peito aquela pressão de um saxofone barítono, ou um contrabaixo tocado em arco! Com a Bloom 3, o ouvinte terá sonoros sustos com a veracidade do corpo de excelentes gravações dos anos 60!

A materialização física é outro ‘desbunde’ nesta cápsula. Para não ficar preso apenas às melhores referências feitas nos anos 60, fui buscar gravações dos anos 70, 80 e 90, da Blue Note, Pablo e Verve. E a materialização física está presente, fazendo nosso cérebro mergulhar de tal forma que, só se você não quiser continuar a ‘viagem’, que seu cérebro irá lembrar que aquilo é reprodução eletrônica e não a realidade!

Brinco que vou levar o ouvinte à uma máquina do tempo, nessas oportunidades, pois só o analógico para nós permitir este grau de ‘realismo’!

Sua musicalidade dependerá muito mais dos seus pares do que dela mesmo. Como escrevi linhas acima, será preciso ‘domar’ sua energia quase juvenil – ela possui um grau de impetuosidade que pode muito bem ‘assustar’ aos que buscam uma cápsula em outra direção.

Mas isso não necessariamente é um defeito, e pode perfeitamente se transformar em enorme qualidade. Principalmente se os estilos musicais tiverem também essa ‘impetuosidade’. Mas não pensem que essa impetuosidade não pode ser domada, pois para nós ficou mais do que claro que pode. Para isso será o suficiente um setup analógico que tenha excelente equilíbrio tonal e enorme folga. Pois assim associamos o melhor dos dois mundos. Algo tão utilizado por décadas, como misturar um pré valvulado com um power transistorizado. Isso não é nenhuma heresia – pelo contrário, feito com conhecimento e critério, pode ser uma excelente solução. Principalmente para aqueles que têm um orçamento mais apertado para a realização de upgrades em cápsulas mais top.

A questão é como se montar a receita certa, feito isso, os resultados podem ser surpreendentes.

CONCLUSÃO

A ZYX Bloom 3 é uma cápsula que possui méritos suficientes para estar na lista de todo audiófilo que está à procura de uma cápsula Estado da Arte de até 8 mil reais!

Claro que, nesta faixa de preço, as opções são inúmeras (mesmo aqui no Brasil). Se o amigo possui um toca-discos que julga ser o definitivo dentro de seu orçamento, e seu pré de phono o atende integralmente, mas a cápsula ainda gera ‘incertezas’ dependendo do gênero musical ou da qualidade técnica, ouça a ZYX.

A Bloom 3 possui a ‘magia’ de extrair um grau de informação que outras cápsulas concorrentes nem ‘ousam’ imaginar que isso seja possível. E com um outro benefício importante: precisão!

Se essas são duas qualidades que tanto procura, a Bloom 3 pode ser a solução definitiva para sua busca!

Nota: 95,5
AVMAG #274
KW HiFi

(11) 95422.0855
R50 Bloom 3 LOW: R$ 7.300
R50 Bloom 3 HIGH: R$ 7.830

CÁPSULA HANA UMAMI RED

Fernando Andrette

Os leitores atentos certamente perceberam que estava no ’forno’, em teste, a nova cápsula top de linha da Hana, a Umami Red. Pois há cerca de duas edições ela já estava sendo citada na lista de equipamentos utilizados em todos os nossos testes.

Então chegou a hora de falarmos desta cápsula, que carrega em seu nome a palavra Umami, que em japonês significa algo saboroso, mas com uma ‘explosão’ de sabores cheios de contrastes entre o doce, azedo, salgado, amargo, quase se tornando um quinto sabor.
Li em algum release que o projetista das cápsulas Hana, o sr. Masao Okada, ficou meio resistente quando sua equipe sugeriu este nome, mas se rendeu a ele ao ouvir o primeiro protótipo em seu sistema pessoal.

A Excel Sound Corporation, com mais de meio século em atividade, é uma das referências em cápsulas no Japão. As cápsulas da Accuphase, Shelter e Sumiko, todas foram desenvolvidas na Excel, e possuem enorme reputação mundo à fora. Mas foi só em 2016 que a Excel achou que deveria voltar a desenvolver cápsulas com sua própria marca, e foram colocados no mercado de uma só fornada 4 modelos, começando pela mais simples, de 450 dólares e a mais cara (que já testamos: Hana ML) de 1.250 dólares.

O sucesso veio como em um rastro de pólvora – basta entrar em diversos fóruns de cápsulas e ler os elogios que toda a linha Hana recebeu e virou o mercado de pernas para o ar – ao conseguir colocar esses modelos em pé de igualdade com cápsulas bem mais caras.

A fórmula para sucesso tão imediato: utilizar todo seu expertise de meio século, não querer ‘reinventar’ a roda, e oferecer soluções eficientes em termos de construção, simplicidade e eficiência. Então, desde a mais simples, o consumidor não irá achar nem uma pitada de materiais exóticos ou raros, optando pela velha e segura fórmula do ‘menos é mais’.

