Teste 4: CABO DE FORÇA VIRTUAL REALITY BOLT TRANÇADO

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Gostei tanto do cabo de caixa da Virtual Reality Trançado, que este passou a ser uma de minhas referências de melhor custo e performance possível para os que possuem um sistema bem ajustado, e querem uma opção excelente e barata para seu cabo de caixa.

Então quando o projetista da Virtual Reality me disse que estava pronto o primeiro de uma nova série de cabos, que está saindo do forno, e que era um cabo de força trançado, eu me interessei imediatamente em conhecer.

O Ebert Carlos, em nossas conversas, sempre deixou claro que o seu objetivo é focar no mercado em que existe maior carência de opções excelentes, mas com preços que sejam compatíveis com a nossa realidade.

E acho que todo o seu esforço e expertise estão dando frutos! Pois seu novo cabo de força Bolt Trançado foi um salto consistente em relação aos novos objetivos deste fabricante.

Com enormes benefícios, como alta compatibilidade com diversos eletrônicos, flexibilidade para poder ser usado em locais com pouco espaço em que os cabos de força rígidos, grossos e pesados podem ser um estorvo, e o seu diferencial de aterramento que conta com uma pequena chave perto do plug fêmea, que possibilita a desconexão do terra do circuito de alimentação do sistema.

Gostei muito da montagem e do acabamento final do produto, possibilitando ver a dedicação e esmero aos detalhes na construção do cabo.

Ele é composto de 8 condutores de 1,5 mm de cobre puro produzido na Alemanha, formando os dois polos trançados em torno do cabo de aterramento.

O Bolt Trançado, segundo o fabricante, não possui blindagem, pois se beneficia das características de cancelamento de campo magnético dos polos trançados, o que dá mais flexibilidade ao cabo sem causar interferência nos equipamentos e cabos ao seu redor.

O fabricante permite que o cliente escolha os terminais do plug Furutech FI-11 de cobre puro, ouro ou ródio (veja os valores no final do teste).

O enviado para teste foi com o plug de ouro. Na minha opinião, essa não é das escolhas mais fáceis de se definir, pois depende muito do equipamento em que o cabo será usado, assinatura sônica do sistema e compatibilidade com o próprio cabo.

Então, se o amigo leitor não tiver muita certeza em que plug escolher, vá no plug de cobre, já que o cabo também é de cobre puro. Agora, se houver a necessidade de maior extensão nas altas com maior arejamento, ouça a versão com ródio (fico imaginando os objetivistas furando o cérebro do boneco de vodu do Andrette, ao ler essa frase, rs).

Quando recebemos apenas um cabo de força, temos as seguintes opções de teste: ligá-lo em nossa régua que alimenta todo o sistema, nos integrados que estiverem à disposição no momento, streamers, prés de phono, ou no nosso transporte. E foi o que fizemos, já que o Bolt veio praticamente amaciado.

Deixamos terminar o amaciamento no integrado Willsenton R8 (leia Teste 1 nesta edição) por quase 120 horas, antes de passearmos com ele pelo resto do sistema.

Ele casou tão bem com o Willsenton R8, que indico uma audição cuidadosa aos futuros compradores deste belo valvulado. Depois de fazer par com o R8, o colocamos na fonte do Innuos ZENmini Mk3, e outra bela surpresa! Mantivemos as mesmas características que notamos com nosso cabo de referência que utilizamos no Innuos, com exceção da profundidade que foi sutilmente menor. Mas com o equilíbrio tonal, transientes, texturas e dinâmica, foi sem perda alguma em relação ao que ouvimos diariamente.

No pré de phono Gold Note PH-1000, ainda que não tenhamos conseguido o mesmo desempenho do nosso cabo de referência, o Bolt se saiu muito bem, com uma ligeira perda apenas na extensão final nos dois extremos. Mas nada que tirasse o encanto de perceber o quanto sua relação custo e performance é bem alta!

O mesmo ocorreu quando o pusemos a alimentar a fonte do transporte da Nagra. As pontas não possuíam o mesmo arejamento que estamos acostumados a escutar com nosso cabo de referência (que custa 4 vezes mais), sem perder, no entanto, o prazer de ouvir a música.

Poderia resumir sua performance no grau de organização que ele imprimiu ao acontecimento musical, fazendo-o de forma harmoniosa, sem colocar luz ou energia demasiada onde não há. Tornando as audições confortáveis e com um grau de detalhamento e transparência, sem desviar nossa atenção do todo.

Por isso ele casou tão bem com o integrado R8, pois ambos possuem a mesma assinatura sônica.

Seus transientes são corretíssimos, sua dinâmica, tanto a micro como a macro, é precisa, e sua capacidade de materialização do acontecimento musical é muito sedutora.

Com isso, os amantes de audições confortáveis e sem sobressaltos (quando a música não os tem), se sentirão recompensados pelo investimento.

Faltava o teste final para saber o nível que o cabo se encontra em nosso sistema de referência: ligá-lo em nossa régua. Esse é o teste mais dramático para qualquer cabo de força, pois irá determinar se ele está à altura do sistema, ou se irá se destacar por ser o elo fraco (alterando o nível de performance integral do sistema).

Pois bem, o Bolt se mostrou seguro ao realizar o teste, deixando apenas evidente que sua única limitação se encontra na parte final na apresentação do arejamento (que é o responsável por determinar a ambiência da gravação). Algo que inúmeros sistemas sequer apresentam, pois esse grau de extensão requer um refinamento alto do sistema, além do tratamento acústico da sala e de não ter nenhum elo fraco aparente.

Tirando isso, o Bolt se comportou de maneira exemplar no teste final.

CONCLUSÃO

Aqui está uma opção excelente para leitores que possuem sistemas entre 90 a 95 pontos, que desejam refinar seus cabos de força sem hipotecar a casa ou refinanciar seu carro, para realizar esse upgrade.

E, o mais importante, um grau de compatibilidade bem alto – o que torna uma opção segura aos que moram fora dos grandes centros e não possuem uma rede de audiófilos próxima para trocar informações e experiências.

O Bolt pode perfeitamente ser essa solução tão desejada por todos que reconhecem a necessidade de cabos superiores aos emborrachados ‘originais’, mas que não se arriscam ao ver os preços dos melhores cabos de força.

Vejo, ao levantar minha cabeça, uma legião de candidatos que irão querer ouvir esse cabo em seus sistemas!


PONTOS POSITIVOS

Excelente construção e ótimo custo/performance.

PONTOS NEGATIVOS

Absolutamente nada.


CABO DE FORÇA VIRTUAL REALITY BOLT TRANÇADO
Equilíbrio Tonal 12,0
Soundstage 11,0
Textura 12,0
Transientes 12,0
Dinâmica 11,0
Corpo Harmônico 12,0
Organicidade 12,0
Musicalidade 13,0
Total 95,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



Ebert Carlos
ebertgoulart@icloud.com
(12) 99147.7504

TAMANHOCOBREOURORÓDIO
1 metroR$ 1.765R$ 2.485R$ 2.845
1,5 metroR$ 1.927R$ 2.647R$ 3.007
2 metrosR$ 2.089R$ 2.809R$ 3.169
2,5 metrosR$ 2.252R$ 2.972R$ 3.332
3 metrosR$ 2.414R$ 3.134R$ 3.494

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