Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
Uma de minhas maiores curiosidades em relação ao nosso primeiro Workshop Hi-End Show, era conhecer de perto o público leitor da Audiofone. Pois nada se compara a um contato visual e à oportunidade de ouvir cada um desses novos leitores (em idade e no hobby) e saber deles o que estão achando da linha editorial, dúvidas e reclamações.
Porém, o que mais me encantou nesse primeiro contato real, foi ouvir de todos que também participaram de algum dos nossos Workshops diários, que estão compreendendo perfeitamente nossa preocupação com o volume correto de fones, e a relação dessa margem de segurança com a busca do melhor equilíbrio tonal e, consequentemente, de maior prazer auditivo. E pelas perguntas após cada Workshop finalizado, muitos começam a ver o áudio estéreo Hi-End com outro interesse, e como uma possibilidade ‘futura’.
O mercado Hi-End se debate há anos para encontrar uma fórmula de criar uma nova geração que mantenha o segmento vivo para as próximas décadas. E, para mim, está claro que as medidas mais eficientes são: não assustar esse público em potencial com valores aviltantes, mostrando que é possível sim montar sistemas excepcionais com valores que possamos pagar, e focar nos benefícios físicos, mentais e emocionais que a música pode nos proporcionar. Isso não significa não mostrar o ultra hi-end, seja em um sistema estéreo, ou no caso específico do segmento de fones de ouvido, produtos superlativos como o Sennheiser HE 1, o fone X9000 da Stax ou o pré de fone LINA da dCS. Mas, paralelamente, apresentar com os mesmos cuidados fones de altíssimo desempenho na faixa de 400 a 3000 dólares! O consumidor precisa apreciar os produtos que ele pode ter, e estes necessitam ser apresentados com os mesmos esmeros que dedicamos à apresentação do ultra hi-end!
Pude constatar, a cada final da apresentação no Workshop do Sistema 1 – que custava menos de 50 mil reais – dezenas de participantes afirmando que aquele sistema atenderia perfeitamente a todas as suas expectativas. E também escutei o mesmo de alguns jovens que vieram ao evento, à princípio apenas para ouvir os fones em exposição. Essa nova geração entende o que escrevemos repetidamente sobre volumes seguros, e a busca incessante pelo melhor equilíbrio tonal, e constatam o quanto esses cuidados se traduzem em um grau incrível de inteligibilidade e conforto auditivo – o que só confirma que estamos no caminho certo. E que quanto mais for incutida a importância desses cuidados nessa nova geração, não tenho dúvida que pelo menos os que nos seguem e nos leem mensalmente, terão grande interesse de se manter ouvindo música por toda a vida!
Foi muito bom ver essa legião de leitores com menos de 30 anos, tão interessada e atuante.
Espero cada um de vocês no Workshop Hi End Show 2025!