Mas claro que com o sucesso tão rápido e consistente, em algum momento a Excel iria querer mostrar ao mundo que também sabe (e como muito poucos), fazer cápsulas de nível superlativo – porém com os ‘pés ainda no chão’!

Mas o desafio era fazer algo absolutamente fantástico, mas ainda na casa que muitos audiófilos mundo à fora pudessem comprar. Ao contrário dos invólucros de plástico rígido dos modelos até então lançados, o invólucro vermelho da Hana Umami é feito em duralumínio ultra resistente e com um acabamento em laca vermelha urushi que dá à cápsula um visual refinado e tecnológico, porém sem perder a ‘identidade’ das melhores cápsulas japonesas.

Mas são os detalhes de design que mais chamam a atenção nesta cápsula, com suas curvas laterais que lembram um par de orelhas, e sua frente com uma placa de ébano, dão o toque final de requinte.

A cápsula pesa cerca de dez gramas. As bobinas e o poderoso imã de samário-cobalto são tratados criogenicamente antes da instalação, com um resfriamento próximo a ‘zero absoluto’, para ‘relaxar’ e homogeneizar suas estruturas moleculares. A Excel foi uma das primeiras a mostrar sonicamente a vantagem deste processo de criogenização, o que inúmeros outros fabricantes de cápsulas e cabos utilizam na atualidade.

Lembro que nos primeiros anos da revista, ao escrever um artigo sobre este método, muitos dos ‘objetivistas’ o classificaram de puro placebo ou marketing puro, criando acaloradas discussões por uns anos – hoje caiu no comum. Tirando os que ainda duvidam que cabos fazem diferença, ninguém mais se importa como esses produtos são feitos, se preocupando apenas com como tocam (ainda bem!).

Outra preocupação da Excel foi fazer uma cápsula top de linha com o maior grau de compatibilidade possível, tanto com os melhores braços, como com prés de phono.

Então, aos que depois de lerem este teste se interessem, basta um braço comum de massa média e a Hana Umami Red se sentirá à vontade. Quanto aos prés de phono, sua baixa resistência interna de 06 Ohms pode perfeitamente trabalhar com qualquer bom pré de phono com impedância acima de 100 Ohms. Sua força de rastreamento, para uma alta precisão de leitura dos sulcos, é de 2.0 g, com tensão de saída de 0,4 mV. Sua agulha é um diamante com um corte Microline, um cantilever de boro rígido, porém muito leve, que tem o objetivo de dissipar suas vibrações para o próprio cartucho. Os quatro pinos para a ligação da cápsula à fiação do braço são folheados a ouro 24 quilates, que estão fixados em uma placa de poliéster.

Para o teste, colocamos a Hana Umami Red no braço Enterprise Mk4 da Origin Live, e o toca-discos também deste fabricante, modelo Sovereign (leia Teste 2 nesta edição). Os prés de phono utilizados foram: Boulder 508, PS Audio Stellar, e o Classic Phono da Nagra (leia Teste 1 nesta edição). Os cabos de interconexão foram: Sunrise Lab Quintessence Anniversary (RCA e XLR), e o Apex da Dynamique Audio (XLR). O restante do sistema foi o setup de Referência da revista (pré de linha Classic Nagra, TUBE DAC Nagra e os powers Nagra Classic Mono). Caixas: Wilson Audio Sasha DAW, e Kii Audio Three.

Minha expectativa inicial era que a Umami Red estivesse alguns degraus acima da Hana ML, com maior definição, refinamento e conforto auditivo. Mas o que ouvimos foi muito além da expectativa inicial, pois são cápsulas de ‘campeonatos’ distintos.

A Umami Red veio para bagunçar o mercado de cápsulas Estado da Arte custando acima de 8 mil dólares, e deve fazer um estrago considerável neste segmento, pois ela coloca em xeque se realmente, para termos um analógico do mais alto padrão superlativo, ainda é necessário se gastar de 8 mil dólares para cima para se extrair todo o encanto e naturalidade do analógico.

Não temo em afirmar que a Umami se trata da melhor relação custo/performance que uma cápsula acima de 100 pontos atingiu na história da revista! E não acho que este ‘posto’ será tirado dela muito cedo.

O que a Excel conseguiu em termos de performance com a Umami Red irá refletir por muitos e muitos anos neste mercado de ponta, pois foram capazes de quebrar diversos paradigmas de preço e de performance. Ter este grau de refinamento por menos de 5 mil dólares, seria algo impensável cinco anos atrás!

