Teste 3: CAIXAS ACÚSTICAS WHARFEDALE LINTON 85 ANOS

Teste 4: CABO DIGITAL KIMBER KABLE ILLUMINATIONS D-60
maio 5, 2023
Teste 2: CD/SACD-PLAYER ARCAM CDS50
maio 5, 2023

Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Ainda que o ditado popular nos lembre que: “Santo de casa não faz milagre”, continuarei a lembrar a todos os nossos leitores que, em matéria de caixas acústicas, nunca tivemos tão bem servidos de opções para todos os bolsos e gostos.

Hoje é possível, por exemplo, com 4 mil reais comprar um par de books da Elac, by Andrew Jones, série Debut, e viver feliz com ela ligado a um bom integrado usado, como os Creek, Arcam, Rega, Cambridge dos anos 90 e virada do século, e ouvir sua música com enorme satisfação e prazer.

Integrados dessas marcas em bom estado que você irá encontrar na faixa de 3 a 7 mil reais!

E para os que dispõem de uma verba maior para realizar o tão sonhado upgrade nas caixas, definitivo, as opções entre 8 e 15 mil reais são cada vez mais promissoras! E o melhor: de uma consistência desconcertante!

Não vá dizer que não lhe avisei, amigo leitor, quando você começar com aquela velha lamúria que o hi-end está cada vez mais caro e inacessível. Pois isso não é verdade!

É possível sim, com calma e foco, realizar excelentes negócios! Faço isso para os amigos faz meio século! E o meu prazer em ajudar a todos que me procuram, continua o mesmo! Pois ver alguém que ama música poder realizar o sonho de ter um sistema bem ajustado e sinérgico, é muito gratificante!

E nesta Edição de Aniversário, mais uma bela caixa vai se juntar ao grupo de produtos cuja performance é muito maior que o seu custo. Estou falando da Wharfedale Linton 85 Anos. Uma caixa lançada originalmente em 1965, que foi o carro chefe de vendas da Wharfedale por 5 anos consecutivos. Seu sucesso estava em conseguir soar alto e ainda assim não distorcer. Tocando aberto e com grande autoridade.

A última versão dos anos 70 foi o modelo 3XP, com três vias, e que marcou época pelo seu tamanho e ousadia!
Com a moda de caixas tipo vintage, o diretor de design acústico da Wharfedale, Peter Comeau, resolveu aceitar o desafio e criar uma nova Linton, comemorativa de 85 anos da empresa, mantendo o conceito original de uma sonoridade natural, mas com um apelo moderno no acabamento e na performance.

As surpresas serão sucessivas desde o primeiro instante, começando pelo seu tamanho para uma ‘bookshelf’, o seu acabamento impecável sem bordas, seu peso, o pedestal dedicado (que precisa ser comprado junto com as caixas), pés protetores de borracha para não riscar o gabinete acabado em madeira real (mogno ou nogueira), e não acabamento de vinil tão utilizado em sua faixa de preço.

Além de um manual incrivelmente impresso como um pergaminho personalizado.

O pedestal acompanha os mesmos detalhes de design e acabamento, e ainda permite que se use o vão entre suas quatro colunas para a colocação de LPs!

No painel traseiro, os dois dutos ficam na parte inferior do gabinete: terminais da caixa que são banhados a ouro, e uma placa de bronze com o emblema de 85 Anos cobre grande parte do painel traseiro.

Suas grades frontais não devem ser retiradas, segundo o fabricante, e são muito bem acabadas, emoldurando todo o enorme gabinete e remetendo ao design das caixas dos anos 60 e 70.

O pedestal da caixa, como disse, segue o mesmo padrão de acabamento das caixas e comportam até 50 LPs cada. Sendo uma mão na roda para salas pequenas em que não há muito espaço no chão para deixar os discos que serão ouvidos em cada audição. Eu mesmo fiz uso dessa ideia brilhante, para facilitar a escolha dos discos usados no teste da Linton.

O falante de graves de 200 mm utiliza cone de Kevlar com chassi fundido, o falante de médio de 135 mm também com cone de Kevlar possui seu próprio gabinete interno, e o tweeter de 25 mm com cúpula de tecido macio utiliza um ímã de ferrite de alto fluxo.

