PLAYLIST DE JUNHO
junho 15, 2021
Opinião: HI-RES, STREAMING, LOSSLESS & UMA INVERSÃO DE VALORES
junho 15, 2021

Tarso Calixto
revista@clubedoaudio.com.br

Os Eventos que Levaram ao Upgrade da Minha Fonte Analógica.

Algumas edições atrás, na 262, tive a oportunidade de apresentar o trabalho feito com o Rega ‘Queen Edition’, como o projeto começou a partir de um P1 e chegou ao patamar de um P6 com o braço de um P8 (RB808). Durante o processo, tive a oportunidade de aprender sobre os princípios de controle de vibrações e ressonância, utilização de materiais como cortiça e metais, e como a combinação destes gerou um resultado tão interessante e poderoso.

Como a maioria dos entusiastas neste hobby, continuei com o processo de otimização do sistema: retrabalhei a base das caixas acústicas, otimizei as hastes de suporte do rack, e um dia resolvi acrescentar lastro, para controlar as vibrações, no meu pré-amplificador de fono, o PhonoStage Mk2 da Sunrise Lab. Depois do término da instalação do lastro, e com o aparelho fechado, retornei o para o sistema para apreciar as melhoras.

Toca-discos Rega Queen Edition

Primeiro desastre: um dos canais desapareceu! Abri novamente o aparelho, para procurar por fios soltos e indícios de algo errado. Depois de dias tentando resolver o mistério, nada deu certo. Não havia danos aparentes no aparelho, mas claramente não era possível escutar discos. Notando o meu desespero, o Ulisses Faggi da Sunrise Lab pediu que as placas do aparelho fossem enviadas para São Paulo para reparação.

Segundo desastre: devido às dificuldades de postagem, o aparelho não chegou à destinação. Não só o aparelho não foi consertado, mas também foi perdido. E as audições de discos totalmente paralisadas. A solução? Esperar pelo novo pré-de-fono que está em desenvolvimento, o Sunrise Lab 20th Anniversary Phono Stage, com lançamento previsto entre o terceiro e o quarto trimestres neste ano.

Com essa situação em mãos, e limitado a escutar música usando fonte digital, comecei a ponderar nos próximos upgrades do sistema. Com o decorrer do tempo, e consultas contínuas com o Juan Lourenço, um dos revisores críticos de equipamentos de áudio desta revista, houve a constatação da presença de dois elos fracos – o primeiro, as caixas acústicas, chegaram ao limite de otimização do design e estavam com o potencial de reprodução de áudio maximizado. O segundo elo fraco eventualmente seria o toca-discos, dado que o futuro pré de phono será em um patamar muito acima. Em antecipação, resolvi investigar opções para uma nova fonte analógica.

Pausando a narrativa por um momento, as prezadas leitoras e leitores poderiam perguntar o porquê, e para quê, se dar ao esforço de melhorar um sistema que, para todos os efeitos, aparenta estar com um bom nível de desempenho e com os componentes otimizados? Em princípio, a resposta é simples: uma vez que aprendemos, nos desenvolvemos, e atingimos um patamar de sonoridade, para seguir ao próximo é necessário continuar o processo de aprendizado, desenvolver, e realizar novas descobertas. No caso do sistema, lidar com os dois pontos fracos mencionados tornaram-se as guias e diretrizes que levariam às próximas melhorias.

CONSIDERANDO OPÇÕES

A essa altura, resignado a esperar pelo novo pré de phono, comecei as investigações para opções de toca-discos. Em dezembro do ano passado fui deslumbrado pelo lançamento da Timeless, o toca-discos Ceres, apresentado na edição 269. O design remeteu à aparelhos hi-end de outros países, como o Sparta da Kronos Audio, e o Air Force One da TechDAS. Admito que este lançamento não só chamou a minha atenção, mas me fez pensar em como obter este produto fora do Brasil. Depois de várias deliberações com o Ulisses e o Juan, ficou claro que a aquisição do Ceres seria logisticamente inviável. De qualquer forma, tomei nota dos componentes utilizados no projeto do toca-discos, especificamente o braço, no qual a Timeless investiu um considerável esforço para selecionar: do fabricante Inglês Origin Live. Este seria o primeiro componente do futuro upgrade – o resto do conjunto não estava definido. Utilizando o modelo Encounter como ponto de partida, optei pelo próximo da linha, o modelo Illustrious, devido ao refinamento do design e construção, mas também à similaridade na geometria em relação ao modelo anterior.