Nos 25 anos da revista testamos algumas das melhores cápsulas do mercado, cápsulas que ultrapassaram com folga os 100 pontos, mas todas custando o dobro ou o triplo do preço da Umami Red. Então o que descreveremos em termos de performance dessa cápsula será de enorme interesse a todos os amantes de analógico, independente da cápsula que tenham em seu sistema na atualidade.

O fabricante fala em 50 horas para a Umami estar totalmente amaciada, mas o interessante é que com apenas 10 horas de uso, ela já mostra a que veio. E as outras 40 horas serão apenas para ajuste de seu grau de refinamento e precisão.

A maior mudança nessas 50 horas é que ela perde a ênfase na precisão e detalhamento, para ganhar equilíbrio na naturalidade dos timbres, no corpo em todo o espectro audível, e na projeção 3D do palco sonoro.

Achei, nos primeiros dois dias de audição, que a Hana iria se qualificar como a cápsula mais neutra que avaliamos. No entanto, a partir do terceiro dia, esta neutralidade continuou evidente, mas seu impressionante equilíbrio tonal, que chega a ser quase que perfeccionista, e sua apresentação 3D, deram forma e graciosidade a suas apresentações.

Com o setup Origin Live, o resultado é belíssimo, pois este toca-discos e o braço de 12 polegadas também possuem essas mesmas características, com a vantagem de serem capazes de extrair informações dos sulcos que jamais extraímos com nenhum outro toca-discos que tivemos como referência ou testamos.

Felizmente, antes do toca-discos da Origin chegar, ouvimos metade do amaciamento da Hana com o braço Origin Entreprise de 12 polegadas no Timeless Ceres, o que nos permitiu perceber que a neutralidade da Umami Red é uma de suas maiores virtudes.

Mas depois de instalada no setup todo Origin, esta neutralidade se somou à precisão de tempo, ritmo e andamento do toca-discos, fazendo desta combinação a mais impressionante que escutamos em analógico em nossa sala – principalmente ligados ao pré de phono da Nagra: Meu Deus! Que estrago este setup fez nas minhas noites e madrugadas.

Se estivéssemos falando de astrologia, diria que esta fora a conjunção perfeita de astros e que provavelmente só acontece de tempos em tempos!

Uma característica importante da Hana é sua capacidade de jamais sobrepor algo, ou dar cor ou enfatizar alguma frequência em termos de equilíbrio tonal. O que nos leva a observar as gravações de um outro ângulo, como se tudo estivesse sendo escutado pela primeira vez, ou tudo tivesse sido remixado.

Claro que o setup (Origin Live + Nagra Phono) foi o companheiro ideal para este grau de requinte da Hana, mas não podemos fugir do famigerado ‘elo fraco’ – portanto se a Umami não tivesse ‘garrafas para vender’, o resultado não seria tão impressionante e consistente.
O soundstage da Hana é digno de ser tratado como holográfico e tridimensional. As caixas ‘somem’, e o ouvinte fica frente a frente com o acontecimento musical em termos de largura, altura, profundidade e planos. O detalhe é a apresentação do foco e recorte da Hana, comprovando sua exímia qualidade em ler, como poucas cápsulas, com tanta precisão os sulcos. Ouvi gravações de música clássica ’petrificado’ com o grau de realismo. Essa magia, por mais que o digital tenha galgado muitos degraus, ainda não consegue se igualar.

Depois de semanas com este setup, para voltar a escutar digital meu amigo, é preciso recodificar o cérebro, literalmente!

À medida que as 40 horas de amaciamento foram chegando, a pilha de discos foi aumentando em tal ordem que precisaria estender este teste para o dobro do tempo disponível, já que o pré de phono Nagra tinha data para sair de nosso convívio. Então passei a selecionar o supra sumo em termos de qualidade artística, para poder desfrutar desse ’sonho’ o máximo possível.

Só fui ouvir os LPs para avaliação de textura quando a cápsula atingiu as 40 horas, pois sabia pelas audições preliminares, que este quesito seria como chegar ao âmago da intencionalidade. Dito e feito, as gravações de quartetos de cordas ganharam um padrão de referência, que me levou a questionar o quanto o analógico ainda hoje foi subdimensionado. Tornando-se algo tão privado, que poucos tiveram a sorte e o prazer de extrair desses velhos discos pretos todo o seu esplendor. E olhe, amigo leitor, que já tivemos a oportunidade de avaliar excelentes componentes analógicos, mas repito: não nesta conjunção em que tudo está devidamente alinhado na hora e lugar correto!

Se fosse possível gravar este momento para mostrar na posteridade, acredite; eu faria!