O crossover da Linton foi totalmente redesenhado para ter as passagens de um driver para o outro de forma mais natural e suave possível, e no gabinete foi feito um rigoroso estudo para amortecimento interno, sendo que a escolha final foi para um sanduíche de três camadas de MDF – Aglomerado-MDF, para anular as ressonâncias de gabinete.

O crossover corta em 640Hz e 2400kHz, com uma resposta plana de 40Hz a 20kHz (+ – 3 dB), possui uma sensibilidade de 90dB e impedância nominal de 6 ohms (mínimo de 3.4 ohms). Sua altura é de 565 mm, largura de 300 mm e profundidade de 360 mm, e pesa 18.4 kg.

Com o seu pedestal personalizado, o tweeter fica um pouco acima do ponto de escuta ideal, com o ouvinte sentado.
Para o teste utilizamos os seguintes equipamentos: streamer Innuos ZENmini Mk3 com fonte externa, CD-Player CDS50 (leia Teste 2 nesta edição), CD-Player Line Magnetic LM-515 Mk2 (leia Teste 2 na edição de março), Transporte Nagra, TUBE DAC Nagra. Fonte Analógica: toca-discos Bergman MODI com braço Thor e cápsula ZYX Ultimate G. Pré-amplificador Nagra Classic, powers Nagra HD, e integrados Arcam SA30 e Sunrise Lab V8 Edição de Aniversário. Cabos de caixa: Dynamique Apex e Virtual Reality Trançado.

A caixa veio totalmente zerada, e ficou evidente que seria preciso pelo menos 150 horas para ela abrir as altas, estabilizar as médias que soam frontalizadas ao tirar da embalagem, e pescar os graves que parecem totalmente submersos. Então, meu amigo, se essa for sua futura caixa definitiva, nada de sair chamando os amigos audiófilos, pois não vão rolar favoráveis impressões de imediato. Segure sua ansiedade, respire fundo e deixe as caixas uma virada de frente para a outra, inverta a polaridade de uma das caixas, cubra com um edredom e as deixe em repeat ou com streamer por 5 dias pelo menos. Aí sim, você pode chamar os amigos, a sogra, o cunhado invejoso e o vizinho mala e mostrar orgulhosamente sua nova caixa.

Não se esqueça que, se o amigo for adepto ainda do vinil, colocar em cada pedestal os melhores discos que você tem e ir mostrando disco por disco desses armazenados sob as caixas. Aí, meu amigo, você irá arrasar com o ritual ‘anos setenta’ e com a performance digna do século 21!

Pois a Linton 85 tem virtudes de sobra, para impactar até o audiófilo mais cético que você conheça.

Seu equilíbrio tonal é exemplar para a sua faixa de preço. Pois além de correto tonalmente, não buscou (como muitas caixas mais de entrada) acentuar determinadas características tonais. Se você ama caixas vintage pelo alto índice de coloração nos graves, médios aveludados e agudos apagados, esqueça, pois essa é a Linton versão século 21.

Essa versão comemorativa conseguiu o mérito de ter a transparência que as fontes atuais proporcionam, mas ao mesmo tempo ser convidativa, para que a música não se perca na frieza analítica.

Outro mérito que estamos acostumados a ouvir apenas em caixas muito mais caras: seus graves têm peso, articulação, deslocamento de ar e precisão. Seu médio-grave tem corpo e presença na medida correta. Médios e médios-altos são naturais, e os agudos com excelente extensão, velocidade, corpo e decaimento suave.

Os apaixonados por soundstage irão se surpreender com a largura de imagem, com inúmeros acontecimentos musicais soando para mais de 1 metro na lateral da caixa, altura exemplar e muito boa profundidade.

Seu foco, recorte e planos, ainda que não tenham a precisão cirúrgica de caixas muito mais caras, estarão na medida exata para nos manter concentrados em todo o acontecimento musical.

Suas texturas seguem os passos do equilíbrio tonal, com uma excelente paleta de cores e um grau de intencionalidade que nos faz ser otimista do quanto as caixas ditas de entrada evoluíram neste quesito.

Impressionante as intencionalidades apresentadas em exemplos difíceis, como as obras para quartetos de cordas de Villa-Lobos e Shostakovich, que exigem do ouvinte uma total atenção, e as nuances são ouvidas sem nenhum grande esforço.

