Música de Graça: TINY DESK (HOME) CONCERTS – NPR MUSIC (PARTE V – FINAL)

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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Música de graça mensalmente na Internet ao alcance dos nossos dedos!

O YouTube, que todos nós acessamos gratuitamente todos dias, contém muito conteúdo interessante para o melômano, em todos os gêneros! São vídeos de música ao vivo, com qualidade pelo menos decente de imagem e som, de apresentações feitas para TV ou para canais do próprio YouTube – um material de divulgação para os músicos! Só ao vivo você percebe o verdadeiro entrosamento entre os músicos, sua linguagem corporal e suas verdadeiras capacidades!

COMO E ONDE OUVIR

Basta qualquer computador ou smartphone, onde eles podem ser escutados com bons fones de ouvido – ou mesmo conectando os próprios ao DAC de nosso sistema de som, fisicamente, por wi-fi, por Chromecast ou por Bluetooth. Uma segunda opção, mais difundida hoje em dia, é assistir esse conteúdo em uma TV tipo smart, no aplicativo do YouTube, e conectar a saída ótica de áudio digital dela ao sistema de som, de home-theater ou mesmo à uma soundbar.

O QUE É A SÉRIE TINY (HOME) CONCERTS

A NPR (National Public Radio) dos EUA, entidade sem fins lucrativos, que tem um extenso conteúdo musical, também produz desde 2008 uma série de vídeos de pequenos shows ao vivo – de aproximadamente 20 minutos – chamados Tiny Desk Concerts, gravados em um escritório. E, durante a pandemia, os vídeos passaram a ser gravados nas instalações dos próprios artistas, recebendo a alcunha expandida de ‘Tiny Desk (Home) Concerts’.

Segue aqui a 5a. e última parte da série de sugestões de vídeos ao vivo da NPR Tiny Concerts:

Max Richter: Tiny Desk Concert (18 min – Clássico Contemporâneo / Eletrônico)

Max Richter é um compositor de música clássica contemporânea, com seu estilo bem próprio, com o pé fincado no eletrônico e no minimalista – mas sempre utilizando, de uma maneira ou de outra, estruturas de música erudita, e com músicos de orquestra ou de música de câmara (neste vídeo: um pequeno grupo de cordas) acompanhando seu trabalho nos teclados – seja o piano, seja o sintetizador (que nunca sobrepõe-se ao resto).

Richter é mais conhecido pelo seu trabalho em trilhas sonoras de filmes alternativos, e de séries de TV – como das séries Taboo (2017), Ad Astra (2019), Black Mirror (2016) e The Leftovers (2014), além do uso de muitas das faixas de seus discos em uma grande variedade de séries e filmes famosos, como Shutter Island (2010), de Martin Scorsese, com Leonardo DiCaprio.

Meu primeiro contato com o trabalho de Richter foi no disco Recomposed by Max Richter – Vivaldi Four Seasons (Deutsche Grammophon, 2012), uma releitura – com uma série de alterações – desse clássico barroco. Uma ideia que faz muita gente ficar de cabelo em pé, mas com um resultado surpreendentemente interessante. Passei a ficar de olho no trabalho dele, e descobri que ele tem gravado desde 2002.

Max Richter nasceu em Hamelin, na Alemanha, em 1966, mas foi criado em Bedford, no Reino Unido. Depois estudou piano e composição na Universidade de Edimburgo e na Royal Academy of Music em Londres, especializando-se com o compositor experimental italiano Luciano Berio (de onde vem sua influência eletrônica). Richter hoje reside em Oxford, na Inglaterra.

Acompanhando o trabalho de piano e teclado de Richter nesse vídeo, temos um grupo de música de câmara, o American Contemporary Music Ensemble, composto por: Clarice Jensen no cello, Ben Russell no violino, Laura Lutzke no violino, Isabel Hagen na viola, e Claire Bryant também no cello.

Para quem é esse vídeo? Para todos os fãs de clássico contemporâneo com influências minimalistas e eletrônicas, e de trilhas sonoras atmosféricas de séries de TV modernas.

É mais uma gravação pré-pandemia, de janeiro de 2020, feita ainda no escritório da NPR. As faixas tocadas são: On The Nature Of Daylight e Vladimir’s Blues do álbum The Blue Notebooks (FatCat Records, 2004), e Infra 5 do álbum Infra (FatCat Records, 2010) – todos disponíveis nas plataformas de streaming de música.