Toca-discos Timeless Ceres
Braço Origin Live Illustrious

Para contornar a situação de não poder escutar discos e não poder adquirir um Ceres, em consulta com meus comparsas em áudio, formulei um plano de médio e longo prazo: obter o braço do Ceres, o Origin Live Illustrious de 9,5 polegadas, e achar um candidato para ser o toca-discos. Inicialmente o Woodpecker da Dr. Feickert, o Stabi Ref2 da Kuzman, e o Zet 3 TMD da Transrotor foram considerados. Nenhum destes causou o ímpeto de adoção no conjunto. Dando continuidade às investigações, o Storm 2018 da Acoustic Signature apareceu nas discussões: não só este foi apresentado na edição 257, como obteve uma excelente resenha.

Dr. Feickert Woodpecker
Kuzman Stabi Ref 2
Transrotor Zet 3 TMD
AS Storm 2018
VIABILIZANDO OS COMPONENTES

Tive um professor que costumava dizer: “Plan the work. Then work the plan” – o que se tornou um dos meus mantras. Em outras palavras, uma vez decidida a lista de componentes do novo toca-discos, passei a viabilizar a aquisição destes, tanto financeiramente quanto logisticamente.

A escolha do braço foi relativamente fácil, pois a marca foi selecionada pela Timeless na implementação do projeto do Ceres. Usando o braço Illustrious da Origin Live, escolhido devido à relação do custo e benefício do produto – sua implementação usa elementos dos modelos mais sofisticados da linha, mas com um preço mais acessível. Trazê-lo do Reino Unido para a Europa continental tornou-se um problema desde a instauração do Brexit, desde o começo do ano. Encontrar um distribuidor no BENELUX, tornou-se quase uma anedota cômica, sendo que na totalidade dos contatados a recomendação foi encomendar diretamente da Origin Live.

Encontrei uma empresa na Suécia que se dispôs a atender e fornecer o braço, a Akkelis Audio – lidei com o proprietário, o senhor Stefan Bystedt, que não só facilitou o fornecimento do braço, por um excelente preço, mas para a minha surpresa o kit veio com todos os opcionais inclusos. O Stefan foi de tremenda ajuda para a escolha de possíveis candidatos à toca-discos, com recomendações e sugestões. Uma vez acordado o preço, e o pagamento efetuado, o braço chegou em torno de uma semana. Este ficou na caixa por alguns meses aguardando a chegada do restante dos componentes.

Durante as consultas com o Stefan, foram recomendados os toca-discos da Dr. Feickert, Woodpecker, e o da Kuzma, Stabi Ref2. Admito que estas opções não apeteceram no âmbito financeiro, estilístico e logístico. E, apesar das resenhas positivas, nunca tive a oportunidade de escutá-los. Ao meu ver, comprometer tal montante num produto que sem ao menos escutá-lo em uma loja ou uma sala de audições, como a do Fernando Andrette, não fazia sentido. Continuando com a pesquisa, a linha da Transrotor chamou atenção – eu já havia visto os produtos em feiras e lojas. Considerei o Zet 3 com a prateleira adicional chamada TMD. Não havia ainda uma decisão tomada, o braço não tinha ainda um toca-discos para ser instalado.

É importante ressaltar que quando procurando e considerando os componentes do sistema, a pressa e ansiedade devem ser contidas. O intuito é compor um conjunto robusto e bem ajustado, com calma, e gradativamente.

Após deliberações com o Juan, o Ulisses e o Fernando, a ideia de considerar a Acoustic Signature veio à tona. O Storm já era conhecido das audições da sala da Audio Video Magazine. Contatei a empresa e lidei diretamente com CEO e engenheiro chefe, o senhor Gunther Frohnhoefer, e pedi a lista de preços. Rapidamente ele respondeu com a lista inclusa num email sucinto e educado. Informei o porquê do pedido da lista e expliquei sobre a intenção de montar um toca-discos compatível com o braço da Origin Live. Mencionei inclusive, que eu já conhecia o Storm. Imediatamente ele respondeu dizendo que o produto ainda estava disponível, apesar de estar fora de catálogo, em estoque, novo na caixa, e ofereceu uma redução agressiva de preço. Discutimos e concordamos nos termos e condições de pagamento e entrega. O conjunto estava completo: o braço é o da Origin Live com o toca-discos da Acoustic Signature.

