Teste 2: CAIXAS ACÚSTICAS PERLISTEN S7T SPECIAL EDITION

Teste 3: CÁPSULA DYNAVECTORTE KAITORA RUA
abril 6, 2025
Teste 1: AMPLIFICADOR VITUS AUDIOSS-103 SIGNATURE
abril 6, 2025

Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Todo profissional precisa estar sempre bem informado, para poder exercer seu trabalho de maneira eficiente. Leio e monitoro mais de trinta revistas, além de fóruns e algumas das inúmeras mídias no Youtube.

E poucas vezes vi um fenômeno tão meteórico como foi a chegada da Perlisten ao mercado.

E o que mais me chamou a atenção foi o fato de não ser uma entrada no cenário hi-end abastecida por uma vultosa campanha de marketing, e sim por já de cara ganhar o prêmio EISA de Melhor Caixa Hi-End, com menos de um ano de vida.

A Perlisten S7T SE possui 4 woofers de 7 polegadas e com defletor de médios e agudos que é chamado por eles de DPC Array. Esse guia de ondas possui, ao centro, um tweeter de berílio de 28mm e 2 falantes médios de domo de carbono, também de 28mm.

Segundo o fabricante, os falantes de médio trabalham de 1.3 kHz até 3 kHz, quando entregam o sinal para o tweeter.
A empresa ressalta que os benefícios sonoros do seu guia de onda são evidentes em comparação com falantes de médio tradicionais, com maior precisão, velocidade, transparência e imagem 3D.

Os woofers têm cones de fibra de carbono reforçados com TexTreme (TPCD), com uma textura que lembra o visual de um tabuleiro de xadrez.

O gabinete em acabamento de madeira, da versão SE, é lindo! Pesando 56kg com sua base de aço, é possível observar visualmente, e com a batida do nó dos dedos, a rigidez e a eficiência com a qual ele evita a coloração por vibração.

Os dois dutos da S7t SE disparam para baixo com suas aberturas de ventilação nas paredes laterais, bem próximas à base da caixa. Sendo essa bastante discreta, e não interferindo no seu design. Os terminais de caixa são feitos de cobre, com 2 pares de conexão para bicablagem ou biamplificação.

O fabricante recomenda o uso de amplificadores com mínimo de 100 Watts por canal. Segundo o mesmo, a sensibilidade é de 92dB, a resposta de 32Hz a 37kHz, a impedância nominal é de 4 ohms (com o mínimo de 3.2 ohms).

Então, agora para todos que não conhecem a marca, farei uma breve apresentação: Perlisten é abreviação de Percentual Listening. A empresa foi fundada por dois veteranos da indústria de áudio, Daniel Roemer (CEO) e Lars Johansen (CSO). Atualmente a empresa possui duas séries completas de caixas, tanto para música como para home-theater, com subs, canais centrais, caixas de teto e surround.

Os dois fundadores da Perlisten estão no mercado desde os anos oitenta, e trabalharam no desenvolvimento desde os primeiros sistemas DSP até alto falantes para a Estação Espacial. Seu grande diferencial em relação à concorrência, está na maneira de abordar problemas e encontrar soluções práticas – como o DPC-Array proprietário, com patente pendente, que é uma baita sacada ao desenvolver uma cúpula em que temos um tweeter de berílio ao centro, cercado de dois minúsculos falantes de médio, todos com apenas 28mm.

Outra grande sacada é que as caixas Perlisten podem, dependendo da acústica do ambiente, funcionar como bass-reflex ou como suspensão acústica.

Os falantes de médio e os woofers utilizam fibra de carbono (TPCD) TexTreme, ultraleve e rígida, sendo 30% mais leve que a fibra de carbono padrão da mesma espessura. Sua trama exclusiva distribui a resposta de picos sem quebra, e sem clipar, mesmo em volumes consideráveis.

Para desenvolver o Array, a Perlisten foi buscar parceiros na Suécia para implementar materiais modernos de modelagem acústica avançada. Foram 18 meses de simulações até se chegar a um resultado surpreendente na junção do tweeter de berílio com os dois médios de fibra de carbono.

Restava, porém, juntar esses sonofletores em uma lente guia de ondas, que permitisse apresentar respostas ultra-lineares, com potência sonora e reprodução plenamente correta e natural.

O resultado foi tão surpreendente, que pegou o mercado de surpresa, recebendo como disse, logo de cara, o Prêmio Eisa e o Certificado THX Dominus – a mais nova e mais alta classe de desempenho de certificação THX.

Para o leitor ter ideia do que significa esse certificado, para tê-lo é preciso que a caixa suporte níveis de pressão sonora de 120 dB, sem distorção!

E a S7t SE foi a primeira caixa a atingir esse tal feito!

Felizmente, sou da área de áudio estéreo e não precisei me submeter ao teste de ver se a S7t SE realmente responde a 120 dB sem distorcer.