Roger Eno: Tiny Desk (Home) Concert (18 min – Jazz)

Roger Eno tem pedigree musical pelo lado da família. Brian Eno, famoso tecladista do Roxy Music, depois dono de uma longa carreira solo – de quase 50 anos – principalmente de música eletrônica e minimalista (praticamente inventor do gênero Ambient de música eletrônica), de produtor musical, e de artista plástico, é seu irmão mais velho.

Claro que Roger já teve alguns discos em dupla com seu irmão, assim como colaborações e discos solo, perfazendo uma discografia de mais de 20 discos! Roger é um artista de nicho, seguindo – com sua própria visão – gêneros parecidos com os explorados por Brian, como o eletrônico ambient e o minimalismo, mas também dedicou-se à composição e ao piano – seu instrumento principal. Seu estilo de composição busca despir tudo que não é essencial à música, para chegar em sua forma mais pura – processo que ele chama de “decomposição”. Outros gêneros mais ligados ao extenso trabalho de Roger Eno são: neoclássico, art rock, fusion étnico, experimental e progressivo eletrônico.

Roger Eugene Eno nasceu em 1959 na região leste de Suffolk, na Inglaterra. Começou a aprender eufônio aos 12 anos, e foi estudar música no Colchester Institute aos 16. Depois de formado, e passar um longo período em Londres, Eno retornou à Colchester, onde criou um curso de terapia musical para pessoas com dificuldades de aprendizado, em um hospital local. A primeira gravação de Roger foi o disco Apollo, com seu irmão Brian, em 1983. Dois anos depois, saía seu primeiro disco solo.

Os músicos presentes neste vídeo são: Roger Eno no piano, Zara Benyounes no primeiro violino, Venetia Jollands no segundo violino, Stephen Upshaw na viola, Reinoud Ford no cello, e Cecily Eno e Lotti Eno nos vocais na faixa Bells. O set no vídeo é todo acústico, assim como o disco – porém esse último faz uso de uma orquestra maior e mais completa. O gênero aqui é o neoclássico, com uma estética New Age, e Eno diz que as faixas são “uma série de histórias curtas ou fotografias de cenas individuais, cada uma contendo sua própria caraterística”.

Para quem é esse vídeo? Para todos os fãs do minimalismo neoclássico, para todos os fãs do trabalho do irmão Brian Eno, e de outras vertentes do ambient e do minimalismo.

Este é um pocket show ainda em época de pandemia, portanto foi gravado na Abadia de St. Wilmott, em Suffolk, na Inglaterra – residência de Roger Eno – em 2022. As faixas tocadas são: Clearly, The Turning Year, A Place We Once Walked, Something Made Out of Nothing, e Bells, todas do disco The Turning Year (Deutsche Grammophon, 2022) – todas disponíveis nas plataformas de streaming de música.

Svaneborg Kardyb: Tiny Desk (Home) Concert (19 min – Jazz Contemporâneo)

Dessa dupla eu nunca tinha ouvido falar até agora. Mais um ponto para NPR Tiny Concerts, que me trouxe música nova à minha discoteca!

Svaneborg Kardyb são dois jovens dinamarqueses fazendo uma música interessante e atmosférica, uma viagem com uma bateria combinada com elementos de percussão, somada à um trabalho bom de sintetizador e teclado Wurlitzer, com o ocasional uso de piano acústico. Suas composições trazem influência do jazz dinamarquês e da música folk escandinava. O tecladista Svaneborg tem suas origens musicais no jazz escandinavo, e o baterista Kardyb tem seu berço no folk e no blues – e a música dos dois nasceu da exploração e do improviso.

Os músicos presentes neste vídeo são a própria dupla, composta pelo tecladista Nikolaj Svaneborg no teclado Wurlitzer, sintetizadores e piano, e de Jonas Kardyb na bateria e percussão.

Para quem é esse vídeo? Para todos os fãs de jazz moderno, contemporâneo, com uma boa atmosfera e complementação de primeira categoria entre a bateria/percussão e o sintetizador – que chega, por vezes, a parecer música eletrônica, porém sutil e com um minimalismo delicado e hipnotizante.

É mais um pocket show de tempos de pandemia, já de 2022, gravado em Djursland, no interior da Dinamarca – em uma casa localizada entre jardins, colinas e riachos, mesmo lugar que inspirou a composição do segundo disco da dupla, Haven (Blikflak Records, 2020). As faixas tocadas são: Haven (do disco de mesmo nome pela Blikflak Records, 2020), depois Et Lite Øyeblikk Bare (do disco Knob pela Blikflak Records, 2019), seguida de Orbit (de Haven, Blikflak Records, 2020), e fechando com inédita Terrassedør. Ambos discos estão disponíveis nas plataformas de streaming de música.

E não deixe a música parar!

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