Editorial: O VINIL ECOLOGICAMENTE CORRETO SERÁ LOGO UMA REALIDADE?

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Quando a indústria solta notas referentes a ‘ideias’ com patentes pendentes, eu fico mais ressabiado que São Tomé, pois já vivi tempo suficiente para ver grandes ‘ideias’ naufragarem por serem lançadas na hora errada, ou concorrentes se canibalizarem. Mas o fato de a indústria do vinil estar se preocupando em eliminar o uso de produtos químicos nocivos, adotando uma alternativa eficaz ao PVC, sempre será muito bem-vindo. Pois é isso que a plataforma de produção de vinil elasticStage, com sede na Inglaterra, promete ser a mais importante revolução na forma de produzir vinil nos últimos cinquenta anos! A fabricação de vinil é um processo trabalhoso com um gasto enorme de energia, master de metais em que os negativos de cada lado do disco são usados para estampar as ranhuras em PVC aquecido e, depois, rapidamente esfriado para finalmente ser embalado e distribuído no ponto de venda. Segundo a elasticStage, seu processo desenvolvido nos últimos seis anos, elimina por completo o processo de prensagem e produz efetivamente uma única master com reprodução de maior qualidade, e com a vantagem de produzir desde uma única cópia até centena de milhares. A empresa afirma que seu método, além de revolucionário, resultará em menos desperdício de matéria prima e de uso de energia, em comparação com os processos de prensagem de vinil. Outra vantagem, segundo o fabricante, será o prazo de entrega muito mais curto com pedidos mínimos de apenas um disco. Isso é tudo que consegui saber por hora – o que me deixa ainda mais ressabiado, rs! Mas, para quem já foi apresentado, o negócio atraiu investimento de peso e de figuras líderes do setor artístico, e de diretores das majors, como também de grandes produtores do mercado, como Paul Epworth (produtor da cantora Adele e de Paul McCartney) e Dan Grech (produtor de Lana Del Rey, George Ezra e Tom Grennan). Com o apoio desse grupo, o investimento arrecadado já passa de 4 milhões de dólares! Se tudo funcionar como o CEO da empresa, Steve Rhodes, espera, os primeiros vinis nessa nova plataforma estarão chegando ao mercado no final do próximo ano. Com o crescente aumento na venda de vinis, que dizem os especialistas estará na casa de 50 milhões de unidades em 2025, a elasticStage sonha alto e espera deter 10% desse mercado nos próximos cinco anos. Como nada foi falado a respeito de performance, apenas de padrão de qualidade e de agilidade na manufatura, fico me perguntando o que ocorrerá se essa nova topologia soar pior que o velho e bom vinil? Algo tão comum na indústria do entretenimento, que sempre mira apenas no volume e faturamento, e coloca o item ‘qualidade’ sempre em segundo plano.

Essa resposta só virá no futuro, e se essa ideia vingar.

A nós, só resta esperar e ouvir para crer!

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