No decorrer da espera, o pedido foi atualizado graças aos conselhos do Juan Lourenço e do André Maltese: agora o toca-discos seria construído com dois motores ao invés de um. Visando a entrega, ficou clara a necessidade de atualizar a prateleira do rack, e adquirir extensões para os cabos D-SUB para os motores. A única incógnita era como montar e testar o toca-discos sem um pré-amplificador de phono. Esperar pelo Sunrise Lab Phono Stage 20th Anniversary? Ou utilizar um produto temporário que não comprometesse tremendamente a sonoridade e musicalidade do sistema? Sabendo de que eu estava sem um, a equipe da Audio Expert generosamente emprestou um Musical Fidelity V90 LPS até que novo produto da Sunrise Lab estivesse disponível. Infelizmente esse aparelho não estava ao nível musical necessário para os testes, guardei-o e continuei procurando por uma solução provisória. O definitivo seria o novo, ainda por ser lançado, Sunrise Lab 20th Anniversary Phono Stage.

Uns dias depois, por acaso, me deparei com um vídeo comparando o iFi Zen Phono com o Schiit Mani, e assisti por mera curiosidade. Qual não foi a minha surpresa quando o aparelho foi comparado com outros produtos além do Schiit Mani: como o Musical Surroundings Phonomena II+ e o Pro-Ject Tubebox. O que chamou à atenção nesse vídeo foram os comentários dos participantes afirmando que o iFi Zen teria sido uma opção se eles não tivessem comprado os modelos mais caros. Curioso, resolvi investigar o custo do aparelho, e eis mais uma surpresa: o produto estava posicionado em uma classe de preço acessível. Encomendei um, com a esperança de que o desempenho fosse melhor que o Musical Fidelity e com uma sonoridade aceitável similar ao meu antigo pré-amplificador da Sunrise Lab suficiente para realizar as calibragens e testes do novo toca-discos.

ESTUDANDO, MONTANDO, CALIBRANDO E APRENDENDO

A chegada do toca-discos foi marcante: o pacote se constituiu em duas caixas enormes posicionadas em um pallet. A propósito, o entregador do correio se recusou a trazer o aparelho para dentro da casa, alegando que o pallet não passava pela porta. Acabei usando um carrinho para trazê-lo para dentro da casa.

Outro mantra que frequentemente utilizo, principalmente quando estou lidando com produtos que nunca operei antes, é o da carpintaria: “Meça duas vezes, corte uma vez só”. Ou seja, li várias vezes os manuais da Origin Live e da Acoustic Signature até decorar as medidas relevantes à geometria do braço. Depois, confirmei os passos com o André Maltese para averiguar que nada havia sido esquecido. E, claro, algumas dependências ainda faltavam: um protractor de alta precisão, uma arruela de aço para a rosca do braço, cera de abelha para a montagem do braço na armboard do toca-discos, e parafusos de cápsula da Soundsmith. Encontrei os itens online, e segui satisfazendo as dependências. Adquiri o protractor da Dr. Feickert, a arruela de aço de 32 milímetros em loja de ferragens, e a cera de abelha no mercado local. Os parafusos chegaram mais tarde, e logo foram instalados e calibrados numa segunda iteração, depois da montagem inicial.

Antes de abrir as caixas da Acoustic Signature e começar com a montagem, o primeiro passo foi assegurar com que a prateleira do rack estivesse pronta para receber o novo toca-discos. Usei chapas de aço adicionais para acomodar os motores e o controlador. Depois, posicionei todos os cabos auxiliares, especificamente as extensões dos cabos D-SUB e o cabo de rede RJ-45, usado para acionar os motores. Com o trabalho preliminar terminado era chegado o momento da montagem do toca-discos.

Minha primeira reação ao abrir a caixa foi fechar tudo e esquecer do assunto por algumas semanas! Por mais que eu tenha lido o manual várias vezes, admito me sentir intimidado por tamanha quantidade. Minha impressão foi que recebi um dos componentes de um acelerador de partículas em vez de um toca-discos. Passado o choque inicial comecei com o desempacotamento, sempre prestando atenção e seguindo as instruções. Surpreendentemente, tudo foi elegantemente arranjado levando a um simples processo. A Acoustic Signature usa de uma sequência linear de colocação das peças dentro da caixa. Tirei uma peça por vez, e segui cuidadosamente as instruções. Desculpe a repetitividade, mas com esse tipo de equipamento ler e seguir o manual de instruções é absolutamente fundamental.