Se o ouvinte ama música com complexas variações de tempo e ritmo, ele veio no local certo. Pois as Linton 85 são uma bela surpresa na reprodução de transientes. Nossos exemplos de fechamento de nota neste quesito, foram reproduzidos com total autoridade e precisão. E, meu amigo, são exemplos cascudos, como a faixa 5 do SACD do André Geraissati – Canto da Águas. Se os transientes não forem corretos, não dá para ouvir essa faixa!

A microdinâmica é ‘mamão com açúcar’, e a macro é de deixar muita coluna muito mais cara envergonhada. É impressionante como a Linton suporta variação dinâmica sem ruborizar ou dobrar os joelhos. Ouvimos todos os nossos exemplos mais cavernosos deste quesito, exceto os tiros de canhão da Abertura 1812 de Tchaikovsky.

Tudo passou com muito mérito!

O corpo não é de book, então pode colocar o exemplo que você desejar que ela irá reproduzir com o tamanho que está na gravação.

A materialização do acontecimento musical também não será nenhum problema para a Linton, desde que a gravação tenha captado e preservado essa magia de materializar o acontecimento musical à nossa frente!

CONCLUSÃO

A caixa (também book mas ainda maior e custando o dobro da Linton) que mais se aproximou nesses últimos dois anos de atender todos audiófilos e melômanos que sonham em uma caixa de alto nível, que caiba em seu orçamento, foi a L100 Classic da JBL. Testada por nós e que teve uma excelente avaliação e pontuação pelos seus inúmeros méritos. Mas vários leitores nos disseram ainda serem caras para suas realidades.

E continuamos nossa peregrinação buscando uma book que possa trabalhar em salas a partir de 16 metros até salas de 40 metros, e que fosse ainda mais barata que a JBL.

E essa caixa existe e custa menos da metade da L100 Classic! Se sua sala tem mais de 16 metros quadrados, possui um integrado de pelo menos 60 Watts correto, e uma fonte equilibrada, a Wharfedale Linton 85 precisa ser ouvida.

E se você possui um integrado moderno que esteja na faixa de 90 a 95 pontos, e agora sua busca é pela caixa definitiva, essa Linton 85 precisa ser ouvida.

Ela só precisa de um pequeno respiro entre as paredes de pelo menos 1 metro às suas costas, e 60 cm das paredes laterais, para dar o melhor de si.

Ligado a uma eletrônica correta, sinérgica, com cabos como o Trançado da Virtual Reality, sua música soará como você sempre sonhou!

Essa jóia raríssima custa, com o seu pedestal personalizado, menos de 15 mil reais! Se você estava juntando de 8 a 10 mil reais para realizar um upgrade nas caixas, faça um esforço e junte mais um pouco, para ter essa belezura em seu sistema.

Santo de Casa não faz Milagre – então ouça por você mesmo e depois me diga o que achou!


PONTOS POSITIVOS

Performance muito acima do seu custo.

PONTOS NEGATIVOS

Absolutamente nada.


ESPECIFICAÇÕES

TipoCaixa acústica bookshelf 3 vias dutada
Tipo de gabineteBass-reflex
Falantes3 vias
Woofer8” cone de Kevlar
Médio5” cone de Kevlar
Tweeter1” domo
Sensibilidade (2.0V @ 1m)90dB
Amplificação recomendada25 – 200W
Pico110dB
Impedância nominal
Impedância mínima3.5Ω
Resposta de frequência (+/-3dB)40Hz ~ 20kHz
Extensão de graves (-6dB)35Hz
Frequências de crossover630Hz & 2.4kHz
BlindagemNão
Dimensões (L x A x P)30 x 56 x 33 cm
Peso18.5kg
CAIXAS ACÚSTICAS WHARFEDALE LINTON 85 ANOS
Equilíbrio Tonal 11,0
Soundstage 11,0
Textura 11,0
Transientes 11,0
Dinâmica 11,0
Corpo Harmônico 11,0
Organicidade 11,0
Musicalidade 12,0
Total 89,0

 

VOCAL                    
ROCK, POP                    
JAZZ, BLUES                    
MÚSICA DE CÂMARA                    
SINFÔNICA                    
ESTADODAARTE



KW Wi Fi
fernando@kwwifi.com.br
(11) 95442.0855
(48) 3236.3385
R$ 14.600 (com pedestal)

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