Muitos leitores me perguntam o que significa a ’intencionalidade’ no quesito textura. E seria simples se a pandemia já tivesse terminado e pudéssemos iniciar os Cursos de Percepção Auditiva, pois com os exemplos que temos, a compreensão é simples. Trata-se de ouvirmos a qualidade do instrumento, do músico, do microfone utilizado, da complexidade do arranjo da composição e execução. E sem um equilíbrio tonal perfeito, essas características da textura ficam ’submersas’ deixando-nos apenas perceber se o instrumento soa mais aveludado ou áspero. Ou seja, muito pouco para um sistema que tenha pretensões de ser um genuíno hi-end.
A Umami Red tem o dom de nos mostrar o grau de qualidade de tudo, sem esconder nada, nos fazendo até perceber, por exemplo, a diferença de qualidade entre os instrumentos de um quarteto de cordas, o nível de virtuosidade dos mesmos, e até a qualidade dos microfones utilizados na gravação. Mas não pensem que isto tira a atenção da música como já vi algumas pessoas afirmarem (que tamanho preciosismo atrapalha) – pelo contrário, nosso cérebro fica ainda mais convencido que não se trata mais de reprodução eletrônica.

E se este não é objetivo final de um setup hi-end, que outro poderia ser?

Todos que conhecem o álbum branco do Keith Jarrett (Köln Concert), sabem que o piano utilizado naquele concerto ao vivo era um piano de péssima qualidade (tanto que ele pensou em não se apresentar, mas foi convencido a fazê-lo pois perderia o contrato com a gravadora ECM). E, por ironia do destino, justamente este disco se tornou o disco mais vendido da ECM. Pois bem, este, pelas limitações técnicas, é um disco difícil de ser reproduzido sem soar anasalado na região média-alta, e a última oitava da mão direita ter som de vidro. E ainda com toda essa limitação do instrumento, o som que o Keith Jarrett extraiu do piano é de uma beleza encantadora. A experiência de ouvir este disco na Hana Umami ‘& Cia’, foi maravilhosa. Pois, pela primeira vez, o anasalado e o brilho excessivo da última oitava ganharam, para o alento de nossos ouvidos, um componente que sempre falta: o feltro nos martelos do piano!

E como este detalhe fez enorme diferença, amigo leitor! Tanto que escutei os quatro lados por duas vezes no mesmo dia, e fiz inúmeras anotações no meu caderno pessoal. Não falo de milagres, pois o que foi registrado, registrado está. Mas a sutil melhora no equilíbrio tonal e na apresentação das texturas, foram cruciais para se ter uma audição muito mais prazerosa e esquecer das limitações, e mergulhar integralmente na música.

Foi certamente uma noite inesquecível a todos que tiveram a oportunidade de estar ao vivo naquela apresentação. E a nós, a felicidade deste momento ter sido registrado para a posteridade.

Os transientes da Hana são estonteantes em termos de precisão e autoridade. Adoro, para este quesito, fechar a nota com a famosa apresentação do Al Di Meola e o Paco de Lucia, no disco Friday Night in San Francisco (tenho este disco em 33 e 45 RPM) – a virtuosidade dos dois é de tirar o fôlego! Mas um detalhe sempre chama a atenção: o primeiro solo do Al Di Meola no canal direito. Muitas cápsulas dão a nítida sensação de atropelar as notas, ou deixar elas um pouco difusas.

A Hana disseca a velocidade e precisão do Al Di Meola, no auge de sua virtuosidade! Nós que perdemos o fôlego, ao ouvir tudo nota por nota, sem atropelo, sem dúvida do que está sendo tocado. Poderia dar outros bons exemplos de transientes, mas este é tão perfeito, que acho que todos que conhecem e apreciam esta gravação, entenderão perfeitamente o que escrevi. Detalhe: também uso este disco para avaliação de equilíbrio tonal, pois muitas vezes os violões possuem um brilho que descaracteriza o fato de estarmos falando de cordas de nylon (principalmente no CD).

E também gosto de ouvir esta faixa para textura, pois a diferença da técnica de palheta do Al Di Meola para os dedos do Paco de Lucia, é evidente.

E, se bobear, também utilizo esta faixa para avaliação de corpo harmônico, pois em muitos setups os violões têm o tamanho de um cello, rs!

Então, se um dia precisar avaliar todos esses 4 quesitos com um único disco, você já sabe qual será minha escolha.

A dinâmica desta cápsula só não é melhor que a da Soundsmith Hyperion 2, e está no mesmo nível de todas as outras cápsulas acima de 102 pontos, em nossa Metodologia. Sua micro e macrodinâmica são excepcionais! Pena eu não ter em LP a Abertura 1812 de Tchaikovsky da Telarc, mas tenho três interessantes gravações da Sinfonia Fantástica de Berlioz, sendo a mais impressionante a da Reference Recordings em 45 RPM.

Meu amigo, a gradação de pianíssimo para o fortíssimo é de tamanho grau de conforto auditivo, que chegamos a duvidar que é possível ouvir em muitas cápsulas com pressão sonora acima de 92 dB, sem o sinal endurecer e ficar desconfortável! Este foi um exemplo que, com a maioria das cápsulas, sempre tomei muito cuidado. Desta vez, como ajustei o volume, este ficou até o final, com enorme folga até o ‘tutti’ final.