A primeira peça fora da caixa foi a base, sem dúvida um dos componentes mais pesados do toca-discos. Ao posicionar na prateleira, segui com seu alinhamento usando um nível digital e um clinômetro, uma aplicação de software instalada no telefone. Ao confirmar, e reconfirmar, que o alinhamento estava corretamente centrado em relação à prateleira, continuei com a instalação do prato. Uma das características mais interessantes do prato é a presença dos isoladores, cilindros metálicos usados para controlar as vibrações e ressonância do alumínio. O peso do prato definitivamente é mais uma característica marcante.

O armboard do braço não necessitou calibragem, dado que as especificações do braço foram fornecidas de antemão, para o Origin Live Illustrious de 9,5 polegadas. Os técnicos da Acoustic Signature calibraram a armboard diretamente na fábrica, uma coisa a menos para se preocupar. Terminei a primeira sessão posicionando os motores aproximadamente na posição final, o fato é que estes seriam definitivamente instalados somente quando a montagem do braço e da cápsula estivessem terminados. O processo de desembalar e instalar essas peças durou quatro horas, sempre com o manual à mão.

Com o toca-discos alinhado e montado, o próximo passo foi a montagem do braço. Minha reação ao abrir a caixa do Origin Live foi a mesma: fechar a caixa, dar uma volta, praticar meditação, escalar o Himalaia, e depois começar o trabalho. O kit do braço também é intimidador. Passado o choque inicial, continuei com a inspeção do conteúdo, a primeira diferença é que os itens não estão logicamente, ou linearmente, embalados. Foi necessário retirá-los da caixa e verificar que cada um estivesse presente. Caso contrário, o processo de montagem não seria possível. A sequência foi basicamente a seguinte: instalar o braço no armboard do toca-discos, conectar os cabos, instalar a cápsula, calibrar o braço, e escutar. Parece fácil, certo?

Não foi bem assim. A montagem do braço ao armboard usa uma rosca de 32 mm juntamente com um anel de cortiça. Este anel seria certamente danificado, ou destruído, quando a rosca fosse apertada contra o armboard. Para retificar o problema, uma arruela de aço no mesmo diâmetro do anel de cortiça foi usada, de 32 milímetros, entre a rosca e o anel, assegurando a firmeza recomendada do braço, e sem danificar o anel de cortiça.

Continuando, o cabo incluído com o braço, o Silver Hybrid 2, usa um plugue DIN em forma de “L”, que dificultou a instalação abaixo do armboard. A solução foi elevar a torre de VTA com altura necessária para que o plugue encaixasse por baixo. Felizmente, a distancia de VTA usada estava apropriada e na altura correta em relação ao prato, e também não comprometeu a regulagem da cápsula.

A instalação da cápsula foi feita em duas etapas, uma com os parafusos originais da Benz-Micro e, posteriormente, graças aos conselhos do André Maltese, com os parafusos da Soundsmith. O alinhamento da cápsula em relação ao braço provou ser mais difícil do que o imaginado. Quando observado ortogonalmente, a impressão é que o corpo da cápsula está ligeiramente desalinhado.

ntretanto, usando o protractor da Dr. Feickert, juntamente com a régua de alinhamento de azimute e medida de VTA, nota-se que o alinhamento estava em ordem. Esse processo de verificação, e re-verificação, tomou boa parte de um dia.

Durante a calibragem do braço, o contrapeso do Origin Live tinha a tendência rotacional transversal, fazendo com que os incrementos e decrementos de peso fossem excessivos e consequentemente difíceis de ajustar. Foi necessário tempo e paciência para chegar na calibragem correta, e só então usar o ajuste fino de peso para a finalização. O processo de desembalar e instalar o braço durou oito horas, sempre com os manuais da Acoustic Signature e da Origin Live à mão.

Chegou o momento da primeira audição, ao testar o toca-discos houve a ocorrência inesperada de efeito antiskating: a agulha estava saltando para trás. Depois de múltiplas verificações da regulagem, até mesmo removendo o pêndulo, o problema continuava: a agulha não seguia a trilha do disco corretamente. Mais uma vez, consultei com o Juan que sugeriu o reajuste do VTA. A agulha da Benz-Micro é extremamente pequena, então se a altura estiver incompatível, muito alta ou muito baixa, consequentemente esta não correrá corretamente nas trilhas do disco. Uma vez reajustado, e com várias horas de testes, o toca-discos estava pronto para audições.

