Editorial: UMA NOVA NORMA AES75-2022 – PARA PROCEDIMENTOS DE MEDIÇÃO DE CAIXAS ACÚSTICAS – PODE AJUDAR A UNIR OBJETIVISTAS E SUBJETIVISTAS?

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Espero que sim, essa foi minha resposta assim que li que a Audio Engineering Society (AES) adotou e publicou no dia 22 de março, um novo padrão AES para acústica, com o objetivo de medir os níveis de som linear máximos dos alto-falantes e caixas acústicas. Segundo a nota, o novo padrão aborda a necessidade de um procedimento prático e coeso para a previsão do desempenho do alto-falante. De acordo com a associação, a AES75-2022 é o resultado de extenso trabalho do Grupo de Tarefas SC-04-03-A, do Comitê de Padrões AES, co-presidido por Merlijn van Veen (especialista sênior em suporte técnico e educação da Meyer Sound) e Roger
Schwenke, Ph.D (Cientista Sênior da Meyer Sound e administrador de inovação). O trabalho contou com um grupo de 80 engenheiros e foi desenvolvido nos últimos dois anos. Segundo o presidente da AES Standards, Bruce Olson, “A AES75-2022 sem dúvida se juntará às normas mais impactantes que a Sociedade publicou em sua longa história de fornecer à indústria de áudio ferramentas críticas para analisar o desempenho de áudio e garantir a intemporalidade”. A nova norma, segundo a AES, veio para avaliar com maior margem de segurança, já que a base das normas vigentes tradicionalmente, eram desafiadoras devido à inconsistência nos procedimentos de medição, e na forma como os parâmetros medidos são relatados. Veja, amigo leitor, que essa constatação não é minha ou da legião de ‘críticos às medições’, e sim da própria AES. E Schwenke acrescenta: “Até agora, ler um número SPL em um datasheet geralmente implicava mais perguntas do que respostas, sobre os sinais de teste usados e os procedimentos de medição – pois o mais importante para o usuário final é como o alto-falante funcionará com sinais de áudio típicos, e se os números podem ser comparados com
números de um datasheet para outro”. Acredito que essa última frase deixará os objetivistas ‘ortodoxos’, que nas trincheiras de seus fóruns arrogantemente desdenharam das caixas acústicas que não tinham uma boa avaliação em testes objetivos, em ‘papos de aranha’. E Schwenke termina a defesa da nova norma, enfatizando: “A AES75-2022 aborda esses problemas, fornecendo um procedimento detalhado bem como um sinal de teste específico, M-Noise, cujo RMS e níveis de pico como funções de frequência demonstraram representar melhor o material de programa típico (música). Além disso, o AES75-2022 foi projetado para ser verificado de forma independente, usando analisadores e microfones normalmente usados por profissionais de áudio”. E encerra o comunicado explicando que: “O sinal de teste M-Noise é baseado na análise da Meyer Sound de centenas de seleções de música, abrangendo todos os gêneros. Os procedimentos documentados na AES75-2022 fornecem medição de níveis de som lineares máximos, aumentando gradualmente os níveis de reprodução até que a magnitude ou coerência da reprodução acústica de um alto falante, do sinal de teste M-Noise, atinja um estado inaceitável”. Essa é uma grande notícia, e certamente mudará muito os parâmetros de medições e pode ser a primeira ‘ponte’ sólida entre objetivistas e subjetivistas. Já usei este mesmo espaço editorial para repetidas vezes, defender que este será o século das profundas mudanças na maneira de medir e entender os fenômenos que ouvimos, e que não conseguimos aferir tecnicamente.

E creio que essa nova norma AES75-2022 seja um dos pilares dessa nova etapa que se inicia!

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