Outro LP que adoro usar para avaliação de micro e macro é o famoso Bolero de Ravel (tenho excelentes gravações, então fica até difícil ter uma preferida). Aqui sempre temos um começo que vivemos com o volume lá em cima, e à medida que a orquestra vem crescendo, temos que ir monitorando o volume ladeira abaixo. Esquece, pois a leitura da Umami Red na microdinâmica é impressionante, assim como a capacidade de ouvirmos os instrumentos solistas dobrados ou triplicados, sem nenhum esforço adicional (basta termos feito a lição de casa e termos familiaridade com os instrumentos de sopro de uma orquestra sinfônica).

O corpo harmônico nos faz voltar a realidade de que, se tem algo que o digital não conseguiu ainda chegar, é este quesito.

Tomamos sustos atrás de sustos, ao ouvir gravações dos anos dourados do analógico (fim da década de 50 e 60), e ver o quanto soa real qualquer instrumento, ainda que os microfones estivessem a distâncias razoáveis de todos os instrumentos e fossem apenas três microfones. O pulo do gato era a acústica excelente das salas de gravação, e os músicos saberem que era preciso tocar alto e o mais limpo e preciso possível. Sempre ouvi dizerem que os pratos soavam abafados, e com rápido decaimento, na maioria das gravações deste período. Além de terem um corpo ‘tímido’. Um dos que sempre reclamaram foi um amigo baterista, de longa data. Pois o chamei para ouvir gravações do Duke Ellington, Bill Evans e Miles Davis deste período. E ele mudou de opinião instantaneamente! Soam soberbos em termos de corpo, qualquer instrumento, seja de percussão, cordas ou sopro.

Falar em Organicidade para este setup é a mais pura covardia e ingenuidade. Pois em nenhum momento de nossa história tivemos o privilégio de ter a materialização dos músicos de forma tão fidedigna a nossa frente. As vozes possuem um tamanho realismo, que nosso cérebro se rende ao primeiro acorde!

Poderia simplesmente dizer que a Umami Red fecha com chave de ouro este teste, com sua emocionante musicalidade. Mas escrever isto é simplesmente resumir de forma indevida todos os seus inúmeros e consistentes atributos. Para atingir este grau de musicalidade, é preciso que os sete quesitos de nossa Metodologia estejam em perfeito equilíbrio e harmonia, pois não existe maneira de ‘burlar’ esta regra.

Claro que os méritos finais sempre irão cair na soma do todo, que desemboca na musicalidade, mas nenhum equipamento atinge este grau de maturidade e excelência, de os mais ínfimos detalhes não tiverem sido trabalhados.

CONCLUSÃO

O que importa é que a Hana Umami Red é uma cápsula que veio para mudar a maneira de se escolher cápsulas de nível superlativo. E dar a chance aos menos abonados (como a esmagadora maioria de audiófilos) de ter uma cápsula de nível Superlativo por menos da metade do preço de todas as cápsulas acima de 100 pontos.

Este é um mérito que os outros fabricantes precisarão correr atrás, pois se ficarem se ‘alimentando’ dos louros e fama de tempos passados, serão literalmente atropelados por esta cápsula. Pois o conjunto de qualidades que a Umami atingiu é muito maior que as partes.

Dê a ela um setup à sua altura, e mostre orgulhoso aos amigos e parentes que ter uma cápsula que soa divina, não é mais mérito só dos abonados!

Nota: 105,0
AVMAG #273
German Audio
contato@germanaudio.com.br
R$ 24.900

CÁPSULA ZYX ULTIMATE OMEGA GOLD

Fernando Andrette

Se os admiradores das cápsulas ZYX já se sentiram confusos com a variedade de produtos que este fabricante disponibiliza, imagine quem é marinheiro de primeira viagem?

Foi assim que me senti ao receber a cápsula R50 Bloom3, que testamos na edição 274, e depois de ficar impressionado com sua performance ao descobrir que estava ouvindo a modelo de entrada deste fabricante, foi difícil saber qual cápsula pedir na sequência para um novo teste! O Fernando Kawabe teve que se munir de enorme paciência para responder às minhas inúmeras dúvidas.

Felizmente, neste ‘ínterim’, a ZYX deu uma arrumada em seu confuso site (que site japonês não é confuso, caro leitor?), e as coisas realmente ficaram mais fáceis. Pelo novo site, ficou bem mais claro que existe uma linha de acessórios, três versões de cápsulas mono (R50 Bloom Mono, R100 e R1000 Airy3), a de entrada a R50 Bloom estéreo, a Ultimate 100, Ultimate Airy, Ultimate 4D, Ultimate Omega (com três versões de bobinas: puro cobre, prata, e ouro – por isso o G), Ultimate Diamond, Ultimate Dynamic, e a top de linha Ultimate Astro.