No entanto, o que posso garantir é que em volumes seguros, em nossa Sala de Testes, com picos de no máximo 92 dB, elas se comportaram magnificamente bem!

Recebi para o teste, a Perlisten S7t Special Edition na cor Ebony High Gloss.

Para o teste, utilizamos os seguintes equipamentos. Amplificadores integrados Soulnote A-3 (leia teste na edição 312), Norma Revo 140, e Alluxity (em testes). Pré de linha Vitus SL-103 (leia teste na edição de junho de 2025), power Vitus SS-103 Signature (leia Teste 1 nesta edição), pré Nagra Classic, e powers monobloco Nagra HD. No digital o TUBE DAC Nagra, Transporte CD Nagra e Streamer Nagra. O sistema analógico foi o toca-discos Zavfino ZV-11 (leia teste em maio), a cápsula Dynavector Te Kaitora Rua (leia Teste 3 nesta edição), e a Dynavector DRT XV-1t. O pré de phono foi o Soulnote E-2.

Tenho visto, nesses três últimos anos, muitos testes do modelo S7t SE em que os revisores têm uma certa dificuldade em posicionar essas imponentes colunas.

Como a caixa tem 2 graus de inclinação da frente para a traseira, o ponto exato do posicionamento do ouvinte em relação ao triângulo equilátero será bem importante. Assim como também o respiro das caixas entre a parede às costas delas e as paredes laterais.

Elas necessitam desse respiro para poderem soar com desenvoltura e energia quando assim forem solicitadas.
Outra coisa que tem causado bastante controvérsia, é o quanto elas gostam ou não de toe-in. E posso dizer que tudo irá depender da sala, da acústica e do quanto o ouvinte tem flexibilidade para mudar de posição sua cadeira em relação as caixas, pois isso será determinante para um excelente palco holográfico, repleto de planos, foco e recorte.

Outra questão importante: elas gostam de pelo menos 3m entre elas, e pelo menos 1m das paredes laterais, e 1m das paredes às costas delas.

Se você não lhe der o que elas precisam, você as subutilizará.

Nesse caso, sugiro que se seu espaço for limitado, escute as S5t, que são ideais para espaços menores (16 a 25m quadrados). A S7t SE é para salas maiores que 25m quadrados.

Aí você poderá desfrutar de todas as suas virtudes.

E acredite são inúmeras!

Mas tenho que dar uma péssima notícia aos apressados e desesperados: elas demoram a amaciar e florescer. Não são caixas agradáveis de sentar-se para ouvir nas primeiras 100 horas, pois até tudo se encaixar e aqueles 4 woofers ‘acordarem’ da hibernação, leva tempo.

E o tweeter de berílio tem um processo de queima ainda mais longo – quase 200 horas. Se você tiver paciência, e já passou por isso com outras caixas, saberá não só esperar, como irá ao final das 200 horas se orgulhar da escolha, acredite!

Mostrei para alguns amigos após a queima total de 250 horas – gravações encardidas com violinos, pianos solo, trompas, tímpanos, órgão de tubo – e todos ficaram maravilhados com a riqueza na apresentação das texturas, microdinâmica e equilíbrio tonal, sem resquício de dureza ou brilho em excesso.

Mal sabem eles o sufoco que foi passar pela montanha-russa do amaciamento, dos médios frontais, graves engessados e agudos duros.

Aí você se defronta com os objetivistas/gurus ‘de plantão’, que enchem o peito para dizer que amaciamento não existe! O que existe, segundo eles, é que seu ouvido acostuma e você então se ilude de que o amaciamento acabou.
Quando leio esses absurdos, tenho vontade de convidar todos esses objetivistas para ficar no meu lugar por dias a fio ouvindo a mudança da água para o vinho.

Outra questão levantada nos fóruns, é sobre o foco e recorte das caixas Perlisten, que para alguns não é tão preciso como em outras caixas. Pois bem, o que posso dizer por experiência própria, com a S7t SE, é que depois de integralmente amaciada e na posição correta necessária, eu toquei a faixa 7 do nosso disco Genuinamente Brasileiro vol. 2, e sem precisar fechar os olhos eu ‘vi’ as mãos do pianista André Mehmari explorando o instrumento, com o tamanho exato do piano.

Você literalmente ‘vê’ o que está ouvindo, com um grau de precisão assustador!

Então, o que posso responder a todos que não conseguiram extrair o impecável foco e recorte dessa caixa, que aprendam a fazer ajuste fino, antes de sair culpando a caixa. E eu tenho testemunhas para dizer que se ‘vê’ o que estamos ouvindo na faixa 7 – Passarin, do Genuinamente Brasileiro vol 2, reproduzido nas Perlisten S7t SE.

Depois das 250 horas, seu equilíbrio tonal é excelente.

E a topologia do tweeter rodeado pelos dois falantes de médio, não só é impressionante, como não se tem nenhuma passagem abrupta ou ruptura da passagem do médio para o agudo.