Finalmente, o conjunto estava montado, calibrado e testado. Em uma observação sobre a diversidade cultural de cada país e como esta influencia o design de cada componente, o toca-discos da Acoustic Signature é um exemplo clássico de engenharia alemã, onde absolutamente tudo é feito com extrema precisão e altíssima qualidade, com o único propósito de maximizar o desempenho da reprodução musical. O processo de montagem foi uma questão de simplesmente seguir as instruções. Por outro lado, o braço da Origin Live, de origem Inglesa, que tem a mesma maestria e esmero no design e engenharia, emprega múltiplos elementos de calibragem e profundo nível de filigrana, nos quais somente profissionais da área de áudio hi-end são realmente capacitados para corretamente compreender e abstrair o processo de montagem e a calibragem necessária deste tipo de produto. Sem a ajuda do Juan Lourenço e do André Maltese, a instalação e integração deste como toca-discos não teria sido remotamente possível.

Outra observação sobre a classe de produtos: o uso das técnicas e acertos para controle de vibrações e melhorias que foram utilizados no projeto do Rega ‘Queen Edition’, são completamente desnecessários, pois tanto o toca-discos quanto o braço possuem o design completo, todos os quesitos relacionados ao controle de vibrações mecânicas e ressonância foram devidamente resolvidos e implementados na fábrica. Essencialmente, os itens contidos na embalagem são o necessário para obter o melhor resultado ao escutar músicas, não há a menor necessidade de usar dispositivos de afinação como tapetes de cortiça, clamps, e pesos estabilizadores de discos.

CONCLUSÃO

O conjunto da Acoustic Signature com a Origin Live é o resultado da recombinação dos produtos avaliados nas edições 257 e 269, com uma qualidade áudio superlativa excedendo todas as expectativas. Um belíssimo exemplo de diversidade e combinação.

As leitoras e leitores poderiam perguntar: “E então, essa construção foi tão divertida quanto aos upgrades feitos no Rega ‘Queen Edition’?”. A resposta poderia ser “não”, afinal, a montagem e calibragem foram difíceis, necessitaram da ajuda à distância de especialistas, e depois de horas de trabalho não havia a convicção de que as etapas haviam sido efetuadas corretamente. Por outro lado, poderia ser um “sim”: usando um comparativo com meio automotivo, o Rega ‘Queen Edition’ é como um Volkswagen Golf ‘envenenado’, com tremendas melhorias além do design original e excelente desempenho. Por outro lado, o conjunto da Acoustic Signature com a Origin Live é como um Bugatti Veyron Grand Sport Vitesse, é o superlativo em musicalidade e qualidade de reprodução de áudio, um prazer puro. A diferença é em como adotamos um produto ou o outro: aprimorar e melhorar o toca-discos é uma maneira de entrar no hobby de áudio hi-end. Uma vez chegado a um certo nível de maturidade e sensibilidade musical, é possível considerar o outro método: adquirir um produto pronto para usar.

O quê significa, então, ‘envenenar’ que melhorar toca-discos é uma perda de tempo e dinheiro? É melhor ficar fora desse hobby devido ao alto custo? Creio que não. O processo constante de aprendizado, o aprofundamento da nossa sensibilidade musical, e apreciar as melhoras a cada iteração do sistema, são muito importantes e gratificantes. A questão a responder é se a realidade de cada hobbysta permite um método ou o outro. Não há resposta errada.

Como sempre, é a minha contínua esperança de inspirar leitoras e leitores a se aventurar, atrever, experimentar, inventar e construir. Creio piamente na sensibilidade e alto grau de criatividade da audiência desta publicação.

Agradeço a sua atenção, e desejo a todos, maravilhosas audições.

Referências:

  1. Audio Video Magazine, edição 262
    www.clubedoaudio.com.br/edicao-262/espaco-aberto-rega-queen-edition-transformando-um-entry-level-em-coisa-seria/
  2. Sunrise Lab Audio
    www.sunriselab.com.br
  3. Audio Video Magazine, edição 269
    www.clubedoaudio.com.br/edicao-269/teste1-toca-discos-timeless-audio-ceres/
  4. Timeless Audio
    www.timeless-audio.com.br/index.php/pt/
  5. Origin Live
    www.originlive.com
  6. Audio Video Magazine, edição 257
    www.clubedoaudio.com.br/edicao-257/teste-3-toca-discos-acoustic-signature-storm-mkii/
  7. Akkelis Audio
    www.akkelisaudio.com
  8. Acoustic Signature
    www.acoustic-signature.com
  9. AAM Audio Consulting
    andremaltese@yahoo.com
  10. Soundsmith
    www.sound-smith.com/accessories/ez-mount-cartridge-screws
  11. Dr. Feickert
    www.feickert.org/index.php?id=17&L=1
  12. Audio Expert
    www.audioexpert.nl

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