Ao ter um panorama geral de todos os modelos, achei por escolher a Ultimate Omega, para dar ao nosso leitor uma ideia do salto que ‘teoricamente’ existiria entre a Bloom3, de entrada, e uma série intermediária, mas sem ser de um valor fora da realidade mesmo dos audiófilos com uma carteira mais recheada.

Definida a série, veio outra grande dúvida: a escolha da bobina. Aí foi outro parto, pois as explicações no site das três opções são por demais simplificadas, levando qualquer consumidor a certamente ter que recorrer aos fóruns para tentar ouvir dos audiófilos o que eles acham de cada uma das possibilidades.

De forma simplificada, recorrerei à definição do próprio fabricante: a bobina de cobre utiliza cobre puro de 6N OFC, possibilitando um som bem ‘uniforme’ em toda a faixa audível. A bobina com fio de prata pura, por sua excelente condutividade, possibilita agudos mais estendidos e uma maior transparência na região média e nos graves. E, por fim, a bobina com fios de ouro 24K é produzida nos Estados Unidos, e foi desenvolvida para aqueles que desejam sons reais, naturais e suaves em todo o espectro audível.

“Não tendo nenhum tipo de coloração, produzindo timbres realistas’’. Essa última frase, depois de visitar e ler centenas de opiniões, continuou ‘ressoando’ em minha mente, e aquela voz ’interior’ martelando por dias: é essa, é essa… E acabei indo nessa direção.

Como todas as cápsulas, a partir da série Ultimate Omega, são feitas artesanalmente pelo próprio CEO Hisayoshi Nakatsuka – e entre a solicitação e a entrega, foram praticamente 80 dias. O Fernando Kawabe fez tudo que estava ao seu alcance para tentar entregar a cápsula junto com a chegada do pré de phono da Nagra, mas o Covid 19 e a quebra de um osciloscópio, atrasou a entrega em quase 20 dias, o que impediu que o teste do Nagra Classic Phono tivesse a companhia de duas excelentes cápsulas: Hana Umami Red, e essa ZYX.

A Ultimate Omega G é muito diferente da Bloom3 em termos de construção, pois ela já possui o famoso objeto esférico azul na frente do corpo da cápsula, que minha filha assim que viu, apelidou de “verruga azul”. Este objeto é, na verdade, um peso de equilíbrio para fornecer o ponto de dissipação de vibração. Essa esfera não metálica, com peso de 1 grama, diâmetro de 2.5 mm, é colada na frente da cápsula. Segundo o fabricante, sua função é absorver todas as ondas vibratórias inerentes ao atrito da agulha com a superfície do disco. E fazer com que a leitura da agulha seja precisa nos sulcos.

Outro diferencial é a placa terminal em que são fixados os pinos dos cabos do braço, feita de carbono composto, que segundo o fabricante travam os pinos de forma a não vibrarem em hipótese alguma.

Mas as inovações patenteadas não param na esfera ou nesta placa, pois o cantilever, onde os melhores fabricantes utilizam boro, alumínio composto, diamante e até bambu, não atenderam as exigências sonoras de Nakatsuka-san, levando-o a desenvolver e patentear o primeiro cantilever de carbono C-1000 do mundo para uma cápsula MC. A haste de carbono é feita de 1000 peças de carbono composto (daí o nome de cantilever C-1000). Este carbono composto é mais rígido do que o alumínio, ferro ou titânio. Além de sua gravidade específica ser a metade do boro.

Segundo Nakatsuka-san, o cantilever de carbono oferece a mais ampla faixa de frequência e um desempenho de rastreamento muito superior a qualquer outro material utilizado em cantilever. Mas, segundo ele, o maior diferencial está na capacidade de limitar os maléficos sinais sonoros mecânicos que sempre, em qualquer tipo de cantilever, são refletidos – e o que volta à agulha diminui a inteligibilidade e a microdinâmica. Aliás, este é um ponto recorrente em todos os fóruns que discutem os benefícios das cápsulas ZYX das séries Ultimate: a sensação de um descongestionamento na apresentação musical!

A cápsula é feita de uma resina não metálica, com dois tipos de material duros e leves o suficiente para evitar que vibrações externas influenciem a bobina, e ressonâncias que ocorram na superfície dos discos possam causar correntes ‘parasitas’.

A agulha de todas as séries Ultimate tem as bordas do diamante paralelas às laterais do cantilever, com o propósito de atuar como o ponto de contato com o sulco do disco, para um traçado mais estável e suave, para se extrair as mais sutis informações do disco. Segundo o fabricante, essa construção da agulha permite uma vida útil prolongada de mais 2000 horas em relação a outras agulhas de alto padrão!