Vozes são impecáveis, tanto em termos de tamanho como na apresentação e no realismo. Com o mesmo resultado em gravações solo de inúmeros instrumentos!

Faça a lição de casa com o posicionamento correto das caixas, respiro para poderem soar livres, defina se elas trabalharão como bass-reflex ou seladas (aqui sempre é bass-reflex), ajuste a posição da cadeira em relação às duas caixas, experimente se precisará de algum toe-in ou se o melhor será com elas paralelas às paredes laterais – e, como recompensa, terá um soundstage exemplar!

Planos e mais planos – fazendo, por exemplo, os tímpanos soarem metros atrás das caixas. Metais, nos fortíssimos, mantendo também sua posição, sem pularem para dentro das caixas, efeito muito comum em caixas com pouca profundidade e altura correta. Para você saber se o cantor estava em pé ou sentado, por exemplo.

As texturas são ricas na apresentação da paleta de cores dos instrumentos, e precisas na maneira de mostrar a intencionalidade.

Os transientes são precisos, capazes de nos fazer redobrar a atenção e ter aquela impressão de que a faixa escolhida foi a qual os músicos estavam mais afinados e íntegros.

Difícil falar sobre macrodinâmica em uma caixa que responde a 120 dB sem distorção, certo? Como disse, eu não cometo essas loucuras, e em picos de 92 a 94 dB, constatei o grau de autoridade e folga sem sensação de dureza alguma.

E sua microdinâmica é exemplar também.

O corpo harmônico o levará a questionar a razão de muitas colunas, até maiores em tamanho, não terem uma apresentação deste quesito tão convincente. Ouvir contrabaixos, pianos solo, clarone, órgão de tubo, e descobrir o tamanho real dos instrumentos à nossa frente como em uma apresentação ao vivo, será um deleite.

E com todos esses atributos, e com uma eletrônica compatível, é óbvio que o acontecimento musical estará materializado a sua frente, sempre que a gravação tiver essa qualidade.

CONCLUSÃO

Eu fiquei tão admirado com o resultado da S7t SE, que escolhi como uma das cinco caixas que apresentarei no Workshop Hi-End Show, nos dias 25, 26 e 27 de abril próximos, no Bristol Hotel Airport Guarulhos, em São Paulo.

Como escrevi na edição passada, todos os sistemas que mostrarei têm mais de 100 pontos, e estão na seleta classe do Estado da Arte Superlativo.

E acho que você, independente de ter bala ou não para uma caixa nesse patamar, não irá perder a oportunidade de ouvi-la e compará-la com outras do mesmo naipe.

O que posso adiantar é que a S7t SE, pelo que custa, pelo seu grau de requinte, acabamento e performance, está entre aqueles produtos que são Melhor Compra em sua categoria, de maneira contundente.

E se você ainda sonha em juntar seu sistema de áudio e vídeo em um só ambiente, aí meu amigo, sugiro que essa caixa entre no seu radar de opções definitivamente.

Pois não consigo ver no horizonte muitos outros concorrentes à altura!


PONTOS POSITIVOS

Uma referência absoluta em sua faixa de preço.

PONTOS NEGATIVOS

Precisa de tudo a sua volta condizente, inclusive tamanho de sala e eletrônica


ESPECIFICAÇÕES

Gabinete tipoBass-reflex / Suspensão acústica de 4 vias
Drivers– 1x Tweeter de 28 mm de Berílio (no DPC-Array)
– 2x Médios de 28 mm TexTreme TPCD (no DPC-Array)
– 4x Woofers de 180 mm TexTreme TPCD
Sensibilidade92.2 dB (2.83 V / 1 m)
Impedância4Ω nominal (3.2Ω mínimo)
Resposta de frequência– 80 a 20 kHz (+/-1.5dB)
– 22 a 37 kHz (-10dB) em Bass-reflex
– 32 a 37 kHz (-10dB) em Suspensão acústica
Extensão típica de graves no ambiente– 16 Hz em Bass-reflex
– 23 Hz em Suspensão acústica
Amplificação recomendada100 a 600 W RMS
Capacidade SPL (100 a 20 kHz)Pico de 117 dB <2% – 2º, 3º harmônicos
CertificaçãoTHX Dominus
Dimensões (L x A x P)240 x 1295 x 400 mm
Peso55.7 kg
CAIXAS ACÚSTICAS PERLISTEN S7T SPECIAL EDITION
Equilíbrio Tonal 13,0
Soundstage 13,0
Textura 12,0
Transientes 13,0
Dinâmica 13,0
Corpo Harmônico 13,0
Organicidade 13,0
Musicalidade 12,0
Total 102,0
VOCAL                    
ROCK, POP                    
JAZZ, BLUES                    
MÚSICA DE CÂMARA                    
SINFÔNICA                    
ESTADO DA ARTE SUPERLATIVO



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