Teste 4: CABO USB ZENITH 2 DA DYNAMIQUE AUDIO

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

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Confesso que, antes de chegar para teste o Innuos Zen (leia teste na próxima edição), meus contatos com cabos USB no nosso Sistema de Referência haviam se restringido à rápidas audições de música armazenada no notebook do meu filho, referente a seus trabalhos musicais, e nada mais.

No sistema dCS Scarlatti, a opção inicial para reprodução de DSD era via Firewire (até o upgrade da dCS para o duplo AES/EBU), restringindo à zero meu conhecimento de USB. Tanto que quando leitores me pedem dicas de cabos USB, recorro aos “universitários”: Christian Pruks e Victor Mirol.

Com a chegada do Innuos Zen, esse panorama “desértico” começou a mudar rapidamente, pois ele só utiliza saídas digitais USB, forçando-me do dia para a noite a buscar no mercado todas as opções disponíveis para teste, e entendesse as diferenças entre cabos USB em questão de semanas, e não de meses ou anos.

E as diferenças sônicas são enormes (como em todos os cabos)!

Ainda que toda a garotada saiba o que é um cabo USB, os leitores nascidos na década de 50 do século passado, como eu, talvez também tenham total desconhecimento desta tecnologia, desenvolvida por um consórcio de empresas (Microsoft, HP, Apple e Intel) e lançada em 1994. USB é a abreviatura de Universal Serial Bus, e foi desenvolvido para permitir a conexão de equipamentos entre si, sem a necessidade de desligar o computador, por isso denominado de padrão Plug & Play (PnP).

A primeira versão de USB foi batizada de 0.7, e o primeiro computador com porta USB foi o iMac G3, lançado em 1998, e que já aceitava a segunda geração: USB 1.0. A velocidade máxima do USB 1.0 de transmissão era de 12 Mbps, e daí em diante várias transformações foram feitas, ano após ano. O USB 1.1 lançado em 1998 já havia corrigido problemas das versões anteriores, e a definição de um padrão universal. Com essa padronização, foi lançado em 2000 a versão 2.0, com a transmissão de até 480 Mbps – o que ajudou a sacramentar a tecnologia e passou a ser utilizada não só nos computadores como também em HD externos, pendrives e monitores.

Em 2009 foi lançada a versão 3.0, batizada de SuperSpeed, com taxa de transferência de até 5 Gbps, tornando-se o modelo ideal para gadgets de alta performance e para a utilização de HD externos mais velozes. Fisicamente, a maior mudança nesta nova versão, é a utilização de 9 pinos em vez de quatro pinos de todas as versões anteriores.

Mais recentemente, foi lançada a versão USB 3.1, com velocidade de até 10 Gbps, com taxa de transferência de até 1,2 GB por segundo. E, por fim, nesta saga infinita no aperfeiçoamento do USB, temos o USB-C, que é mais compacto e possui velocidade máxima de 10 Gbps, e consegue transmitir vídeos de alta resolução em 4k, e está se tornando o “queridinho” da multimídia por motivos óbvios de padrão de qualidade de imagem.

Feita essa breve introdução, para os anciões como eu, vamos às descrições do produto em teste. O Zenith 2 é o cabo top de linha USB da Dynamique Audio. Segundo o fabricante, possui condutores de dados de prata sólida e blindagem composta avançada de cobre e carbono, e utiliza o filtro de ressonância de toda a linha Zenith. O seu isolamento físico e o cuidado com os terminais fornecem excelente imunidade à ruídos elétricos e mecanicamente induzidos. O invólucro do conector de alumínio anodizado fornece
proteção adicional no ponto de terminação (algo muito crítico, segundo a Dynamique, em cabos USB).

Os condutores são de Prata Pura (4N) com núcleo sólido. Sendo: 2x 20AWG AG (para a transmissão de dados), 2x 20AWG SPC para potência. Isolamento de teflon PTFE espaçado no ar para os dados, e FEP Teflon para a alimentação. Construção: par blindado trançado e o amortecimento com filtro ressonante independente e blindado. O conector USB é de alumínio anodizado, e os pinos banhados a ouro.

Visualmente, sua construção é primorosa e neste quesito ele realmente se destaca dos outros oito cabos USB que chegaram para avaliação, ou que peguei emprestado com os amigos.

Mas não é só no aspecto visual que ele se destacou! Aprendi rapidamente que cabos USB são bastante críticos em termos de performance, levando o sistema do céu ao inferno em um piscar de olhos.

Para o teste utilizamos o Innuos Zen ligado via USB ao TUBE DAC da Nagra, pré Classic e powers Classic também da Nagra. Cabos de interconexão e caixa Dynamique Audio Apex. Cabos de força utilizados no Innuos: Sunrise Lab Quintessence e Transparent PowerLink MM2. Caixas acústicas: Wilson Audio Sasha DAW, e Q Acoustics Concept 300 (leia Teste 1 na edição de novembro de 2020).

O tempo de amaciamento de um USB não me pareceu muito diferente de um cabo digital coaxial. Com 50 horas, as mudanças foram muito sutis, mas até o cabo se estabilizar é preciso um pouco de paciência, pois todos os que peguei zerados sofrem de uma bidimensionalidade audível nas primeiras horas (alguns infelizmente não perdem essa característica). Então o ideal é deixar tocando intermitentemente por pelo menos dois dias.

O Zenith 2 se destaca proeminentemente na multidão, de forma tão explícita que a sensação em relação aos outros cabos é que nos outros falta informação, literalmente. Não falo de diferenças de equilíbrio tonal, e sim de informação tanto de micro como de macrodinâmica, intencionalidade na apresentação das texturas e principalmente na apresentação 3D de largura, profundidade e altura.