A agulha é do tipo Micro-Ridge, desenvolvida no Japão, com um raio de contato sempre de 3μm pela ponta, e 60μm de espessura.
Para o teste instalamos a ZYX Ultimate Omega G no nosso toca-discos de Referência, o Origin Live Sovereign, braço também Origin Live modelo Enterprise de 12 polegadas, e clamp Gravity One, também da marca (leia Teste 4 nesta edição).

Os prés de phono utilizados foram o interno do integrado Gold Note IS-1000 (leia teste na edição 276), o Hegel V10 (leia teste na edição de novembro próximo), e o Gold Note PH-1000 (leia Teste 1 nesta edição). O sistema foi basicamente o nosso de Referência, e as caixas Wilson Audio Sasha DAW e Estelon XB MKII (leia teste na edição de novembro). Cabos de interconexão nos prés de phono: Sunrise Lab Quintessence Aniversário e Dynamique Apex. Cabos de força nos prés de phono: Oyaide no Hegel V10, e Sunrise Lab Quintessence Aniversário, Transparent G5 e Powerlink MM2.

Posso dizer com segurança que esta ZYX foi a cápsula com maior período de amaciamento que testei na vida, pois próximo de 100 horas ela ainda estava sofrendo mudanças significativas. Não que ela saia de um patamar que seja impossível ouvir, pois assim que instalada eu e o Maltese (que mais uma vez fez as honras de realizar todos os ajustes e instalação), ficamos ‘pasmos’ com os detalhes em que os metais foram apresentados em uma gravação do Frank Sinatra, seguida por Steve Wonder, Milton Nascimento, etc. De imediato, percebemos que todos os ‘requintes’ e cuidados na fabricação desta cápsula não são apenas marketing ou teoria. Pois tudo que o fabricante promete que ela fará, será cumprido à risca.

Mas ainda assim é chocante ouvir que a quantidade de informação ‘submersa’ em gravações que escuto a 30, 40, 50 anos, que nunca antes foram tão detalhadas e precisas.

A tortura é pela espera para saber o ‘cume’ que essa preciosidade pode alcançar depois de integralmente amaciada. E entre as 20 e 70 horas, o audiófilo terá que se munir de enorme paciência, pois seu equilíbrio tonal até estabilizar irá alterar muito.

O que eu quero dizer com alterar?

É ouvir o mesmo disco, as mesmas faixas, e um dia com 25 horas de amaciamento estar ruim, com 29 horas este mesmo disco estar audível, depois com 40 horas, soar estranho novamente, para a partir de 50 horas, você querer repetir o disco inteiro.

Tanto que o Maltese quis várias vezes vir fazer o ajuste fino/final, e eu impedi. Pois sabia que havia estrada a ser caminhada. Fico imaginando o audiófilo tipo ‘desesperado.com’, se olhando no espelho e dizendo: acho que fiz uma cagada! Para no outro dia ouvir o mesmo disco e sair gritando: “que maravilha!”.

Será uma montanha russa meu amigo, literalmente! Agora, adicione a esta equação dois prés de phono também amaciando, e o amigo leitor terá uma ideia exata da caixa de pandora que abri em nossa Sala de Testes. Mas, felizmente, após a tempestade vem sempre a bonança, e neste caso a bonança veio abençoada de musicalidade, realismo e conforto pleno!

A partir das 100 horas da ZYX – e das 200 horas do PH-1000 – o que este conjunto soou é para entrar na memória de longo prazo, como um dos mais belos setups analógicos que escutei na vida! Claro que sempre ouvimos aquela voz diabólica a nos dizer: se já está tão belo, imagine com o Nagra Classic, o que essa cápsula não renderia? Felizmente, com os dias transcorrendo em céu de brigadeiro, essa ideia logo se dissipou e pude desfrutar como poucas vezes de um setup com tamanha organicidade, intencionalidade e musicalidade.

Reouvi mais de 400 LPs no período de teste e, a cada disco, em cada faixa, foi possível detectar o grau de precisão de leitura desta cápsula, tenha sido nas gravações problemáticas ou nas melhores gravações que tenho, sempre escutei informações das mais banais às mais importantes.

A cápsula que mais perto chegou perto desta ZYX foi a Soundsmith Hyperion 2, e ainda assim o conforto auditivo aliado à alta resolução da Ultimate Omega G a coloca em uma classe à parte das outras excelentes cápsulas que tive ou testei. Pois o que a faz soar tão distintamente é o seu conjunto de qualidades.

Vamos a eles: tamanha é sua precisão de leitura, que o ruído de fundo dos discos é menor que qualquer outra cápsula que tive e testei.
Seu equilíbrio tonal é sempre impressionante, nos permitindo escutar gravações realmente ruins tecnicamente (logo eu que tenho centenas de gravações assim). Nunca passa do ponto, nunca endurece o sinal, e nos possibilita ouvir as gravações sempre com uma folga a mais no volume!

As texturas são as mais sedutoras que escutei, nos fazendo prestar a atenção em detalhes como a escolha dos microfones, posicionamento desses em relação ao instrumento, qualidade técnica do músico e do instrumento, detalhes da mixagem tanto das virtudes como dos defeitos e, claro, a intencionalidade como se estivéssemos presentes na gravação para ver como o virtuose resolve com desenvoltura aquela passagem complexa ou o músico esforçado penou para fazer o take bom.

Muitos dos leitores mais recentes me questionam se é verdade que podemos ‘ver’ o que ouvimos? Dúvida que desvanece assim que se escuta uma cápsula deste nível de performance! Acredite meu amigo, você ‘verá’ o que está ouvindo com essa ZYX Ultimate Omega.
Muitas vezes ouço excelentes cápsulas, extremamente corretas, em que os transientes são excepcionais, mas em alguns discos soam borrados. Sempre deduzi que talvez isso fosse algum problema referente a leitura da agulha, o próprio disco, prensagem, mixagem ou algum tipo de ressonância do cantilever. O disco matador para a ‘prova dos nove’, continua sendo para mim a faixa 1 do lado A de Friday Night in San Francisco com o trio de virtuoses de violão Meola, Lucia e McLaughlin. Os solos nessa faixa do Al Di Meola no canal direito e do Paco de Lucia no canal esquerdo, são de tirar o fôlego, tamanha velocidade, técnica e precisão – e mesmo algumas excelentes cápsulas se ‘embaralham’, nesta faixa. A sensação é que comeram notas.

Na ZYX, essa faixa soa de forma tão ‘explícita’ que é possível ver exatamente o que cada um dos músicos está a fazer. Como se o tempo fosse desacelerado para nosso cérebro acompanhar nota por nota – é melhor que tomar LSD, amigo leitor, acredite! É como exercitar seu cérebro para entrar em uma outra dimensão em que toda a música, dá mais simples à mais complexa, o grau de inteligibilidade seja pleno!

Então, para resumir: o que essa ZYX faz de melhor que as três melhores cápsulas que a revista já testou? Nada tão melhor que desqualifique as outras excelentes cápsulas. O que a difere está no domínio da precisão e no grau de conforto auditivo.

Aqui ela se mostrou soberana, e isso certamente está na fórmula encontrada pelo seu projetista em solucionar problemas decorrentes de uma leitura mecânica com enorme probabilidade de inúmeras limitações – que todos nós sabemos quais são. E que nos acostumamos a viver com elas, pois os benefícios são maiores que as limitações (em sistemas analógicos corretos, que fique bem claro).

As soluções encontradas pela ZYX, além de assertivas, colocam em xeque muitas outras opções que, ainda que boas em termos de performance, não alcançaram o resultado obtido pela ZYX!

O que posso garantir a você leitor é que, no caso específico desta Ultimate Omega G, o resultado de sua performance certamente é consequência direta de todas as descobertas feitas pelo seu projetista e colocadas em prática. Não se trata da sacada da esfera, ou do cantilever de carbono feito de mil nano pedaços. É a evolução de meio século fabricando cápsulas para terceiros que, para a ZYX, a diferencia da concorrência.

E o resultado é esse!

Fico imaginando o que as três séries acima podem resultar em termos de performance, pois eu me dou totalmente por satisfeito com essa Ultimate Omega G.

E sua relação custo/performance colocam em dificuldade cápsulas de renome que custam até três vezes o seu valor!

CONCLUSÃO

Quando se está há tantos anos na estrada de revisor, e se tem um método e foco para avaliar os produtos, fica bem mais fácil pegar determinados produtos de entrada, ouvir e sacar que aquele fabricante possui um DNA diferenciado.

Isso ocorreu com o teste da Bloom3, que ainda que não utilize todos esses requintes de construção existentes na série Ultimate, ficou claro que sua sonoridade tinha um ‘algo a mais’.

É muito prazeroso constatar que nosso ‘feeling’ estava correto e, ainda assim, se surpreender com uma performance acima do esperado.

Imaginava que, pelo seu preço, e por ser ainda uma série intermediária, a Ultimate Omega G, soaria como uma Hyperion 2, Hana Umami Red ou Air Tight PC-1 Supreme – cápsulas que tive e que foram excelentes referências por anos! Mas essa ZYX está acima de todas essas cápsulas em todos os quesitos da Metodologia, e com um grau de refinamento que a coloca no topo de todas as cápsulas testadas nos 25 anos da revista!

Dê a ela um excelente braço e pré de phono, e tenha a certeza que pode ser sua cápsula definitiva!

Nota: 110,0
AVMAG #278
KW Hi-Fi

(11) 95422.0855
(48) 3236.3385
R$ 31.200

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