Neste quesito de soundstage, o Zenith 2 dá um show! Algo essencial, já que este é um dos gargalos do streamer. Com o Zenith 2 os planos são muito mais próximos do que ouvimos em mídia física: as texturas ganham refinamento, intencionalidade, e os extremos, extensão, corpo e decaimento precisos.

A sensação que temos é que este USB da Dynamique é “turbinado”, no bom sentido, é claro. Com ele pudemos ter uma ideia exata do enorme potencial do Innuos Zen, e isso ajudou consideravelmente a fechar a nota do produto.

Claro que, para streamers mais simples, a utilização de um USB dessa magnitude não fará sentido, mas em sistemas Estado da Arte, em que se busca o melhor cabo USB disponível no mercado, o Zenith 2 deve figurar entre as audições obrigatórias.

Como todo cabo da Dynamique, o que sobressai de forma “audível” é sua enorme neutralidade, possibilitando o requinte de escutar as diferenças de qualidade de master da mesma música, em compilações e no original. O Tidal está cheio dessas versões, desde remixagens como em compilações de suas listas, as quais ele indica pelo seu perfil de usuário. Eu não faço uso desses playlists, mas tive a oportunidade, com este cabo, de comparar, e fiquei surpreso como nas playlists o áudio soa bem mais pobre.

Será compressão de dados?

Se o leitor quiser uma dica, se atente a tridimensionalidade das gravações master, e como tudo soa mais bidimensional nas playlists.

O Zenith 2 não perdoa esses erros, deixando escancarado que a master foi alterada. Já escrevi dezenas de vezes que o que mais me incomoda em streamer é que meu cérebro não relaxa, pois sabe que aquilo é música reproduzida eletronicamente, e não a materialização a nossa frente. Com o Innuos e o Zenith 2, em excelentes gravações, como alguma do selo alemão ACT (leia o Opinião nesta edição), meu cérebro não foi enganado, mas relaxou o suficiente para apreciar a música. O que eu considero um feito e tanto, em relação ao que até aqui havia escutado em streaming.

O Innuos permite que você ripe até 3.000 discos, o que fiz com enorme curiosidade, para poder fechar a nota do cabo. Peguei 20 discos da Metodologia, ripei, e depois fiz um “a X b” entre o Innuos e o transporte dCS Scarlatti. A mídia física ainda é superior, mas a diferença cai substancialmente e seu cérebro já se sente impelido a apreciar com enorme prazer o disco ripado.

Foi aí que tive a real dimensão da distância do cabo USB Zenith 2 para os outros oito cabos. Impressiona nesta condição o relaxamento e a folga que o Zenith 2 proporciona. O grau de inteligibilidade e conforto auditivo é pleno.

Se me perguntarem se eu viveria satisfeito em ouvir minha coleção de CDs totalmente ripada e com este setup, a resposta seria quase que 100%! Mas, no atual estágio do nosso Sistema de Referência, falta aquele salto final, de ausência da eletrônica entre a música e você, que no analógico e no CD conquistamos.

Mas claro que o avanço em relação à streaming é enorme.

CONCLUSÃO

Minha odisseia com cabos USB é muito recente para poder afirmar o grau em que se encontram cabos top de outros grandes fabricantes. Mas, começar essa jornada já com o Zenith 2 foi muito interessante, e poder ouvir outros USB de bom nível também me deu uma ideia clara do panorama que irei encontrar.

Se você optou por ripar seus discos, e fazer streaming é hoje sua forma de apreciar música em um sistema Estado da Arte, o cabo digital será de suma importância para contornar os “entraves” ainda existentes nesse cenário. Se a melhor opção para você for o uso de um cabo USB, o que posso lhe dizer é que ouça todos que estiverem ao alcance seu e de seu bolso. Pois soam muito diferentes!

Me lembrou os testes que fiz algumas vezes, de trocar o cabo dos braços de TD originais por cabos melhores. Sempre foi um grau de surpresa e satisfação imenso! Senti o mesmo ao ouvir todos esses cabos USB no Innuos.

Se queres um USB de ponta, extremamente correto e neutro, ouça o Zenith 2 – ele pode elevar seu sistema de forma segura e extremamente prazerosa à níveis inimagináveis!


PONTOS POSITIVOS

Construção e performance impecáveis.

PONTOS NEGATIVOS

Preço.


ESPECIFICAÇÕES
CondutoresPrata pura (4N) com núcleo sólido e multifilar OFC folheado a prata (6N)
Bitola• 2 x 20 AWG AG (dados)
• 2 x 20 AWG SPC (alimentação)
Isolamento• Teflon PTFE espaçado no ar (dados)
• FEP Teflon (alimentação)
ConstruçãoPar blindado trançado
Amortecimento e blindagem1x Filtro de Ressonância Blindado independente fios de dados e fios de energia (carbono e cobre trançado), conector USB blindado em alumínio anodizado
ConectoresUSB de alumínio anodizado, e pinos banhados à ouro

A nota foi a média entre discos ripados e streamings.

CABO USB ZENITH 2 DA DYNAMIQUE AUDIO
Equilíbrio Tonal 13,0
Soundstage 12,0
Textura 13,0
Transientes 13,0
Dinâmica 12,0
Corpo Harmônico 12,0
Organicidade 13,0
Musicalidade 13,0
Total 101,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADO DA ARTE SUPERLATIVO



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